quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

O calendário! Esta invenção fantástica...


Certa vez um poeta falou que a maneira como dividimos a passagem do tempo, formando o calendário, com a noção de recomeço realmente é fantástico.

Coincido em gênero, número e grau com ele, e realmente isto faz com que todos possamos literalmente nos preparar para um recomeço, um novo tempo, ou como queiram chamar, e com isto, renovamos energias, reavaliamos um período, enfim.

2009 está chegando ao fim! E além de fazer a lição de casa, preparando-me para um recomeço em 2010, gostaria de agradecer a todos que durante este período em que o blog "mercado farmacêutico" esteve por aqui, enviaram sugestões, críticas, dúvidas, e particularmente aos colegas que lêem as postagens, seguindo o conteúdo do blog.

A idéia de escrever sobre marketing farmacêutico longe de ser nova, é antes de tudo um desafio; um desafio constante, pois este setor é muito enriquecedor em vários sentidos e também complexo, o que o torna apaixonante.

Por este motivo, outros enfoques podem ser gerados, outras discussões, e mesmo assim, ficaremos a uma percentagem pequena de possibilidades deste mercado.

Meu desafio para 2010 é continuar trazendo informações atualizadas sobre o setor, discutir marketing, falar de gestão de pessoas, enfim, o que realmente faz as empresas se movimentarem.

Um forte abraço,


CLAUDEMIR PEREIRA

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

BNDES quer estimular fusões na indústria farmacêutica


Preocupado com o risco de desnacionalização do parque farmacêutico brasileiro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai mudar sua estratégia para estimular fusões no setor.

Por meio da BNDESPar, o banco quer entrar como sócio em companhias que se disponham a abrir capital, um atalho para criar grandes farmacêuticas nacionais.

Nas contas do BNDES, empresas mais robustas, com faturamento anual acima de R$ 3 bilhões, teriam melhores condições de resistir ao assédio das multinacionais, cada vez mais atraídas pelos bons resultados dos laboratórios nacionais.







Experimentando um novo patamar depois da explosão do mercado de genéricos, as farmacêuticas brasileiras não viram a crise. No ranking do IMS Health, que faz consultoria e auditoria para o setor, o laboratório brasileiro EMS assumiu a liderança do mercado brasileiro este ano, ultrapassando a multinacional francesa Sanofi-Aventis.

Outros dois laboratórios nacionais, Aché e Eurofarma, também figuram entre os cinco primeiros colocados, juntamente com a Medley, que agora pertence à Sanofi.

Foi justamente a venda da empresa para o grupo francês, em abril, que acendeu o sinal amarelo no BNDES. O negócio de R$ 1,5 bilhão impôs nova redução da fatia das empresas brasileiras no mercado, que havia saltado de 28,2%, em 2000, para 43% no ano passado.

Desde então, multinacionais rondam as brasileiras. A Pfizer, por exemplo, negociou com a Neo Química, que deve manter o capital nacional numa venda para o grupo Hypermarcas.

“O País virar alvo internacional traz oportunidades, mas também riscos. O risco que o BNDES vê é uma desnacionalização precoce da nossa indústria. O exemplo da Medley pode não ser o único”, teme Pedro Palmeira Filho, gerente do Departamento de Produtos Químicos e Farmacêuticos do banco.

Desde que criou, em 2007, um programa para o desenvolvimento da indústria farmacêutica nacional, o Profarma, o BNDES tenta aumentar a concentração no setor, mas esbarra no perfil familiar predominante nas farmacêuticas brasileiras.

As negociações emperram quando se discute quem vai mandar na empresa resultante de uma união.

Por isso, o banco de fomento quer entrar nos laboratórios para, por dentro, ajudá-los a se tornarem players mais agressivos. “É um processo longo.

É difícil convencer o fundador que criou aquele negócio do nada que é melhor ser sócio de uma empresa muito maior do que mandar sozinho numa pequena”, diz Palmeira.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Neo Quimica de Goiás agora é da Hypermarcas

A Hypermarcas anunciou hoje a compra do Laboratório Neo Química, fabricante de medicamentos genéricos e isentos de prescrição que será incorporado pela subsidiária Hypernova Medicamentos Participações.

O valor do negócio é de R$ 686,737 milhões e envolve emissão de 17,5 milhões de ações da Hypermarcas, a serem subscritas pelos acionistas do Neo Química. A operação total está avaliada em cerca de R$ 1,3 bilhão.

Ao final da transação, os controladores do Neo Química deterão 7,3% do capital total da Hypermarcas e participarão do bloco de controle da empresa. "Completamos cinco aquisições no ano, com valor total de cerca de R$ 2 bilhões, em linha com a estratégia anunciada durante a oferta pública de ações da companhia, em julho deste ano", afirma o executivo-chefe da Hypermarcas, Claudio Bergamo, em comunicado.

O montante será pago em três parcelas, a primeira, de R$ 235.737.931,00, na data de implementação da operação, que depende de "autorizações societárias previstas nos termos dos respectivos estatutos sociais, e desde que verificadas certas condições estabelecidas no acordo", conforme nota.

As outras duas parcelas, de R$ 225,5 milhões cada, serão pagas no primeiro e no segundo aniversários, com correção pela variação do CDI. A Hypermarcas convocará assembleia geral extraordinária (AGE) de acionistas para aprovar o negócio, em data ainda não divulgada.

Em comunicado, a Hypermarcas afirma que a transação cria o terceiro maior laboratório de capital brasileiro e o quarto maior em operação no País. No setor, a Hypermarcas atua com a divisão DM em medicamentos OTC e a Farmasa em medicamentos de prescrição.

Após a aquisição, o segmento deve representar 40% do faturamento total da Hypermarcas, conforme comunicado à imprensa.

Fundado em 1959, o Neo Química tem faturamento bruto de R$ 380 milhões, com Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) de cerca de R$ 95 milhões.

domingo, 29 de novembro de 2009

Uma viagem ao RJ - descoberta de USINA DE VALOR


Na semana passada estava no aeroporto de Congonhas em SP, e como de hábito, vasculho a livraria em busca de alguma "pérola" de leitura para durante o vôo (faço isto há muito tempo e sempre se encontram boas leituras rápidas).

Deparei com o livro USINA DE VALOR, de José Carlos Teixeira Moreira da Editora Gente.

Durante muito tempo no marketing se busca a DIFERENCIAÇÃO como forma de vantagem competitiva, e isto em parte se deve a maneira como vemos a estratégia (veja uma postagem minha no blog).

Porém, muitas vezes esquecemos de um conceito muito importante e que figura muitas vezes de forma muito "superficial" na literatura de marketing, que é a criação de VALOR.

Normalmente vemos que VALOR é uma equação que envolve o CUSTO e os BENEFÍCIOS percebidos pelos produtos ou serviços. Logo, VALOR é algo que o cliente nos empresta, e algo que sempre buscamos.

As propostas de VALOR cohecidas em literatura (MAIS POR MAIS, MAIS POR MENOS, O MESMO POR MAIS, etc), nos servem de guia para este exercício que considero tão importante quanto o BUYING PROCESS (vejam outra postagem no blog), porém nos falta um entendimento do ponto de vista DO CLIENTE (e não NO CLIENTE) como costumamos invariavelmente fazer.

Pois bem, a leitura do USINA DE VALOR, me trouxe novamente estes sentimentos perdidos, retornar a busca do verdadeiro conceito engendrado no VALOR para o cliente.

O autor do livro é um expert em marketing industrial e nos brinda com uma boa análise sobre os conceitos fundamentais de VALOR (quase uma doutrinação) e também sobre a importância dele para a cadeia de valor dentro de modelos B2B (onde cada empresa participante do atendimento do cliente tem que se enxergar como "entregadora" de VALOR).

Talvez devêssemos refletir sobre uma definição de VALOR que encontrei no livro:

"O valor é uma grandeza capaz de juntar partes de um todo que faz sentido para uma pessoa em particular, porque deixa a sensação de que algo vale o que vale, porque induz um estado de realização, reconhecimento e bem-estar legítimo que adquire um significado perene para aquela pessoa".

Ora, se algo tem valor para uma pessoa (nosso público consumidor, afinal de contas), o preço é um mero detalhe, colocado, segundo as melhores pesquisas, em sétimo lugar nas suas prioridades.

Mas você pode me questionar - preço é algo importante, veja a inundação de produtos de baixo custo, de genéricos em diversos mercados, etc., porém, vale a pena refletir que preço não agrega valor por si só, o cliente sempre busca ALGO MAIS para sua criação de valor (e isto vale para genéricos, caso contrário, as empresas não gastariam tanto em sua imagem institucional).

Mesmo para os consumidores de baixa renda, as questões de qualidade, de origem e de estatus de produtos são tão importantes quanto outros atributos.

Logo, meus amigos, numa boa ESTRATÉGIA de marketing, não vamos esquecer que DIFERENCIAR também ter que ser sinônimo de CRIAÇÃO DE VALOR para o consumidor, caso contrário, teremos sim, apenas mais um produto ou serviço que será descartado no mercado de forma muito rápida.

Ouso dizer (sem medo de errar!) que poderíamos gastar muito menos DINHEIRO agregando uma forma diferente de pensar sobre CONQUISTAR e MANTER clientes (e isto deve fazer parte dos projetos de SEGMENTAÇÃO DE QUALQUER EMPRESA) e fazermos esforços também para fazê-los sentir-se ORGULHOSOS de utilizar nosso serviço ou produto.

Que acham?

E quanto ao livro? Terminei a leitura neste final de semana, e é muito interessante para reflexão, pois como todos sabemos, o dia-a-dia de nosso trabalho nos faz muitas vezes perder o FOCO na origem de certas questões e problemas, e ficar somente aumentando o nosso esforço promocional com as marcas, que cada vez mais serão cobrados sobre um retorno esperado pelas empresas.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

EAD - Cursos Gratuítos FGV

O Ensino a Distância (EAD) me parece uma ferramenta importante nos dias de hoje, particularmente pelos males da "vida moderna" com recursos escassos de tempo, pressão por resultados cada vez maior nas empresas, etc.

A atualização profissional é uma condição "sine qua non" para manter a competitividade no mercado de trabalho, como também para aguçar a mente crítica, gerando influenciadores positivos para a sociedade.

Eu particularmente já participei de diversas experiências com cursos a distância, aproveitando a internet como meio de interação e ainda que o modelo precise de ajustes e de evolução, creio que já possibilita ampliar o conhecimento.

E algumas entidades estão oferecendo cursos totalmente GRATUÍTOS, o que concilia a praticidade e flexibilidade dos cursos a distância e o ACESSO pelo valor de investimento.

A Fundação Getúlio Vargas é uma das que oferecem alguns cursos neste sentido e que merecem ser visitados e seguidos.

Ofereço o link abaixo para os que se interessarem.


http://www5.fgv.br/fgvonline/cursosgratuitos.aspx


Um forte abraço e espero contribuir com a melhora do conhecimento e capacitação profissional.

Rede Pague Menos abre primeira loja no Amapá

A Pague Menos, rede de farmácias de origem cearense, acaba de inaugurar uma loja na cidade de Macapá (Amapá). Com investimento de R$ 1 milhão, serão gerados inicialmente 30 empregos diretos.

A Pague Menos soma hoje - 28 anos depois da abertura da primeira loja no bairro de Éllery, periferia de Fortaleza (CE) - 320 pontos em mais de 80 cidades.

O plano de expansão da rede prevê que 400 lojas estejam em funcionamento até o fim de 2012.

Em 2008, o faturamento da empresa foi de R$ 1,55 bilhão. A previsão é chegar a R$ 2 bilhões em 2009.

A estratégia é abrir em média 30 lojas por ano e preparar-se para, em 2012, faturar pelo menos R$ 3 bilhões e fazer a sua primeira oferta pública de ações.

Fonte: DCI

terça-feira, 17 de novembro de 2009

90% dos brasileiros querem entrega de medicamentos em domicílio

Em pesquisa realizada este ano pelo Ibope, com mais de 1.300 brasileiros das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza e Belém, 90% dos entrevistados classificaram a entrega de medicamentos em domicílio como muito importante, 8% como importante e apenas 2% avaliou como sendo um atributo sem importância.

O dado impressiona pela comparação com outros itens avaliados, como por exemplo, a recarga de celulares dentro das farmácias que foi classificada como muito importante por 22% dos pesquisados. “O delivery só perde para o quesito de abertura das lojas 24 horas que foi considerado muito importante para 94% dos brasileiros.

Fica claro que quando se trata de medicamentos a questão primeira é a garantia da disponibilidade do serviço em horário integral e, logo em seguida, o conforto e a segurança do recebimento em casa”, analisa Marcos Arede, diretor da Drogaria Onofre. Segundo Arede, a aceitação dos brasileiros ao serviço de delivery é excelente, basta analisar os números.

A Drogaria Onofre foi pioneira na venda por telefone e Internet e hoje concentra 35% de seu faturamento nesse canal, o Onofre em Casa. Ao dia são entregues 8 mil encomendas em lares de todo o Brasil, com estoques locais em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e Vitória, no Espírito Santo. Drogaria Onofre - Fundada em 1934, a Drogaria Onofre conta com 34 unidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Vitória (ES).

Com quase 30 mil itens ativos e cerca de 2 mil funcionários, a rede é pioneira em oferecer medicamentos a preços extremamente competitivos comercializando-os por telefone e Internet, criando um novo conceito: o Onofre em Casa, que repassa a economia de sua operação para os consumidores.

Já em suas quatro MegaStores em São Paulo e uma em Porto Alegre, a Drogaria Onofre comercializa, além de medicamentos, grifes internacionais exclusivas de perfumaria e cosméticos e oferece serviços de saúde, como medição de pressão arterial, glicose, e tratamentos de beleza gratuitos, como massagem e limpeza de pele, entre outros.

Fonte: Revista Fator

domingo, 15 de novembro de 2009

Oportunidades Disfarçadas - uma leitura agradável...







Já postei por aqui que costumo ler 03 livros simultaneamente, e que gosto de compartilhar os que realmente julgo importantes.

No caso do "Oportunidades Disfarçadas", creio que vale a pena compartilhar com vocês.

Do ponto de vista de marketing, a busca por oportunidades é uma constante. Hoje com a crise no desenvolvimento de novos produtos, a busca de oportunidades com os produtos existentes é um desafio tão grande quanto desenvolver algo inédito.

Na questão de gestão de pessoas, ou de equipes, também existem oportunidades imensas a serem trabalhadas, pois um ambiente propício a criatividade nas empresas é um fator de grande diferencial competitivo.

Enfim, a leitura deste livro é altamente motivadora e também inspiradora. De certo modo, a leitura nos parece "contos" ou "causos" verídicos, onde as oportunidades que invariavelmente estavam a frente de todos, puderam ser aproveitadas e que se tornaram produtos, empresas ou executivos de sucesso ao redor do planeta.

Creio que muitos gerentes gerais, executivos, gerentes de produtos deveriam ler o livro, repensar um pouco a maneira de ver seus produtos, suas empresas e sobretudo, as pessoas que estão abaixo, ao lado, ao redor deles, pois isto fará a diferença na busca de oportunidades.




quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Medley investe em reposicionamento


A Medley investiu R$ 20 milhões em sua nova campanha, que estreou no domingo (8) e que foi criada pela Fischer+Fala!.


"Esse é um investimento histórico da marca que costumava anunciar de forma tímida e esporadicamente", comemorou Isabelle Perelmuter, vp de planejamento da agência. Há cerca de um ano e meio, a Fischer+Fala! tem feito o trabalho de marca do laboratório. "A gente vem trabalhando com eles na parte estratégica, de posicionamento de marca... Agora estamos tangibilizando o fruto desse trabalho", explicou Isabelle, que não economiza elogios para a parceria cliente e agência.


A campanha é composta por dois filmes para TV, anúncios de página dupla para revistas, peças de rádio e materiais de PDV. O objetivo da comunicação é transformar o consumidor de genérico em consumidor da marca Medley. "Não temos como objetivo converter os consumidores de medicamentos em consumidores de genéricos, mas, dentro da categoria que é commodity, queremos gerar vínculo e pedido no nome da marca.


Esse é o grande desafio: colocar o consumidor como agente ativo do processo", falou Isabelle. Para alcançar tal objetivo, de acordo com a vp de planejamento da agência, a estratégia de comunicação levou em conta três premissas: a relação das pessoas com a saúde; o respeito ao DNA da marca, que é muito forte e ligado à qualidade de vida; e uma plataforma de comunicação com vida longa. "As pessoas não querem falar de saúde por isso temos de usar mais emoção na comunicação", contou.A partir das três premissas, a Fischer+Fala! desenvolveu a assinatura "Medley.


Para você, só o melhor". "Pode ser feita uma leitura múltipla: que a Medley tem o melhor produto; que é uma empresa que investe para viabilizar os genéricos; ou ainda que se o consumidor estiver bem, ótimo, mas se ele estiver mal, ele vai ficar bem com Medley", explicou Isabelle.A comunicação foca no conceito "Na hora de pedir genérico, seja específico". São dois filmes.


O "Específico Amigos" mostra que amigos são muito bons, mas o amigo de infância é ainda melhor. Na mesma linha, o "Específico ídolo" conta que astros são ótimos, mas o ícone de uma geração é muito melhor. A campanha fica no ar por um período de pouco mais de um mês. A Medley é líder brasileira em genéricos e foi comprada em abril deste ano pela multinacional francesa Sanofi-Aventis.

Jornal Propaganda & Marketing

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Oportunidades para começar na área farmacêutica!

Sandoz abre 58 vagas de estágio em todo o País.

Estão abertas as inscrições para o programa de estágio 2010 da farmacêutica Sandoz, multinacional que ocupa segundo lugar mundial na produção de medicamentos genéricos.

São 58 vagas em treze cidades brasileiras: (30) Cambé - PR, (2) Belo Horizonte, (8) Rio de Janeiro, (6) São Paulo, (1) Vitória - ES, (1) Linhares – ES, (1) Goiânia - GO, (1) Campo Grande - MS, (2) Cuiabá -MT , (1) Fortaleza - CE, (3) Salvador, (1) Teresina - PI e (1) João Pessoa - PB.

Podem concorrer estudantes do último ou penúltimo ano dos cursos de graduação em Administração, Economia, Contabilidade, Comércio Exterior, Engenharia Elétrica ou Produção, Farmácia, Química, Design Gráfico, Jornalismo, Marketing e Sistemas de Informação.

A empresa oferece além da bolsa auxílio benefícios como Assistência Médica, Seguro de vida, alimentação e transporte.

As inscrições vão até o dia 20/11 e estão disponíveis no site www.sandoz.com.br na seção “Carreira”.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Venda é ampliada nas farmácias - a batalha 2a parte!

Depois de alguns meses de discussão, o consumidor poderá continuar comprando alimentos e outros produtos, que não medicamentos ou cosméticos, nas farmácias.

A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) conseguiu uma liminar na Justiça contra as novas regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proibiam o livre acesso aos medicamentos — como ocorre hoje, com gôndolas espalhas pelas lojas —, além da comercialização de produtos sem fins específicos, como sorvetes.

A Anvisa informou que irá recorrer.

A lei está prevista para entrar em vigor em fevereiro. A decisão valerá para as 28 redes conveniadas à associação.

O processo ocorreu na 5ª Vara da Justiça Federal, por intermédio do juiz Paulo Ricardo de Souza Cruz.

Segundo o presidente-executivo da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, há normas estaduais para a comercialização de outros tipos de produtos, chamados de conveniência, em farmácias de alguns estados.

Em São Paulo, Rio de Janeiro, Acre e Roraima, por exemplo, há leis que regulamentam e determinam o que pode e o que não pode ser vendido. A medida da Anvisa, de acordo com Barreto, não seria, portanto, possível nessas regiões.


O Globo

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Brasil se aproxima do mercado europeu


A qualidade dos medicamentos de baixo índice terapêutico produzidos no Brasil é o tema de worshop internacional, organizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em Brasília (DF), até a próxima quinta-feira (29).

Dentre as principais discussões do encontro, está a harmonização das normas de inspeção nacionais para esse tipo de medicamento com as da União Européia.“É fundamental essa harmonização de normas para que a indústria nacional e os medicamentos produzidos em nosso país possam entrar no mercado europeu”, explica Marília Cunha, gerente geral de Inspeção da Anvisa.

As normas para sprays nasais, aerossóis, pós inalatórios e hormônios também fazem parte dos debates do workshop. Para o representante da Agência Européia de Medicamentos (Emea), Jean Pierre Reynier, para que os medicamentos de baixo índice terapêutico produzidos no Brasil entrem no mercado europeu, é preciso dividi-los em dois grupos.

“Os medicamentos comercializados antes de 2003 e que não foram avaliados pela Anvisa, como ocorre hoje, precisam ter um dossiê farmacêutico de qualidade comparável”, afirma Reynier.Já para os novos medicamentos que dispõe de um bom dossiê farmacêutico, o representante da Emea não crê na existência de nenhum problema para comercialização desses produtos no mercado europeu.

“A gente considera, hoje, que a Anvisa atingiu um nível de avaliação próximo do nosso”, diz Reynier.A única ressalva feita por Reynier foi a de que o Brasil ainda não faz parte da convenção PIC (Pharmaceutical Inspection Convention). Essa convenção é um instrumento de cooperação internacional que permite aos países signatários aceitarem as inspeções sanitárias realizadas por outros países membros do PIC como oficiais.

Outro assunto tratado no workshop é a dificuldade de intercambialidade e de produção de genéricos para medicamentos de baixo índice terapêutico, sprays nasais, aerossóis, pós inalatórios e hormônios. Medicamentos de baixo índice terapêutico são aqueles que apresentam estreita margem de segurança, pois a dose terapêutica é próxima da tóxica.

(Portal Anvisa)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Varejo farmacêutico mira a Bolsa de Valores


Pague Menos, Drogaria São Paulo e Droga Raia avaliam a possibilidade de seguir a trilha aberta pela Drogasil na Bovespa

A crise que atingiu a economia mundial confirmou a expectativa de que o varejo farmacêutico é um dos poucos setores que podem ser considerados resistentes a períodos de maior turbulência global. Impulsionado pela melhor distribuição de renda entre a população brasileira, o segmento manteve trajetória ininterrupta de expansão de vendas e agora, superado o pior momento da crise, analisa alternativas, como a abertura de capital, para manter o crescimento.

A lista de potenciais interessadas em iniciar a negociação de ações na Bolsa de Valores de São Paulo tem como principais nomes as redes Pague Menos, Drogaria São Paulo e Droga Raia, líder, terceira e quinta maiores do setor, respectivamente, de acordo com ranking da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). A Drogasil, segunda maior do setor, é a única rede de varejo farmacêutico com capital aberto.

É provável que outras empresas sigam a Drogasil na Bolsa em um prazo de até três anos. “Ainda não temos escala para abrir o capital, mas vamos manter nosso ritmo de crescimento e acredito que possamos realizar um IPO em 2012", afirma o presidente da Pague Menos, Deusmar Queirós, referindo-se à Oferta Pública Inicial de ações (IPO na sigla em inglês). Para viabilizar a abertura de capital, explica o executivo, a Pague Menos já contratou a KPMG para fazer a auditoria dos balanços e a Ernst & Young para providenciar os ajustes necessários em relação às práticas de governança corporativa adotadas na companhia.

Com previsão de crescer aproximadamente 25% este ano, a Pague Menos pretende fechar 2009 com faturamento de cerca de R$ 2 bilhões. Até 2012 o resultado deve se aproximar dos R$ 3 bilhões, projeta Queirós, não escondendo o otimismo em relação ao crescimento do mercado de varejo farmacêutico. "Os melhores réveillons da nossa vida ainda estão por vir", comemora. Mais "encorpada", a empresa teria condições de ingressar no mercado como um ativo mais atrativo para os investidores, acredita Queirós.
Droga Raia estuda IPO dentro de 24 ou 30 meses


A Droga Raia, quinta maior do setor, também visa abrir o capital. "Tendo uma visão conservadora, podemos dizer que o ingresso na Bolsa deve acontecer em algum momento nos próximos 24 a 30 meses", afirma o sócio da área de private equity da Gávea Investimentos, Piero Minardi. A Gávea, juntamente com a Pragma Patrimônio, adquiriu no fim do ano passado 30% da Droga Raia, companhia que já havia protocolado pedido de abertura de capital na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no final de 2007.

De acordo com Minardi, a presença exclusiva da Drogasil entre as empresas do setor listadas na Bolsa é explicada pelo perfil pulverizado do varejo farmacêutico no Brasil. As maiores empresas nacionais possuem aproximadamente 300 lojas em operação, em um universo composto por mais de 50 mil pontos de venda.


"O processo de consolidação do setor ainda está no início e, por isso, ainda não há novas empresas com capital aberto", explica Minardi. A Pague Menos, maior empresa do setor segundo a Abrafarma, possui menos de 6% de participação de mercado, segundo números divulgados pela própria empresa.

A fragmentação do mercado é um dos atrativos para investimentos no setor, destaca Minardi. A redução da informalidade, em decorrência da aplicação da substituição tributária em São Paulo e do início da implantação da nota fiscal eletrônica para medicamentos, é outro fator de estímulo a investimentos, seja por grupos especializados na compra de outras empresas, seja pelas grandes redes de varejo com atuação no Brasil. "A formalização foi o ponto de partida para a consolidação do setor. E agora que esse movimento teve início, é difícil de ser interrompido", destaca o sócio da Gávea Investimentos.


Minardi acredita que o varejo farmacêutico possa caminhar para um processo de consolidação assim como ocorreu no setor de distribuição de combustíveis. "O mercado de combustíveis é um espelho do que pode ser o varejo farmacêutico, apesar deste ser mais fragmentado", afirmou. A consolidação no setor de combustíveis criou um grupo de grandes empresas formado por Petrobras, Ultra (detentora da marca Ipiranga), Shell, Cosan e Ale, que incorporaram redes como Esso, Texaco e Repsol, entre outras.

O diretor de Marketing da Drogaria São Paulo, André Elias, acredita que os próximos meses podem ser intensos em relação a mudanças no perfil do setor. "É um setor super aquecido, que já é observado por interessados há algum tempo e que apresenta expansão do profissionalismo", destacou. As vendas do setor no primeiro semestre cresceram 25,25% em relação ao mesmo período do ano passado e somaram R$ 6,14 bilhões, segundo a Abrafarma.

Por ter uma estrutura profissionalizada e ser uma das maiores do setor, a Drogaria São Paulo é uma das companhias que atrai interessados, ressalta Elias. "As possibilidades para a empresa são várias", afirmou, citando a abertura de capital e a prospecção de sócios como algumas das alternativas para a companhia. Recentemente, além da Droga Raia, que negociou parte de sua participação com a Gávea e com a Pragma, outra empresa do setor a receber aporte de investidores foi a Farmais, cujo controle foi adquirido pelo BTG Pactual no final do mês passado.


A redução da informalidade no varejo farmacêutico promovida durante os últimos dois anos estimulou as grandes empresas do setor a intensificar a disputa por participação de mercado. Aproveitando-se do constante crescimento das vendas, as grandes redes aceleraram projetos de abertura de lojas e projetam crescer na casa dos dois dígitos em 2009, a despeito da crise que afetou a economia mundial e brasileira.

Apesar do setor de varejo farmacêutico crescer no País como um todo, são as grandes redes as principais vencedoras do mercado nos últimos anos. Esse movimento foi estimulado pela aplicação da substituição tributária em São Paulo, ocorrida em fevereiro de 2008, e pela implantação da nota fiscal eletrônica para medicamentos principalmente a partir do ano passado. "Com essas mudanças, muitas empresas que antes não pagavam impostos precisaram se adequar", destaca o diretor geral e de Relações com Investidores da Drogasil, Cláudio Roberto Ely.


Grandes em vantagem


O
combate à informalidade afetou principalmente as pequenas e médias empresas, na visão do diretor de Marketing da Drogaria São Paulo, André Elias. "O resultado é que as principais redes levaram vantagem e conseguiram ganhar parcela do mercado", afirmou. De acordo com estimativas da Abrafarma, a participação de mercado das principais empresas do setor (associadas à entidade), que era de aproximadamente 30% três anos atrás, saltou para aproximadamente 50%.

Dados da entidade e da consultoria IMS Health apontam que enquanto a receita das associadas à Abrafarma cresceu 25,25% no primeiro semestre a taxa de crescimento do setor como um todo tem oscilado na casa de 10%, pressionada negativamente pela baixa expansão das empresas menores. Por isso, as redes acreditam que esse é o momento apropriado para mirar uma maior participação de mercado e decidiram manter os investimentos previstos para 2009.

Líder de um mercado dominado principalmente por redes paulistas, a cearense Pague Menos prevê crescer aproximadamente 25% este ano e alcançar um faturamento de cerca de R$ 2 bilhões. Para tanto, a companhia já abriu 20 lojas e deve abrir outras 20 unidades até o final do ano, o que elevará o número total da rede para aproximadamente 340 pontos de venda - já incluídas unidades reformadas. O investimento médio para a abertura de cada unidade é estimado em R$ 1 milhão.

A vice-líder Drogasil, única empresa do setor com ações listadas na Bolsa de Valores de São Paulo, também pretende chegar a dezembro com 40 novos pontos de venda. Ao final deste ano a rede deve ter aproximadamente 290 unidades, das quais 30 reformadas este ano e até seis unidades ampliadas desde janeiro. Terceira maior rede do País, a Drogasil São Paulo vai inaugurar aproximadamente 25 lojas este ano e reformar outras 30, alcançando cerca de 250 unidades ao final de 2009.

Presença pulverizada


A estratégia de expansão da cada rede mostra que há espaço para crescimento nesse mercado. A Pague Menos, explica o presidente da rede, Deusmar Queirós, decidiu manter uma presença pulverizada, com a abertura de novos pontos desde grandes centros, como a capital paulista, até cidades menores como Araguaina (TO). A Drogasil optou por consolidar as operações nas regiões onde já atua, apesar de não descartar o ingresso em novos mercados. A Drogaria São Paulo também irá reforçar presença nos estados e regiões onde já opera unidades, segundo Elias.

O bom momento do setor reflete nas condições de financiamento oferecidas às redes. "Dinheiro não falta. Hoje não posso abrir mais lojas porque não há mão de obra qualificada disponível", destaca Queirós, da Pague Menos. A rede deve gerar mais de 1 mil empregos este ano, mas, para isso, precisa treinar a equipe.

Ely, da Drogasil, confirma a preocupação em preparar os novos funcionários. "Há dificuldade em encontrar mão de obra devido à qualidade de serviço que exigimos", destacou. A Drogasil contratou uma empresa especializada para localizar e indicar pessoas com os perfis desejados pela companhia, que depois ainda passam por treinamento próprio da rede.


Agência Estado


quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Medicamentos similares em xeque até 2014

Principal concorrente dos genéricos, os medicamentos similares enfrentam grande resistência da indústria farmacêutica e muitos produtos poderão desaparecer do mercado nos próximos cinco anos.

É que a categoria tem até 2014 para apresentar junto à Anvisa duas provas de segurança para o usuário: a de bioequívalência, que assegura que os remédios são equivalentes aos originais; e o de biodisponibilídade, que indica a rapidez e eficácia da atuação do princípio ativo no organismo.
"O genérico é o único que pode substituir a receita médica, fora disso está fora da legalidade.

Se o consumidor sai da farmácia sem o produto indicado isso é um problema de fiscalização", reclama o presidente da Pró-Genéricos.

Segundo ele, a legislação brasileira que regula a atividade farmacêutica moderna mas precisa ser cumprida pêlos órgãos responsáveis.

A reivindicação tem um motivo importante. Para ser comercializado, os medicamentos genéricos precisam ser, oficialmente, 35% mais baratos que os remédios de referência, sendo que a média nos preços chega a ser 50% menor. E os produtos similares são comercializados com valores ainda mais baixo que os genéricos.

"O medicamento similar é tão importante para a história e consolidação da indústria farmacêutica quanto os genéricos", afirma Waldir Eschberger Júnior, vice-presidente de mercado da EMS.


Crise:


O momento é tão bom para o segmento genérico que até mesmo a crise econômica que abalou negócios em todo o mundo é apontada como benéfica para a categoria.

Preocupados com a situação financeira no país, os consumidores procuraram produtos mais baratos no mercado.

"A crise não nos afetou. Muito pelo contrario, ela fortaleceu nos -sã categoria devido à busca por medicamentos genéricos", avalia Cavalcante, da Medley.

Fonte: Brasil Econômico

A nova CPMF da saúde

O texto da nova CPMF é abstrato e permite que estado e Tribunais de Contas façam interpretações própriasEm apoio ao Fórum Permanente em Defesa do Empreendedor, a Anefac se alinha ao manifesto do Sescon-SP, de seu presidente José Maria Chapina Alcazar, também se posicionando contra a volta da nova CPMF, agora intitulada CSS.

Depois de uma década pagando essa taxa absurda, agora estamos correndo o risco da obrigatoriedade de cooperar com essa nova contribuição para saúde, verba essa que teoricamente é responsabilidade do Governo Federal e dos estados.

Nossa associação entende que esse assunto faz suscitar outro tão importante quanto: o descumprimento da regulamentação da Emenda 29 da nossa Constituição, aprovada em 2000.

Ao contrário da CPMF, que tinha caráter provisório, a CSS será permanente, com alíquota de 0,1% e destinada exclusivamente para a área da saúde.O tributo não será cobrado de aposentados, pensionistas e trabalhadores que recebem até R$ 3.038,00 por mês, mas obriga os estados a gastarem 12%, e os municípios, 15%, de suas receitas com a saúde, em resumo, a contribuição vai incidir sobre as movimentações financeiras e proporcionar a arrecadação de aproximadamente R$ 12 bilhões anuais para a saúde.

Entretanto, o texto da nova CPMF é abstrato e permite que estado e Tribunais de Contas façam interpretações próprias e consigam desviar essas verbas e, revoltantemente, não sejam punidos.

Em resposta a isso, o Ministério da Saúde resolveu eliminar tudo aquilo que não era ligado ao Sistema Único de Saúde das prestações de contas e constatou que a maioria dos estados não cumpre a Constituição.Dos 27 governadores, 16 aplicaram menos que os 12% obrigatórios, omitindo outras despesas.

Trata-se de uma obrigação que nem todos os estados estão cumprindo no momento em que não demonstraram transparência em seus balanços e deixaram de contabilizar gastos que não foram propriamente destinados à saúde pública.

Uma regulamentação desta MP através de um projeto de lei, que está desde 2002 tramitando, define as despesas que são enquadradas na rubrica saúde, e as punições que permitiriam até à União reter as verbas de quem não cumprisse esta obrigação, e/ou uma intervenção, além de os governantes responderem por crime de responsabilidade civil.

Esse projeto de lei define o que exatamente é investimento em saúde e descarta o que não é. Já o Ministério da Saúde sustenta que, com a aprovação do novo imposto, poderá aumentar o valor pago por procedimentos do SUS, ampliar equipes de saúde da família e o número de Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e de Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Além da absurda demora na tramitação da MP, o Conselho Nacional de Saúde, ligado ao Ministério da Saúde, aprovou uma resolução com os mesmos termos do projeto de lei. O texto infelizmente não tem força de lei.

Outro descaso, desta vez do Governo Federal: segundo o Ministério Público Federal, o próprio Ministério da Saúde, que também tem investimentos em saúde pública fixados pela constituição, deixou de aplicar R$ 5,48 bilhões entre 2001 e 2008.

Mais uma questão que causa revolta na sociedade, é o fato de que 16 estados deixaram de aplicar R$ 3,6 bilhões na saúde dos brasileiros em 2007. Já em 2009, apenas 4,29% dos investimentos previstos foram feitos até agora.

Isso quer dizer que dos R$ 3,7 bilhões autorizados para investimentos da saúde este ano, foram empenhados apenas R$ 387,7 milhões (10,47%), com pagamento de R$ 158,7 milhões (4,29%).

Pode-se dizer que a Saúde gastou efetivamente este ano 56,92% do seu orçamento, fixado em R$ 59,77 bilhões.

Apesar da crise internacional, a pasta da Saúde teve a aprovação de um crédito suplementar este ano de R$ 252,4 milhões.

Desse total, foram empenhados (para futuro pagamento) R$ 37,46 bilhões, tendo sido efetivamente pagos R$ 34 bilhões.

Assim sendo, a CSS é um grande nó na votação do projeto de regulamentação da Emenda 29. Ainda que seu texto base já tenha sido aprovado, uma evidência do DEM, que retira do documento a possibilidade de criação do novo imposto, emperra a conclusão da votação da nova CPMF desde o ano passado.

A Anefac apoia qualquer manifestação avessa a essas impunidades e, como o presidente do Sescon-SP e demais entidades participantes do Fórum Permanente em Defesa do Empreendedor, acredita que o hábito de dialogar frequentemente com a sua consultoria contábil é outra prática que precisa ser resgatada pelas empresas, lembrando a importância da união do setor produtivo contra ameaças do momento como o projeto que cria um imposto nos moldes da felizmente exterminada CPMF.

Artigo: ( DCI ) Carlos Roberto Matavelli é presidente da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Rastreamento de remédios


A implantação do sistema nacional de rastreamento de medicamentos tem movimentado os fornecedores de tecnologia para a indústria farmacêutica. De acordo com lei sancionada em janeiro deste ano, que cria o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos, as fabricantes têm até o começo de 2010 para se adequar ao sistema.

A paulistana Active, especializada em sistemas de automação e informatização, já trabalha com dois laboratórios: Biolab e Aché. A empresa espera vender, em 2010, cerca de R$ 3 milhões em softwares que permitam que cada caixa de remédio passe a ser identificada por um número de série. Esse valor é quase metade do que a Active deve faturar neste ano.

Na avaliação do diretor da companhia, Márcio Moreti, o investimento em programas representará só 10% do que os laboratórios terão que desembolsar. Ele estima que cada linha de produção pode exigir investimentos de até R$ 500 mil. E ele lembra que alguns laboratórios possuem dezenas de linhas.


Indefinições


Outra empresa que fornecerá serviços para o rastreamento de medicamentos é a Siemens IT Solutions and Services, divisão de serviços de TI da Siemens. A companhia trará ao país a tecnologia que já utiliza na Europa, onde a identificação da produção pode custar, por linha, entre 300 mil a 1 milhão de euros, segundo o gerente demarketing da Siemens IT, Fernando Simões. A empresa, porém, não diz quanto cobrará pelo serviço no país, uma vez que ainda há poucas definições técnicas sobre o padrão do sistema nacional de rastreamento.

Apesar da proximidade do prazo final para a adequação da indústria, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não fixou os detalhes técnicos do sistema. Por meio de nota, a Anvisa informa apenas que a escolha da tecnologia está em fase de finalização e que a implantação começa a partir do próximo ano.

Por enquanto, a única certeza dos laboratórios é que um tipo de código de barras em duas dimensões será utilizado nas embalagens. Questionado sobre o assunto, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), entidade que reúne 114 empresas e 80% da produção de medicamentos no Brasil, informou que no momento não se pronunciará sobre o sistema “por estar analisando e discutindo com seus associados algumas questões operacionais relativas à sua implementação”.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Workshop sobre o papel estratégico da área de RH na Indústria Farmacêutica

Dias 27 e 28 de outubro de 2009 - Hotel Mercure – Vila Olímpia.

Acompanhando as mudanças que continuam acontecendo na área organizacional das empresas, o Sindicado da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) realiza, nos próximos dias 27 e 28 de outubro, um workshop sobre o papel estratégico da área de RH na Indústria Farmacêutica.

Destinado aos Gestores de Recursos Humanos, Consultores em Gestão de Pessoas e Profissionais de Recursos Humanos interessados em ampliar o entendimento da importância do gerenciamento do capital humano, este workshop inclui a apresentação de módulos que abordam todas as etapas do processo de gestão de pessoas, como Gestão Estratégica de Pessoas; Contratação e Retenção de Talentos; Planejamento e Avaliação de Desempenho; Planejamento da Carreira e Desenvolvimento; Gestão de Competências e Comportamentos; Gestão de Avaliação do Capital Humano; Remuneração Estratégica; e Clima e Ambiente Organizacional.

Ministrado por dois especialistas com larga experiência no mercado, Felipe Westin e Renato Paiva, este workshop vai apresentar as melhores práticas relativas a gerenciamento estratégico e operacional da área de RH e como estas práticas podem levar uma empresa à excelência organizacional, obtendo resultados superiores.

“A área de RH, além de atuar como parceira nos negócios, agora também tem a grande responsabilidade pela gestão estratégica das pessoas, atraindo, retendo e desenvolvendo os profissionais mais preparados para as posições certas”, afirma Arnaldo Pedace, coordenador do workshop e gerente da área de Relações Trabalhistas e Sindicais do Sindusfarma.

Dias 27 e 28 de outubro de 2009, das 8h às 17h, no Hotel Mercure , Rua Santa Justina, 210 – Vila Olímpia - Estacionamentos no local . Informações e inscrições: Vanessa Vicente (11) 3897-90779 – vanessa@sindusfarma.org.br.

Organização do evento: Sindusfarma: Sindicato da Indústria de Produtos
Farmacêuticos no Estado de São Paulowww.sindusfarma.org.br

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Exposição com videogame gigante simula prevenção e tratamento de doenças epidêmicas

Pela primeira vez na América, a exposição francesa “Epidemik: o impacto das epidemias na sociedade ao longo dos séculos” será aberta ao público carioca nesta terça-feira (20/10), apresentando como principal atração um gigantesco videogame de 270 metros quadrados com situações simuladas de crises epidêmicas para mais de 40 jogadores.

No jogo, os participantes enfrentarão situações reais ou fictícias nas quais terão de interagir.Os cenários propostos são gripe aviária em Cingapura, ataque biológico terrorista em Nova York, malária e aids na África e na Ásia e dengue no Rio de Janeiro – este especialmente desenvolvido para o Brasil, com conteúdo e iconografia preparados por técnicos e cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A Epidemik original, montada há um ano no museu de La Cité des Sciences e de l’Industrie de la Villette, na capital francesa, recebeu até hoje mais de 300 mil visitantes, em sua maioria estudantes. Desenvolvido pela empresa Stratosphère, o jogo começa quando o visitante da exposição pisa no tabuleiro e recebe uma aura colorida individual projetada no chão, que o acompanha por toda a simulação.

A luz colorida muda à medida que o jogador adota precauções ou providências para o tratamento do seu estado de saúde, sempre orientado por informações projetadas numa tela gigante. Vinte monitores auxiliarão os participantes durante o jogo, que também é acessível a cadeirantes.

Totalmente gratuita, a exposição é dirigida à população em geral, principalmente aos jovens estudantes.“A Epidemik faz parte do Ano da França no Brasil e é a primeira vez que é apresentada fora da França”, diz a coordenadora executiva da exposição, Cristina Moscardi, da empresa Sanofi-Aventis, maior indústria farmacêutica europeia e parceira da Fiocruz na iniciativa. “É importante destacar que a exposição no Rio ocorre simultaneamente à que está montada no La Cité, e que, além da dengue, outra novidade brasileira é o filme sobre o centenário da descoberta do mal de Chagas, também exibido na exposição”.

A antropóloga Gisele Capel, da Fiocruz e curadora da Epidemik, enfatiza outro aspecto: “Conseguimos montar no Brasil uma exposição multimídia de alta tecnologia, que vai capacitar técnicos brasileiros no que existe de mais avançado no mundo.

As equipes francesas e brasileiras envolvidas estão numa cooperação efetiva, raramente vista em casos semelhantes”.A Epidemik já ocupa a área de mais de 1.200 metros quadrados, dividida em dois blocos, com pé direito de seis metros.

O primeiro bloco aborda a história milenar dos homens e das epidemias e faz uma retrospectiva do tema desde o período Neolítico, passando pela Antiguidade, a Idade Média e a Revolução Industrial, até os dias atuais.

A proposta é discutir as condições que favoreceram o surgimento das epidemias, os meios que foram utilizados para combatê-las e o impacto que tiveram sobre a vida das populações. Obras de artistas franceses servem de fio condutor para traçar uma linha do tempo e situar as diferentes epidemias ao longo dos séculos.

Obras brasileiras do acervo do Itamaraty, do Instituto Moreira Salles, da Fiocruz e do Instituto Butantan destacam momentos marcantes da história das epidemias no país. O videogame coletivo é o destaque do segundo bloco.

A exposição “Epidemik: o impacto das epidemias na sociedade ao longo dos séculos” estará aberta ao público, com entrada franca, entre 20 de outubro e 24 de novembro, no Centro Cultural da Ação da Cidadania, à Avenida Barão de Tefé, 75, na Saúde, na zona portuária do Rio de Janeiro.

O horário de visitação é de 8h30m às 19h30m e as visitas escolares podem ser agendadas pelo telefone (21) 3865-2128, das 9h às 17h.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O custo de envelhecer

A população mundial está envelhecendo.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que haja 2 bilhões de idosos no mundo em 2025. Em 2000 havia 605 milhões.

Em 15 anos o Brasil será o sexto país no mundo em número de idosos. Será que estamos preparados para isso?Todos podemos adoecer.

Esse risco é alto no primeiro ano de vida, declina na infância e cresce com a idade, especialmente a partir dos 50 anos. Estudos em países da União Europeia mostram que os gastos aumentam mais de dez vezes para indivíduos acima de 70 anos, em relação aos gastos com pessoas entre 5 e 19 anos. No Japão a história se repete: os gastos per capita em saúde para pessoas com mais de 75 anos são 7,5 vezes maiores do que para os jovens.

No Brasil, os gastos com a saúde dos idosos são mais de seis vezes maiores do que na infância. No entanto, é muito comum vermos consumidores reclamando que, ao completarem 60 anos de idade, têm as suas mensalidades dos planos de saúde reajustadas em valores exorbitantes.

Por que será? O sistema de planos de saúde funciona por mutualismo. As operadoras administram a arrecadação do pagamento das mensalidades e indenizam aqueles que precisaram fazer uso dos serviços médicos cobertos pelo plano naquele período.

Se o idoso utiliza mais o seu plano e, portanto, o risco médio de sua faixa etária é maior, compreende-se por que ele deve pagar uma mensalidade maior. A lei dos planos de saúde reconhece esse fato e permite que se discriminem as mensalidades dos beneficiários por faixas etárias, e exclusivamente por estas, mas isso não ocorre livremente.

A regulação que rege as operadoras de planos de saúde estabelece regras para a diferença de preços por faixa etária. São admitidas dez faixas etárias, o preço da última não pode ser maior do que seis vezes o da primeira e a variação da sétima para a décima não pode ser maior do que a variação entre a primeira e a sétima. Para as faixas intermediárias não há regras e os reajustes podem ser feitos nas mudanças de cada faixa ou de uma só vez.

Como a variação de custos entre a primeira e última faixa etária é maior do que seis vezes, o equacionamento exige que algumas gerações subsidiem outras. Para respeitar as regras de preço e o necessário equilíbrio econômico-financeiro as operadoras cobram um pouco mais do que o risco (custo médio) das faixas abaixo dos 59 anos e menos do que o risco (custo médio) dos idosos.

Assim, jovens pagam mais que o risco médio de sua faixa etária e os idosos, menos, com os mais jovens subsidiando os mais idosos.

Esse mecanismo, no entanto, causa um problema: os mais jovens, percebendo essa diferença, optam por não contratar planos de saúde, havendo, assim, menor número de beneficiários entre a população mais jovem do que haveria se o prêmio correspondesse ao risco de cada faixa etária. Essa "fuga dos mais jovens" reduz o valor que é transferido entre gerações para subsidiar os planos dos mais idosos, o que eleva o seu custo para todos. A consequência é que permanecem ou aderem ao plano os idosos e as pessoas que mais precisam dos serviços de assistência à saúde.

Estudo recente mostra que os porcentuais de reajuste nas três últimas faixas etárias (a partir do 44 anos), calculados conforme a regulação, são, de fato, altos. Algumas operadoras dispensam os reajustes intermediários e concentram toda a variação na passagem dos 58 para os 59 anos, o que resulta em elevado porcentual.

Não obstante o descontentamento que provoca, essa prática é benéfica para o consumidor. Pela ótica financeira, o consumidor que tem seu plano reajustado segundo a regulação, porém concentrando o reajuste na última faixa etária, deixa de gastar boa parte da mensalidade durante dez anos.

Esse valor aplicado mensalmente em caderneta de poupança acumularia valor suficiente para pagar 40 mensalidades do plano de saúde após os 60 anos. Nesse modelo ganham os beneficiários e os planos de saúde, que mantêm mais beneficiários jovens em suas carteiras e, com isso, têm os custos mais diluídos.Acontece que nem todos detêm essa informação.

Apesar de constar em lei e em contratos, o reajuste por faixa etária tem sido objeto de inúmeros processos judiciais. Entretanto, cabe abordar a repercussão econômico-financeira de decisões que superem regras pactuadas ou que alterem os parâmetros previamente estabelecidos.

As operadoras, para comercializarem um produto, têm de realizar os cálculos atuariais para comprovarem a capacidade de honrar o compromisso de garantir a assistência ao beneficiário no longo prazo. As empresas que concentram o reajuste na última faixa etária - o que não é vedado pelas normas - o fazem com base nesses cálculos.

Decisões judiciais que não sigam estritamente o que foi previsto no contrato alteram o equilíbrio econômico-financeiro, podendo mesmo ameaçar a solvência da operadora.O cenário para gastos em saúde é de comprometimento cada vez maior da renda, tanto a de impostos como a dos indivíduos, para suprir as necessidades de assistência à saúde.

Incentivar um comportamento prudente da população e apresentar as alternativas para o planejamento financeiro de longo prazo faz parte da mudança cultural necessária para enfrentar as mudanças no padrão de consumo decorrente do crescimento das despesas médico-hospitalares.

O brasileiro, que se criou na cultura inflacionária, tem arraigada a cultura do ganhar para gastar na mesma hora. Porém o cenário econômico mudou e este novo momento exige uma mudança cultural da população para planejar as suas rendas e despesas no longo prazo, tornar-se mais responsável pela suas ações e se preparar para a aposentadoria, quando a renda diminui e os gastos crescem.


José Cechin, superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), foi ministro de Estado da Previdência e Assistência Social

Para a Sanofi, ainda há espaço para compras no País

A francesa Sanofi-Aventis identifica muito espaço para crescer no Brasil, mesmo depois da compra em abril do laboratório Medley, maior fabricante de genéricos do País - um negócio de R$ 1,5 bilhão. Com a aquisição, a companhia se tornou a maior empresa farmacêutica do Brasil, com participação de mercado de 11,1%."Ainda existem oportunidades de aquisições", afirmou Christopher Viehbacher, presidente mundial da Sanofi-Aventis, em visita ao País. "Mas não dá para prever quando.

É como pescar. Você joga a isca, mas não sabe quando o peixe vai morder." Ele não quis comentar se está em negociações.

A Sanofi-Aventis anunciou ontem a instalação de uma nova fábrica no polo industrial de Brasília, para a fabricação de anticoncepcionais genéricos, um segmento onde a Medley ainda não atuava. Segundo Heraldo Marchezini, presidente da subsidiária brasileira, esse era um projeto que estava sendo tocado pela Medley quando a empresa foi adquirida, e que foi ampliado para atender às necessidades da Sanofi-Aventis.O investimento será de US$ 45 milhões, com previsão de inauguração em 2012.

A empresa planeja investir, num período de três anos, US$ 100 milhões no País, incluindo a nova fábrica. A empresa vai ampliar suas unidades no Estado de São Paulo. Com três fábricas no País, nas cidades de Suzano, Campinas e Sumaré (SP), a Sanofi-Aventis emprega cerca de 4 mil pessoas e faturou R$ 3,278 bilhões no ano passado.A Sanofi-Aventis Brasil é, atualmente, a oitava maior subsidiária do grupo. O objetivo é chegar a 2012 entre as cinco maiores filiais.

"Isso acontecerá tanto pelo crescimento contínuo do Brasil quanto pelo declínio de algumas operações europeias", disse Viehbacher. "O Brasil foi menos afetado pela crise mundial."O executivo destacou a necessidade de as empresas farmacêuticas criarem uma presença diversificada, com medicamentos de pesquisa (com patentes em vigor), remédios sem prescrição médica, genéricos e vacinas. "As empresas não podem ser dependente de patentes", disse.

"A área de vacinas, por exemplo, exige grandes investimentos, e uma presença importante nessa área oferece uma proteção contra o declínio de participação de mercado."A Sanofi-Aventis trabalha numa vacina contra a dengue e está investindo US$ 500 milhões numa fábrica para o medicamento, que ainda está na fase 2 de desenvolvimento, de verificação da sua eficácia em pacientes. "A diversificação geográfica também é importante", disse Viehbacher.

"A dengue, por exemplo, não é uma doença que afeta todos os países."Os planos da empresa incluem transformar o Brasil em uma plataforma de exportações para a América Latina e outros lugares do mundo. "A fábrica de Suzano já exporta cerca de 21% de sua produção", disse Marchezini. Os clientes externos estão em 11 países latino-americanos. Segundo Viehbacher, a Sanofi-Aventis também planeja ampliar as atividades de pesquisa e desenvolvimento no Brasil.

Atualmente, a empresa conta com duas unidades de pesquisa clínica no País, que receberam mais de US$ 40 milhões de investimento nos últimos anos.

Fitoterápicos: instituições científicas de ponta estudam plantas


A apropriação de plantas e ervas para fins medicinais remete aos primórdios da humanidade. E, até hoje, tomamos chás e extratos cujos poderes foram descobertos há séculos por nossos antepassados.

Os medicamentos vegetais, no entanto, há muito ultrapassaram a condição de “chazinhos” e, cada vez mais, o conhecimento tradicional vem sendo aliado à pesquisa científica por pesquisadores que compreendem que ciência e natureza andam juntas na preservação da saúde.– Muita gente pensa que fitoterapia é só o “chazinho da vovó”.

Também é, mas não é apenas isso – afirma Glauco Villas Bôas, pesquisador e coordenador do Núcleo do Gestão em Biodiversidade e Saúde de Farmanguinhos. – A planta medicinal é remédio mesmo, e químicos, farmacólogos e antropólogos vêm se unindo para buscar conhecimentos tradicionais.

Levando-se em consideração que 80% da população mundial utiliza medicamentos de origem vegetal e que, segundo Villas Bôas, cerca de 3/5 dos produtos medicinais colocados no mercado têm origem biológica, não há mais como duvidar do poder desse tipo de medicamento.

Prova disso é o fato de que uma das maiores referências em medicina do país, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), um laboratório farmacêutico de renome mundial, vêm realizando diversas iniciativas em pesquisa e desenvolvimento de fitoterápicos, sendo pioneiro na área de desenvolvimento de produtos naturais.Da mesma maneira, essa capacidade de gerar riquezas e permitir produtos inovadores não passou desapercebida pelos cientistas e empresas farmacêuticas que, cada vez mais, vêm buscando aliar desenvolvimento científico com conhecimentos tradicionais de povos locais para explorar novas possibilidades:– O Ministério da Saúde e as grandes corporações já perceberam a potencialidade dos fitomedicamentos em um país com a biodiversidade do Brasil – afirma Valério Morelli, engenheiro agrônomo e pesquisador da Farmanguinhos. – Em lugares como a Amazônia, por exemplo, você vê empresas realizando pesquisas de levantamento de dados entre índios e comunidades locais.

E a ideia de que medicamentos fitoterápicos são menos “científicos” do que os remédios sintéticos – os chamados alopáticos - vem sendo lentamente derrubada pela ciência. Segundo Villas Bôas, produtos de origem vegetal já estão se tornando líderes dentro do mercado, com grande aceitação de uma outrora relutante classe médica:– Os problemas com os fitomedicamentos eram a credibilidade e o embasamento científico e tecnológico insuficientes – explica Villas Bôas – No entanto, essa relutância some a partir do momento em que produto passa por essas etapas de pesquisa e tem sua eficácia comprovada.O trabalho científico, aliás, entra em ação logo nas primeiras fases da produção de um fitomedicamento.

As plantas passam por um período de estudo e adaptação para obtenção de substâncias necessárias para a produção de um medicamento. Descobertas em seu ambiente natural, essas plantas são levadas para um local mais controlado, no qual os cientistas devem garantir que estejam padronizadas e que ainda sejam capazes de produzir as substâncias desejadas:– Para estabelecer um padrão químico, pegamos a planta, enviamos para o laboratório e lá é feita sua “impressão digital”, ou seja, descobrimos quais substâncias existem nela e em que concentração – explica o agrônomo Morelli. – Também precisamos garantir que elas continuem produzindo as substâncias depois de retiradas de seu ambiente natural.

Jornal do Brasil

terça-feira, 13 de outubro de 2009

IMS com previsões mais favoráveis para vendas farmacêuticas globais.

O IMS é a empresa que referencia os dados de vendas da indústria farmacêutica mundial, notadamente para o varejo (venda em farmácias). Todos os anos, a empresa realiza as previsões para os anos seguintes, apontando áreas de maior interesse para investimento em diversos países ao longo do globo.

Apesar do crescimento deste setor até 2013 continuar a ser estimado como fraco em relação a anos anteriores, o desempenho registrado durante este ano levou a IMS a projetar um cenário um pouco mais animador do que o que tinha anunciado em Abril.

Há cerca de seis meses, as estimativas da IMS para os medicamentos sujeitos a receita médica nos Estados Unidos indicavam, pela primeira vez, uma queda - desde que a empresa começou a analisar os dados (1957) -, situada entre 1 e 2%.

Agora, prevê uma subida para este ano, entre os 4,5 e os 5,5%, e um crescimento entre os 3 e os 5% em 2010.

A IMS disse que a procura às farmácias foi maior do que o esperado, o que fez com que estas tivessem de compensar os stocks reduzidos no final do ano passado, temendo o impacto de uma recessão profunda.

Entretanto, as farmacêuticas aplicaram aumentos de preços, apesar da economia de esforço, o que conduziu a uma previsão de melhoria.As vendas farmacêuticas globais poderão aumentar entre 4 a 6% em 2010, ultrapassar os 825 mil milhões de dólares, e alcançar os 975 mil milhões de dólares em 2013, correspondendo a uma taxa composta de crescimento anual entre 4 e 7%, segundo a IMS.

"A previsão um pouco mais positiva para o sector farmacêutico deve-se essencialmente ao forte crescimento do mercado norte-americano, que provou ser mais resiliente do que o esperado para a desaceleração econômica", comentou à “Reuters” Murray Aitken, vice-presidente senior da Healthcare Insight da IMS.

Desta forma, a IMS aumentou a suas estimativas para este mercado até 2013 em cerca de um ponto percentual.A empresa considera que as perdas de patentes de vários blockbusters durante os próximos anos são um dos principais fatores que vão limitar o crescimento do sector até 2013, ao mesmo tempo que a concorrência entre genéricos vai ganhar um maior destaque. Durante os próximos cinco anos, produtos que geraram vendas anuais de 137 mil milhões de dólares irão perder a proteção de patente.

Entre estes está o Lipitor (Pfizer), Plavix (comercializado pela Sanofi-Aventis e Bristol-Myers Squibb) e o Advair (GlaxoSmithKline).Os medicamentos de marca vão perder cerca de 80% das suas receitas quando as suas versões genéricas começarem a inundar o mercado.

Vários medicamentos com potencial para ultrapassar os mil milhões de dólares em lucros anuais poderão entrar no mercado para tratar a osteoporose, esclerose múltipla, artrite reumatóide, cancro ou diabetes não deverão gerar a magnitude de vendas que os fármacos que irão perder a patente, assinalou a IMS.

Aitken considera que uma verdadeira descoberta a nível terapêutico ainda poderá gerar muitos milhares de milhões de dólares. "Se tivermos cinco lançamentos desse tipo no mercado durante os próximos anos, o mercado global poderá vir a ganhar outra dimensão".

Mercados emergentes como a China, Brasil, Índia, Coréia do Sul, México, Turquia e Rússia poderão registrar um crescimento nas vendas entre 12 e 14% em 2010 e 13 e 16% até 2013, calcula a IMS. A empresa revelou igualmente que na sua última previsão não teve em conta o potencial impacto da pandemia de gripe A, que poderia afectar de forma positiva as taxas de crescimento, através de um grande aumento das vendas de vacinas e antivirais.

Fonte: Netfarma

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A guerra Anvisa x Farmácias começou...

Farmácias e drogarias “decretaram guerra” às novas regras para o setor, definidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na quarta-feira (7), a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) ajuizou ação contra a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 44/2009 e as Instruções Normativas (IN) 9 e 10, anunciadas no dia 18 de agosto.

Agora, os representantes estaduais do segmento se preparam para entrar na Justiça, individualmente, contra a regulamentação, o que deve ocorrer até o final do mês. O Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de Minas Gerais (Sincofarma Minas) ainda tentará acelerar a votação de um projeto de Lei que regula a venda de produtos de conveniência em farmácias no Estado, em tramitação na Assembleia Legislativa (AL).

A Anvisa não quis comentar o assunto.Os representantes dos estabelecimentos do Sul, Sudeste e Centro-Oeste se reuniram na Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio Minas), em Belo Horizonte, para definir uma estratégia comum para os processos judiciais. Os empresários entendem que a norma é inconstitucional, uma vez que a Anvisa não teria poder para legislar.Entre os pontos polêmicos, a regulamentação proíbe a venda de produtos não relacionados à saúde nas farmácias e drogarias, a exemplo de balas, refrigerantes, pilhas, ração etc.

Também prevê que os medicamentos, inclusive os de venda livre, fiquem atrás do balcão. Ou seja, não podem ficar nas prateleiras acessíveis aos usuários.“As regras contrariam a legislação atual (Lei 5.991/93), que não limita os produtos que podem ser vendidos nas farmácias. A Anvisa é uma autarquia e não uma agência reguladora, portanto, tem que seguir a legislação. Não pode inovar”, defende o presidente da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto. Para ele, a Agência está na contramão dos demais países do mundo, como Estados Unidos, Inglaterra, Itália, Suécia, Portugal e o Chile, que acabam de fazer o caminho inverso, liberando a venda de remédio nas prateleiras.

O presidente da Câmara Brasileira de Produtos Farmacêuticos (CBFarma), José Raimundo dos Santos, avalia que a nova norma traz prejuízos para farmácias e consumidores.

“Há cidades no interior em que o único acesso a serviços de correspondente bancário, Correios e lotéricas é por meio das farmácias”, afirma.O proprietário da Drogaria Araujo, Modesto Araujo, lembra que os produtos de conveniência têm participação importante no faturamento.

“Para atender a população por 24 horas, é preciso agregar mais itens ao negócio”, alega. A estimativa da Abrafarma é de que os “não remédios” representem em torno de 25% dos ganhos do setor.Munido desses argumentos, o presidente do Sincofarma Minas, Lázaro Luiz Gonzaga, informa que a entidade tentará um entendimento com a Anvisa. “Se não for possível, vamos questioná-la judicialmente, pois não há legalidade na medida”, argumenta. Minas possui, aproximadamente, oito mil farmácias e drogarias.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Wickbold usa Anvisa para lançar pão funcional

O aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) será o diferencial da Wickbold para o lançamento da linha de pães funcionais Estarbem.

A empresa - a segunda colocada no mercado de pães industrializados, depois da Bimbo (dona das marcas Plus Vita, Pullman e Nutrella) - investiu R$ 1,5 milhão no desenvolvimento e na apresentação dos produtos, que terão o nome da agência no verso da embalagem.

A Anvisa não concede selos para atestar a qualidade de alimentos, mas sua aprovação é necessária para que um produto seja considerado funcional.

Para isso, a fabricante deve entrar com pedido de registro no órgão e enviar documentação científica e informações técnicas. No caso dos pães da Wickbold, o apelo está no fato de que duas fatias suprem em até 28% a necessidade diária de fibras, o que contribuiria para o "equilíbrio da flora intestinal".

Com isso, a empresa tenta ganhar espaço no concorrido mercado de pães industrializados, que movimentou R$ 1,75 bilhão em 2008, segundo a Nielsen, e vem observando a migração do consumo do pão branco para os especiais. Resta saber se, para o público, acostumado a expressões como "enriquecido com fibras", o nome da Anvisa, que vai estar nos anúncios de revistas e será repetido por promotores nas lojas, pesará na hora da compra.

"Somos os primeiros a obter o registro da Anvisa na categoria de pães e vamos trabalhar para que o consumidor se conscientize de que nossos produtos oferecem algo mais", afirma Telma Wickbold, diretora administrativa e financeira e neta do fundador, Henrique Wickbold, imigrante alemão que criou a empresa em 1938.

Segundo Telma, a fabricante já tem outros pedidos em análise na Anvisa para registro como "alimentos com alegações de propriedade funcional ou de saúde".

A empresa, dona de quatro fábricas - uma em Hortolândia (SP), duas na capital paulista e uma no Rio -, está aumentando a capacidade da planta no interior paulista, inaugurada ano passado, para atender a demanda. Segundo a Nielsen, no acumulado de janeiro a agosto deste ano, a categoria de pães industrializados cresceu 9,2% em volume e 13,7% em valor, já descontada a inflação.

A alta em valor é puxada pelos pães especiais, que custam cerca de 70% mais que os brancos (em torno de R$ 3,80). Os funcionais da Wickbold vão custar ainda mais (preço sugerido de R$ 5,50).Para fabricar os funcionais, a empresa importou o principal ingrediente, a inulina, da Noruega. A aposta da Wickbold é que os novos produtos representem, até o fim de 2010, 10% da receita total, não revelada. A fabricante quer aumentar a linha de produtos para além dos pães e torradas. Este ano, já lançou uma massa de pizza integral, cuja produção é terceirizada.

"Estamos analisando novas categorias para investir", afirma a gerente de marketing da fabricante, Sandra Sernaglia. A Anvisa confirma o aumento do interesse pelos funcionais. Desde 1998, foram concedidos mais de 400 registros.

A Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia) ainda não sabe quanto os funcionais movimentam no Brasil, onde o iogurte Activia, da Danone, é um dos mais bem-sucedidos exemplos. Mas, segundo a consultoria PricewaterhouseCoopers, citada pela revista "The Economist", o mercado de alimentos funcionais no mundo deve chegar a US$ 128 bilhões em 2013. Em 2007, estava em US$ 78 bilhões.

Valor Econômico
Jornalista: Daniele Madureira

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Discussão sobre patentes!

Doze entidades de classe e organizações não governamentais (ONGs) pediram para ingressar, como parte interessada - amicus curiae -, na ação direta de inconstitucionalidade (Adin) que questiona a validade do sistema conhecido como "pipeline", que permite a revalidação de patentes estrangeiras no Brasil. A ação foi ajuizada em abril pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

O que está em jogo é a perda do monopólio de 565 patentes concedidas por meio do instituto, a maioria para medicamentos. Se o pipeline for considerado inconstitucional, as patentes caem em domínio público. Associações que representam indústrias químicas, farmacêuticas e de medicamentos genéricos querem acompanhar de perto o processo.

Hoje, pelo menos 333 medicamentos considerados essenciais - utilizados, por exemplo, no tratamento de câncer e aids - têm a patente protegida. A controvérsia surgiu quando a Lei nº 9.279, de 1996, que regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial, passou a considerar patenteáveis os produtos alimentícios, químicos-farmacêuticos e medicamentos, que até aquele momento não eram passíveis de proteção no país.

Pelo pipeline, as patentes concedidas no exterior eram validadas automaticamente no Brasil, ou seja, sem a análise do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), como ocorre com as patentes nacionais. Foi exigido que os pedidos de revalidação fossem feitos em até um ano da vigência da lei, maio de 1997.

A legislação limitou o prazo de vigência das patentes a 20 anos. Enquanto o INPI entende que a validade dessas patentes é contada a partir da data do depósito feito no país de origem, os laboratórios internacionais brigam, no entanto, para terem o prazo prorrogado em função de suas patentes terem sido estendidas no exterior.

Um dos pedidos para ingresso na ação foi feito pela Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia), uma ONG que batalha pelo acesso aos tratamentos e medicamentos relacionados à doença. De acordo com estudo realizado pela associação, o gasto brasileiro com cinco medicamentos concedidos sob vigência do pipeline, usados no tratamento da Aids entre 2001 e 2007, foi de aproximadamente U$$ 420 milhões, conforme o preço de mercado estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Para Francisco Viega Neves da Silva, do setor de projetos da Abia, o montante mostra o que poderia ter sido economizado pela população e pelo Estado se as patentes fossem quebradas. Em 2007, o governo quebrou a patente do Efavirenz, medicamento utilizado no tratamento da Aids e que estava sob a proteção do pipeline. "O Brasil confiou nas decisões de escritórios estrangeiros e não examinou o critério de novidade das patentes exigido pela lei", diz Neves.

Até agora, apenas o pedido de amicus curiae da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) foi deferido pela ministra Cármen Lúcia, relatora da ação. Os demais ainda não foram analisados. A ministra acatou o argumento da associação que reúne 28 laboratórios - eles representam 54% do mercado brasileiro de medicamentos e seriam responsáveis por promover o ciclo de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos inovadores.

Procurada pelo Valor, a Interfarma afirmou, em nota, que acredita que "a Lei de Propriedade Industrial, aprovada em 1996 após intensos e produtivos debates, foi uma importante conquista da sociedade brasileira, e tem permitido enormes avanços em matéria de inovação, não apenas no campo farmacêutico. Por isso, defende que ela seja mantida e respeitada, integralmente".

Valor Economico

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A Selva do planejamento estratégico - venham conhecer!


Mais ou menos nesta época do ano as empresas dedicam um bom tempo para o planejamento estratégico, visando 2010 e buscando cenários possíveis para 2011, 2012 e sucessivamente.


Falar da importância do planejamento estratégico é retórica, visto que as empresas dependem dele para sua sobrevivência no mercado (já que pelo conceito de competitividade, estamos competindo com recursos escassos e invariavelmente da mesma forma, sem muita diferenciação).


Além disto, a importância e o valor do planejamento estratégico é inegável, pois se trata de um modelo de fácil implementação nas empresas, por seu perfil didático e pela metodologia simplificada.


Algumas reuniões anuais entre as principais lideranças são suficientes para que a organização direcione ou redirecione seus rumos e obtenha indicadores de acompanhamento de seus resultados.


Ao planejamento estratégico liga-se uma segunda variável indispensável nas empresas que é a introdução da cultura do pensamento estratégico como instrumento de gestão.


Entretanto, apesar a disseminação da cultura, o planejamento estratégico está longe de ter seu assunto esgotado e os gestores devem motivar-se com os ótimos resultados que são alcançados para aprofundar-se no assunto.


Ao se falar de estratégia, creio que a obra "Safari da Estratégia" de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel, dos quais o mais conhecido é Mintzberg, responsável por importantes textos sobre administração, como o próprio nome sugere faz uma verdadeira varredura por todas as escolas de pensamento estratégico, destacando as principais abordagens e identificando inúmeras outras ferramentas além do próprio planejamento estratégico.


Me deparei com este livro há alguns anos e ainda hoje, utilizo muito de seus conceitos e da visualização das diversas escolas de pensamento estratégico que são muito bem discutidas no decorrer do livro, e dão um apanhado geral muito importante para qualquer gerente na área de marketing.


Para nós que vivemos na selva do planejamento estratégico, a leitura desta obra é condição "sine qua non" para entender os modelos, conceitos, utilidade e evolução do pensamento estratégico ao longo dos últimos 50 anos, formando uma sólida e coerente visão sobre o mercado onde se está atuando e como realizar um modelo de planejamento estratégico eficaz.


Hypermarcas paga R$ 300 milhões pelas fraldas Pom Pom

Dois meses depois de ter captado recursos via oferta de ações, a Hypermarcas anunciou ontem a sua segunda aquisição. Pagará R$ 300 milhões pela Pom Pom e entrará no segmento de fraldas descartáveis. Marca conhecida na venda dos artigos para as crianças, a Pom Pom também é dona da BigFral, líder no segmento geriátrico.

O valor do negócio deverá ser confirmado em dois meses, prazo para que se encerrem os procedimentos de auditoria.

Claudio Bergamo, presidente da Hypermarcas, diz que a operação reforça o plano traçado para o dinheiro captado na oferta, de promover crescimento em mercados complementares aos seus negócios. Estão no radar companhias com faturamento entre R$ 50 milhões e R$ 300 milhões. A Pom Pom, com faturamento anualizado de R$ 250 milhões, com base nos resultados do primeiro semestre, fica perto do topo dessa escala, portanto.

No início de setembro, a Hypermarcas comprou, por R$ 25 milhões, a Hydrogen, que selou o seu ingresso em produtos infantis e juvenis, com itens como talcos e xampus.

O executivo destaca que o segmento de descartáveis é hoje o maior no ramo de higiene pessoal no país, com faturamento de mais de R$ 4 bilhões por ano, e que lida com produtos de alto valor agregado.

"O potencial de crescimento é muito grande e acreditamos na aceleração ainda maior nos próximos anos por conta da retomada da atividade econômica, que impulsionará a renda", diz Bergamo. "No lado das fraldas geriátricas, a alta deve ser puxada pelo envelhecimento populacional. No caso infantil, consumidores que não tinham acesso a esses produtos passarão a ter", diz.

A BigFral tem 40% de participação de participação em seu nicho. No segmento geriátrico, embora haja falta de dados consolidados, fabricantes do setor estimam um crescimento de vendas da ordem de 40% nos próximos cinco anos.

Já nas fraldas infantis, a Pom Pom tem fatia de 4% no mercado brasileiro e de 9% apenas na cidade de São Paulo. A linha infantil de sabonetes e talco Pompom, entretanto, não pertence à companhia, mas sim à Colgate-Palmolive.

Bergamo, da Hypermarcas, diz acreditar que, em função da sua rede de clientes, terá condições de melhorar a distribuição nacional dos itens da Pom Pom.

Na aquisição, a Hypermarcas pagará 40% dos R$ 300 milhões à vista e o restante será parcelado.

A oferta de ações realizada em julho pela empresa somou R$ 793,5 milhões e deste total cerca de R$ 560 milhões ficaram na empresa - o restante foi para o bolso dos acionistas vendedores na operação.

Antes da captação, entretanto, a empresa possuía R$ 320 milhões em caixa - ou seja, iniciou o segundo semestre com quase R$ 900 milhões para gastar. Como nos negócios anunciados paga parte à vista e parte parcelado, ainda possui grande quantidade de de recursos em caixa para orquestrar novas compras.

E a Hypermarcas possui aquisições em vista, "como sempre", destacou Bergamo.

A Pom Pom é a terceira maior transação já anunciada pela empresa - atrás de Farmasa, fechada em junho de 2008 pelo valor de R$ 873,4 milhões, e do grupo Niasi, comprado em outubro passado, por R$ 328,4 milhões.

Bergamo conta que o fato de a empresa estar cumprindo à risca os planos divulgados aos investidores tem contribuído para o melhor desempenho de seus papéis. Ele também destaca a grande capacidade de absorver os novos negócios.


Valor Econômico

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Projeto de farmacêutica gigante não decola


O sonho do governo brasileiro de criar uma "superfarma", uma grande indústria farmacêutica para competir globalmente, está ficando cada vez mais distante. Fortalecida desde a criação da lei dos genéricos e exibindo taxas de crescimento acima de dois dígitos, a indústria nacional virou alvo das gigantes multinacionais.

O Laboratório Medley foi vendido para a francesa Sanofi-Aventis e, nas próximas semanas, a americana Pfizer deve concretizar a compra da Neo Química.


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) preferia ver as duas empresas nas mãos de um dos três maiores e mais sólidos laboratórios nacionais: Aché, Eurofarma ou EMS.

Ou que houvesse alguma fusão entre os três.

O chefe do Departamento de Produtos Intermediários, Químicos e Farmacêuticos do BNDES, Pedro Palmeira, admite que é um desejo do banco ter "uma empresa farmacêutica forte, que pudesse aspirar ser um competidor global".

"Há alguns anos, se falássemos que o Brasil iria competir com líderes da indústria aeronáutica mundial, a gente ouviria risada. Hoje, isso virou realidade. Por que não aspirar o mesmo no setor farmacêutico?"

Segundo Palmeira, o governo tem interesse estratégico em fomentar o setor por ele ser intensivo em conhecimento e tecnologia. "Nos Estados Unidos, depois do segmento de defesa, o maior investimento governamental é na indústria farmacêutica.

E esse setor vai ter um papel fundamental no sentido de permitir que os países em desenvolvimento alcancem os desenvolvidos em termos de conhecimento tecnológico."

Entretanto, a demanda por recursos está aquém da disposição do banco de emprestar. Desde 2004, quando foi criado o Profarma, até agosto deste ano, os financiamentos do BNDES para o setor somam R$ 1,3 bilhão, dos quais R$ 1,1 bilhão já foi contratado.

Há dois anos, a intenção do banco era alcançar uma carteira de R$ 2 bilhões até meados de 2008.

O programa oferece linhas especiais para investimentos em inovação, exportação, ampliação de instalações industriais e para fusões e aquisições.

"A inovação depende de tempo para acontecer e essa trajetória só será realizada em nosso País por companhias de capital nacional", afirma Palmeira. "Por isso, nossa visão de que uma farmacêutica com musculatura financeira seria bem-vinda."

Desde o início do programa, o banco só financiou duas operações de aquisição: a da Biosintética pelo Aché e da Barenne pela Farmasa. E, entre os três grandes laboratórios nacionais, não existe nem sinal de conversa.

Mas, se serve de consolo, EMS, Aché e Eurofarma dificilmente serão desnacionalizados, ao menos no curto prazo.

Não por falta de oferta, mas porque seus donos são muito comprometidos com o negócio e não querem vender. "Será que vale mais à pena vender a empresa e colocar o dinheiro no CDI ou se manter em um negócio que cresce 18%", afirma José Ricardo Mendes da Silva, diretor presidente do Aché, empresa que fatura R$ 1 bilhão


O Estado de São Paulo

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Abbott compra unidade farmacêutica da Solvay por US$ 7 bi


A Abbott Laboratories fechou acordo para comprar a divisão de farmacêuticos do conglomerado belga Solvay por cerca de € 4,8 bilhões (US$ 7 bilhões), em mais um sinal de consolidação da indústria farmacêutica.

O acordo é totalmente em dinheiro e pode ser anunciado hoje, disseram pessoas familiarizadas com a questão. Segundo uma delas, a Abbott pagará € 4,5 bilhões agora e pode pagar mais € 300 milhões entre 2011 e 2013 se a divisão alcançar certas metas.

A Abbott considera a Solvay como uma maneira de se expandir para mercados emergentes na Ásia e na Europa Oriental, onde tem pouca presença, ao mesmo tempo em que ganha novos remédios contra colesterol, hipertensão e mal de Parkinson. É a maior aquisição da Abbott desde 2002.

O acordo também dá à Abbott controle total sobre dois remédios para colesterol e triglicerídeos que ela já comercializa em conjunto com a Solvay - o Tricor e o Trilipix.

A Solvay também vende tratamentos hormonais e tem uma pequena operação de vacina contra a gripe - uma área aquecida na indústria farmacêutica devido às preocupações crescentes com possíveis pandemias. Num comunicado à imprensa em setembro, a Solvay informou que começou a produzir pequenas remessas da vacina para o vírus da gripe A/H1N1 e planeja começar a testá-la. A Abbott pode ter a esperança de aumentar o investimento nesse negócio para aproveitar a demanda de muitos países por uma vacina contra o novo vírus, embora ainda não esteja claro qual é a rapidez com que as fábricas da Solvay podem produzir a vacina em grandes quantidades.

A Abbott pagará pela aquisição com recursos que já tem e não precisará obter qualquer outro financiamento, disse uma pessoa familiarizada com a questão.

Para a Solvay, a venda permitirá que ela diminua seu foco e invista mais em duas ou três áreas em que já obtém mais faturamento, como químicos e plásticos.

Analistas dizem que a Abbott precisa diminuir a dependência do Humira, remédio para artrite reumatóide que faturou US$ 4,5 bilhões só no ano passado, correspondendo a 15% do lucro líquido da farmacêutica.

Mesmo em meio a uma desaceleração nas fusões e aquisições no último ano, houve uma onda de acordos entre farmacêuticas, liderada pela aquisição da Wyeth pela Pfizer por cerca de US$ 62 bilhões e o acordo de cerca de US$ 41 bilhões da Merck para comprar a Schering-Plough Corp. As farmacêuticas estão com o caixa cheio e buscam novos produtos para compensar os remédios que vêm perdendo a patente ou as vendas para os genéricos.

O valor da aquisição é uma ótima notícia para os acionistas da Solvay. A ação já subiu 42% desde que a empresa anunciou que estudava vender a divisão, em 1º de abril, e fechou sexta-feira em € 74,73 na Bolsa de Bruxelas.

A Abbott venceu a farmacêutica suíça Nycomed, que tentava há meses comprar a divisão de remédios da Solvay. A Nycomed, controlada por companhias de private equity, era considerada a favorita até a Abbott surgir mais forte nas últimas semanas.

Na falta de concorrentes, a Nycomed andou resistindo a aumentar a oferta para os € 5 bilhões pedidos pela Solvay e, num determinado momento, chegou a baixar a oferta para menos de € 4 bilhões, segundo uma pessoa a par da questão. Sua oferta final ficou bem abaixo da oferta da Abbott, disse outra pessoa.

Para a Nycomed, o mais recente fracasso de suas tentativas de fazer uma aquisição foi o segundo este ano. A empresa já tinha sondado discretamente este ano vários possíveis compradores para ela, sem sucesso. Quando a divisão farmacêutica da Solvay foi posta à venda, criou para a Nycomed a oportunidade de crescer antes de uma possível abertura de capital.

O banco de investimentos do Barclays prestou consultoria à Abbot na aquisição; Morgan Stanley, Citigroup e NM Rothschild & Sons Ltd. assessoraram a Solvay. (Colaborou Jonathan Rockoff)


(Valor Econômico)