quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Aspen expande no Brasil com aquisição de medicamentos



O grupo farmacêutico Aspen , com sede na África do Sul, adquiriu seis medicamento do laboratório paulista Myrallis. O investimento foi da ordem de R$ 35 milhões, reforçando a posição da companhia no segmento fitoterápico, afirmou ao Valor Alexandre França, CEO da Aspen.



A expectativa da multinacional é de que, com essa transação, R$ 16 milhões sejam incrementados ao faturamento anual do grupo. A partir deste mês, a companhia passa a comercializar os medicamentos recém-adquiridos Triativ, Fluijet, Ecosensive, Gynax, Licovit e Prev-Kel.Segundo França, a empresa eleva sua participação no segmento de fitoterápicos, com os produtos Triativ (combate depressão) e Fruijet (mucofluidificante e broncodilatador), e entra no segmento de dermocosméticos, com o Ecosensive, linha composta de talco cremoso e sabonete líquido 100% orgânico. Completam o portfólio do laboratório o gel de silicone Prev-Kel (previne o aparecimento de queloides), o Gynax N (ginecológico) e Licovit (suplemento alimentar antioxidante). O segmento de fitoterápicos representa 15% do mercado mundial de medicamentos e 8% no Brasil.



Esta é a primeira aquisição de produtos da Aspen em 2011 no Brasil, sob a gestão de França, nomeado CEO da companhia este ano. Antes de assumir a presidência do grupo, o executivo dirigia as áreas comercial e de marketing da multinacional sul-africana no país.



França está coordenando a unificação da gestão do grupo no Brasil para promover a expansão no setor farmacêutico. A estratégia de crescimento será focada, em um primeiro momento, na compra de produtos estabelecidos no mercado. O executivo informou que não interessa adquirir laboratórios no país. No ano passado, a Aspen também adquiriu produtos da farmacêutica Hebron, com sede em Pernambuco.



O grupo, com faturamento global de US$ 1,1 bilhão, quer expandir seus negócios nos países do Hemisfério Sul. Maior fabricante de medicamentos do continente africano, a empresa chegou ao Brasil em junho de 2008 depois de comprar 51% da Cellofarm, que desde 2002 estava nas mãos da indiana Strides Arcolet. Em junho de 2009, a Aspen adquiriu, da companhia indiana, os 49% restantes da companhia, que em medicamento similar. O valor do negócio, à época, foi US$ 100 milhões. No Brasil, a Aspen possui um laboratório em Serra (ES) e sede no Rio de Janeiro.



Fonte: Valor Econômico – SP




quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Drogasil e Droga Raia negociam fusão para liderar setor de farmácias no País

Juntas, as duas redes paulistas vão faturar aproximadamente de R$ 4 bilhões e contabilizar mais de 700 unidades no Brasil

As redes Droga Raia e Drogasil negociam a fusão de suas operações, formando a maior empresa do setor de farmácias no País, ultrapassando a gigante formada pela união da Drogaria São Paulo com a Drogão, há pouco mais de um ano. As redes devem unir suas operações para criar uma gigante de cerca de R$ 4 bilhões de faturamento anual, confirmaram fontes próximas ao negócio ao ‘Estado’.

Na esteira dos rumores sobre as negociações, as ações das companhias - ambas listadas na BM&F Bovespa - tiveram forte alta no pregão de ontem. Os papéis da Drogasil avançaram 10,32%, fechando a R$ 11,86. Já a ação da Droga Raia tiveram valorização de 5,26%, terminando o dia a R$ 28.

Segundo a consultoria internacional Euromonitor, Drogasil e Droga Raia, juntas, ficariam com uma fatia de 9,5% de um mercado brasileiro, que movimentou quase R$ 43 bilhões em 2010. Em segundo lugar, viria a Pague Menos, com participação de 5,4%. Em terceiro, a Drogaria São Paulo, com 4,8% - os dados não consideram, no entanto, a união desta última com a rede Drogão (leia quadro abaixo).

Caso a fusão realmente ocorra, as duas empresas também assumem a liderança no País em quantidade de lojas: serão cerca de 700 pontos de venda em estados como São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal.

No entanto, a maior parte das unidades está concentrada em São Paulo, onde as duas bandeiras somam cerca de 480 lojas. De acordo com analistas, essa concentração pode prevenir a entrada de concorrentes em território paulista. As conversas entre Drogasil e Raia ocorrem justamente no momento em que a Pague Menos planeja abrir o capital na bolsa e se fortalecer no Sudeste - hoje, a maior parte dos negócios da Pague Menos se concentra no Nordeste.

Como é de praxe em fusões e aquisições, caso o negócio venha mesmo a ser concretizado, terá de passar pelo crivo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão de defesa da livre concorrência no mercado brasileiro.

Efeitos.


Segundo o analista da varejo da corretora SLW, Cauê Pinheiro, as duas empresas têm operações parecidas e uma união faria sentido. O especialista afirma que um provável benefício de uma fusão seria o aumentar do poder de compra das duas empresas frente a fornecedores. "Com porte maior as empresas poderiam ter ganhos bons na área de compras e também em logística, o que poderia até, ser repassado para o preço dos medicamentos", explica.

No entanto, outro analistas - que preferiu não ser identificado - lembrou que haveria uma sobreposição de operações, já que as duas empresas têm forte participação no mercado de São Paulo. "Metade da receita das duas companhias está concentrada no Estado", lembra.

De acordo com Iago Whately, analista da Fator Corretora, ainda é cedo para as duas companhias realizarem uma operação desse tipo. "Não é impossível. Mas, no momento existem muitas possibilidades para as duas, como de crescimento orgânico, que pode valorizar o preço das ações antes de uma fusão", disse Whaterly.

As duas companhias, entretanto, ainda não falaram oficialmente sobre o assunto. Procurada, a Drogasil informou, por meio da sua assessoria de imprensa, que não comentaria boatos de mercado. Até o fechamento desta reportagem, Droga Raia ainda não havia se pronunciado em relação aos comentários sobre a fusão.



Fonte: O Estado de S. Paulo

quinta-feira, 14 de julho de 2011

14 de julho - Dia do propagandista - mudanças constantes ao longo do tempo!

Eu jamais poderia deixar passar o dia 14 de julho, dia do propagandista, sem nenhuma postagem, pois minha carreira profissional dentro da indústria farmacêutica começou por esta importante função (tal qual a grande maioria que atua neste segmento).

Creio que não poderíamos imaginar o desenvolvimento do mercado farmacêutico sem a presença do propagandista.

Ao longo dos anos a profissão sofreu várias mudanças, passando de propagandista-vendedor-cobrador – PVC (que era responsável pela promoção dos medicamentos, sua venda para as farmácias e também a cobrança das duplicatas) para um “consultor” dentro da área e dos medicamentos e procedimentos que promove.

Com o crescimento do varejo brasileiro, e a chegada das distribuidoras farmacêuticas, o papel do propagandista ganhou importância como “gerador de demanda”, ou seja, conquistando a confiança e respeito dos médicos visitados, e com isto, a prescrição dos produtos promovidos dentro de suas indicações e vantagens terapêuticas, sempre visando as necessidades do médico para determinada patologia.

A conquista da confiança de médicos passa obrigatoriamente por critérios que vão além do relacionamento propriamente dito, e pela imagem que este profissional consegue construir ao longo de suas visitas (pelo profundo conhecimento do perfil de cada médico, o conhecimento dos produtos de forma aprofundada, dos concorrentes e os diferenciais importantes de seus produtos, de ferramentas de marketing e vendas, informática, etc.).

Pesquisas realizadas com médicos comprovam que o propagandista é uma importante fonte de atualização para os médicos, e que cada vez mais exigem dele uma visita de qualidade, com materiais científicos que vissem aumentar seu conhecimento e não somente a “lembrança de uma marca”.

Não obstante, algumas vezes pode-se imaginar que este relacionamento possa influenciar a escolha do médico, a ponto de favorecer este ou aquele produto em detrimento a outro.

Depois de muitos anos na área farmacêutica, posso dizer que não se iludam com esta falácia, pois o médico enquanto profissional tem sempre em mente que o paciente é seu cliente, e ele precisa escolher o melhor para aquela condição apresentada por ele, e utiliza critérios muito claros, que englobam a eficácia, segurança do produto, nível de experiência do médico quanto a utilizar determinado procedimento ou produto, preço que o paciente pode ou não pagar, enfim, no final, sempre se utiliza o melhor dentro de vários critérios e não somente um deles.

Também não podemos esquecer que o perfil do médico está mudando, hoje, o jovem médico tem preocupações diferentes de outras gerações, onde o trabalho era o foco principal das atenções, enquanto que hoje, nitidamente, a preocupação com qualidade de vida tem um peso grande.

Além disto, com a evolução da tecnologia, o aumento da informação, as mudanças atuais no varejo, que exercem direta ou indiretamente cada vez mais influência sobre a decisão de compra, a busca por diferenciação torna-se condição “sine qua non” para o propagandista atualmente.


Ou seja, hoje o propagandista e também o profissional de marketing da indústria farmacêutica tem que ter em mente que os médicos estão se atualizando com outras mídias, e o representante tem que estar preparado para interagir rapidamente em cada visita com este profissional médico, respondendo de forma mais rápida, inteligente e sobretudo relevante no tocante as informações que está levando.

O tempo passou a ser um fator ainda mais crucial, e as visitas "não relevantes" tendem a ser cada vez menos importantes, menos "lembradas", e também o profissional da indústria deve ter isto em mente ao preparar seu mix de marketing.

Ou seja, o propagandista, está também passando por um momento de mudanças, com novas ferramentas, um novo "médico" de perfil diferente, com uma concorrência crescente, onde diferenciação, confiança, relevância de informações, passam a ter um peso tão grande quanto a habilidade de promoção e divulgação.

Melhor para as empresas e profissionais que focam seu trabalho nestes aspectos, pois conseguirão diferencial competitivos muito mais rapidamente.

Parabéns propagandist pelo seu dia! Que serão cada vez mais, dias diferentes!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

São Paulo testa pílula 4 em 1 contra AVC

Uma superpílula, que reunirá num único comprimido quatro medicamentos para combater as doenças cardiovasculares, deve ser testada em 22 hospitais do País dentro de quatro meses. Estudos iniciais, feitos no Brasil pelo Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, indicaram que a polipílula reduziu em até 60% os riscos de uma pessoa sofrer enfarte ou acidente vascular cerebral (derrame) no futuro, além de controlar o colesterol e a pressão arterial. Outros seis países participaram da primeira fase dessa pesquisa.

O multicomprimido combina duas substâncias para o controle da pressão arterial, uma de controle do colesterol e outra para a prevenção de entupimento dos vasos sanguíneos do coração. Comprovada a função preventiva do remédio, agora os pesquisadores irão verificar como atua em pacientes que já tiveram problemas cardiovasculares.O Ministério da Saúde já aguarda esses resultados para incluir o medicamento na lista de remédios distribuídos gratuitamente - o que deve ocorrer em 2013. No País, as doenças cardiovasculares são as principais causas de morte.

Cerca de dois mil pacientes brasileiros que já tiveram enfarte ou derrame testarão o produto, por 18 meses, nessa segunda fase de pesquisas. Outros cinco países também participarão dessa etapa. "Na previsão mais pessimista, o tratamento dos pacientes (fase experimental) deve iniciar em outubro ou novembro", conta Otávio Berwanger, diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital do Coração e coordenador nacional da pesquisa.Ao todo, oito mil pessoas receberão o remédio multifuncional no mundo. "Estamos na fase regulatória nos comitês éticos hospitalares e na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e aguardamos a aprovação", completa Berwanger. Ele conta que os resultados da primeira fase, da qual participaram 400 voluntários, animaram os especialistas. Na ocasião foram avaliadas pessoas com risco cardiovascular moderado.

"Consideramos ‘moderados’ os pacientes que nunca sofreram enfarte ou AVC, mas têm predisposições, como fumo, sedentarismo, obesidade ou pressão alta", explica Berwanger. Os primeiros estudos sobre a superpílula começaram em 2006.
Adesão ao tratamento

Além de reduzir o risco cardiovascular dos pacientes, controlando a pressão e as taxas de colesterol, o remédio não oferece reações adversas diferentes daquelas já esperadas para o tratamento convencional - náuseas, dores de estômago e cabeça, além de sangramentos. "Tudo com uma única pílula", ressalta o cardiologista Elias Knobel.Mas a principal vantagem da superpílula, sob o ponto de vista clínico, é a possibilidade maior de adesão ao tratamento que ele oferece aos pacientes.

"No ambulatório do Instituto do Coração (InCor), as pessoas tomam até dez fármacos diferentes. Isso pode representar 25 tomadas diárias de remédios. Quem toma isso?", questiona Luiz Antonio Machado César, presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo e cardiologista do InCor.Para Knobel, ainda que a maioria das substâncias usadas no tratamento das doenças cardiovasculares tenha a patente ‘aberta’ (estão disponíveis em versões genéricas), o gasto com a compra de um único remédio seria ainda menor. De fato, pelos cálculos do Ministério da Saúde, o paciente deverá desembolsar aproximadamente R$ 205 ao ano para a compra do comprimido multifuncional - um quarto do que é gasto hoje.

César ressalta, contudo, os perigos do consumo de substâncias desnecessárias pelos pacientes. "A pessoa pode não ter necessidade usar dilatadores de vasos, mas tomá-los na polipílula", diz o cardiologista. Já Berwanger, explica que os efeitos colaterais são os mesmos quando os remédios são tomados separadamente.
Fonte: O Estado de S. Paulo

sábado, 2 de julho de 2011

O significado da marca.

A parte mais importante quando se tem um blog, são os comentários que recebemos de postagens.

Mais do que representar que postamos algo de relevante, é a abertura de uma discussão importante sobre determinado tema, o que é gratificante para todos, pois amplia o conhecimento, e as bases de nosso relacionamento.

Dias atrás postei um texto sobre a importância da reserva intelectual e dos passos importantes e estratégicos para o registro da marca, o maior ativo de uma empresa.

Pois bem, recebi um comentário alguns dias atrás falando sobre um livro intituilado "O significado da marca" de Mark Batey.

Sou um "devorador" de livros, conforme já postei anteriormente, e adquiri o livro para leitura.

Após terminar a leitura de suas 400 páginas fiquei bastante impressionado, pois o autor conseguiu reunir na obra uma revisão completa sobre a visão da marca sob aspectos muito importantes na atualidade e já vistos em outras obras importantes.

Desde a visão da SEMIÓTICA com seus símbolos e significados, que são a base do entendimento que criamos sobre a importância das marcas, indo para a teoria dos ARQUÉTIPOS, tema de um outro livro bem interessante "O Herói e o Fora da Lei" (que aliás, recomendo a leitura igualmente), teoria postulada por Carl Jung, passando pelo NEUROMARKETING, recentemente divulgado como importante para entender como o "cérebro funciona" sob determinados estimulos, etc.


Ou seja,uma bela revisão sob aspectos conscientes e inconscientes que fazem com que nós os consumidores dêem significados para as coisas e valores, criando portando os fenômenos de fidelidade, que é a busca de todo profissional de marketing há décadas.

Este tema é muito interessante, cativante e por este motivo, para todos que se interessam por marketing, seja na área farmacêutica, ou em qualquer outra área de atuação, merece sempre uma revisão e constante atualização.

Por este motivo, indico o livro acima para todos que queiram não somente conhecer mais sobre marcas, mas também para conhecer mais sobre o que há de mais moderno nos estudos sobre o comportamento humano, o que em suma, é a síntese do trabalho de marketing.

Boa leitura e obrigado pelas dicas valiosas.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Droga Raia se estrutura para abrir o capital na Bovespa

Perdemos poder, mas tudo bem!

Uma tentativa frustrada, a entrada de fundos de investimento, ajustes internos que regularam a influência da família gastos milionários. Como foi a preparação de quatro anos da Droga Raia para abrir o capital, ALEXANDRE MOSCHELLA.

“Não acredito que vou pagar essa conta.” Foi o que Antonio Carlos Pipponzi, presidente da rede de farmácias Droga Raia, pensou antes de iniciar mais um almoço com cerca de 40 investidores estrangeiros reunidos num restauran­te em Nova York em dezembro de 2010. Fazia mais de uma semana que ele e alguns executivos da empresa estavam viajando pelos Estados Uni­dos e pela Europa para apresentar a Droga Raia a analistas, gestores de fundos e outros profissionais do mer­cado - um périplo que precisa ser feito pelas companhias que pretendem abrir o capital na bolsa de valores.

Nas contas de Pipponzi, essas viagens ­com seus almoços em restaurantes sofisticados - mais os advogados e auditores que tiveram de ser contra­tados para preparar a Raia para o IPO (sigla em inglês para oferta ini­cial de ações) já estavam custando 5 milhões de reais à empresa. "Pensava no impacto que o valor teria no caixa e também no tempo que estávamos dedicando à estruturação da abertura de capital", diz ele. "Havia uma expec­tativa grande para que tudo desse cer­to." Hoje, o IPO da Raia pode ser considerado um sucesso: as ações foram compradas no topo da faixa de preço estimada pelos bancos que estrutura­ram a operação e, desde a estréia na bolsa, em dezembro de 2010, os papéis valorizaram 6% (no mesmo período, o Ibovespa caiu 10%). A empresa levan­tou 655 milhões de reais e, com esse dinheiro, vem seguindo um plano de expansão que prevê auentar o número de lojas em cerca de 40% até 2012.

Diante disso, hoje, as despesas em No­va York parecem um detalhe. Mas a preparação para a oferta de ações, um processo de quatro anos no caso da Droga Raia, mostra como o IPO costu­ma transformar a rotina e a forma de atuar de uma companhia.

Para os donos da Raia, companhia familiar fundada há mais de 100 anos em Araraquara, no interior de São Paulo, e que hoje fatura 1,9 bilhão de reais, a principal mudança foi apren­der a conviver com sócios. "Dividir o poder dói, mas nessa hora é preciso ser racional: acabei aprendendo que é melhor ter uma fatia pequena de um bolo grande", diz Pipponzi. A primei­ra tentativa de abrir o capital ocorreu há quatro anos.

Em meio à euforia da bolsa - entre 2006 e 2007, 90 empre­sas estrearam na Bovespa -, os executivos da Raia começaram a pre­parar a empresa a toque de caixa para o IPO. Duran­te três meses, o vice-presidente comer­cial, o diretor finan­ceiro e a gerente jurídica se dedica­ram integralmen­te a levantar todo tipo de informa­ção financeira e legal, de contratos com fornecedores a processos trabalhistas, acordos de acionistas e autuações, que seria usada para fazer o extenso prospecto de abertura de capital.

Eles também ti­nham a responsabilidade de ajudar os auditores e os banqueiros recém-con­tratados a revisar contratos, organizar balanços e estruturar a operação (veja os detalhes no quadro da pág. 116). "A empresa quase parou nessa época, foi muito difícil", diz Eugênio de Zagottis, vice-presidente comercial e de rela­ções com investidores - e genro de Pipponzi. Nove meses e 2 milhões de reais de gastos depois, o IPO não saiu porque não havia demanda suficiente pelas ações da Raia. Se tivesse insistido e chegado à bolsa em 2007, é possível que a Raia fosse mais um caso de IPO problemático.


Um passo atrás, dois a frente


Com metade do faturamento atual e menos conhecida pelos investidores estrangeiros, a companhia poderia ter sido prejudicada pelo movimento glo­bal de aversão a risco.

"Além disso, a falta de treinamento para se comunicar com o mercado prejudicou muitas em­presas", diz Tereza Kaneta, presidente da MZ Consult, especializada em as­sessorar companhias abertas. Sem o IPO, em 2008, os donos da Raia deci­diram captar 115 milhões de reais com dois fundos, o Gávea e o Pragma (que gere recursos dos fundadores da Natu­ra).

Foi ai, segundo Pipponzi, que a empresa realizou ajustes internos que, dois anos depois, facilitaram a abertu­ra de capital. Foram adotadas regras mais rígidas de governança, como a que determina que membros da família só podem ser contratados se forem apro­vados pelo conselho de administração.

"A Raia tomou a decisão de continuar sendo familiar, mas modernizando a gestão", diz Piero Minardi, sócio do Gávea. Também foram criados comitês de operações, finanças e pessoas para aprovar políticas de remuneração e planos de investimento e de financia­mento. "Começamos a dividir as deci­sões, o que não é simples. Hoje, vejo que aquele pensamento 'sou soberano, não devo nada a ninguém' é a receita para perder tudo", diz Pipponzi.


COBRANÇA INCESSANTE



Quando os empresários decidiram re­tomar o plano de abrir o capital, em setembro do ano passado, os principais ajustes internos haviam sido feitos, e eles já conheciam bem a rotina de con­tratação de advogados, bancos e audi­torias necessária para estruturar o IPO. Faltava realizar a massacrante turnê de reuniões com investidores.

Em três se­manas, foram feitos 92 eventos para cerca de 200 investidores no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa - Pippon­zi e Zagottis tinham, em média, sete reuniões por dia, mas o número chegou a 14 em períodos decisivos. "Lá fora, os investidores dão 50 minutos contados no relógio para que você faça a apre­sentação, então treinamos antes para garantir que conseguiríamos passar a mensagem de forma objetiva", diz Za­gottis.

"Tirei do armário os ternos que tinha comprado em 2007 só para fazer essas viagens, e que estavam novos. Aqui, só usamos ternos em casamento, funeral e, agora, nas reuniões com in­vestidores", diz Pipponzi, que está qua­se sempre de camisa sem gravata e inaugura pessoalmente as novas dro­garias da rede.

Nessa rodada, os execu­tivos da Raia e dos bancos Itaú BBA, Credit Suisse e Banco do Brasil, que coordenaram a operação, constataram que havia interesse pelas ações da em­presa, que começaram a ser negociados na Bovespa em 20 de dezembro.

Estrear na bolsa, dizem os profissio­nais do mercado, é como passar no ves­tibular. ''A sensação é de alívio e eufo­ria, mas, no dia seguinte, você se dá conta de que os desafios ficaram ainda maiores", diz Reginaldo Alexandre, presidente da Apimec de São Paulo, associação que reúne analistas e exe­cutivos financeiros.

A Raia teve de aprender a funcionar como uma em­presa aberta, o que inclui uma série de proibições - seus executivos não po­dem fazer previsões que estejam fora de comunicados públicos, nem comen­tar resultados antes de ser publicamen­te anunciados - e algumas obrigações, como prestar contas a analistas, gesto­res e acionistas. "O mercado cobra ex­plicações o tempo todo", diz Zagottis.

"Também existe a pressão por aumen­tar ao máximo os resultados trimestrais, mas não podemos deixar isso afetar o longo prazo. Nem sempre é fácil expli­car essa diferença", diz. Por enquanto, com as ações em alta, a empresa tem conseguido convencer os investidores de que vale a pena esperar.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Marca - O maior ativo de qualquer empresa.

Na realidade empresarial contemporânea já não reside qualquer controvérsia sobre quão importantes são os ativos intangíveis de uma corporação, compreendidos estes como o patrimônio da entidade que não tem representação física. E entre os ativos de maior relevância está a marca empresarial, representante imediata e autêntica de um produto ou serviço a ser comercializado pela empresa.

Marca, em sua mais corriqueira definição, é todo sinal distintivo, visualmente perceptível, que identifica e distingue produtos e serviços de outros similares de procedências diversas. Portanto, ao distinguir produtos e serviços de outros análogos, a marca de uma empresa proporciona ao consumidor a possibilidade da correta identificação, por meio da representação visual da corporação, e consequente escolha do produto/serviço por ele demandada. A marca, portanto, simboliza para o consumidor características da empresa que fabrica o produto ou fornece o serviço, tais como a reputação, qualidade do produto, qualificação dos profissionais que prestam o serviço, além de outras condizentes às atividades por ela praticadas.

Permite ao consumidor a associação dos atributos da empresa aos produtos e/ou serviços fornecidos por ela. Sendo a representação visual da empresa, a marca se apresenta como um dos principais ativos econômicos da empresa. E não apenas pelo poder de identificação por parte do consumidor e conseqüente atração dele, mas pelo poder de se tornar um importante patrimônio da corporação.

Por meio de uma bem conduzida estratégia de branding (designação de origem inglesa para o trabalho de desenvolvimento de uma marca), uma marca legalmente protegida e bem desenvolvida no mercado passa a ter uma importância comercial singular.

Em lista divulgada pela empresa Interbrand1 das marcas mais valiosas do mundo em 2010, é possível mensurar a importância comercial que uma marca pode gerar: Coca-Cola (US$ 70,5 bilhões), IBM (US$ 64,7 bilhões), Microsoft (US$ 60,9 bilhões), Google (US$ 43,6 bilhões), GE (US$ 42,8 bilhões), Mc-Donalds (US$ 33,6 bilhões), Intel (US$ 32 bilhões), Nokia (US$ 29,5 bilhões), Disney (US$ 28,7 bilhões) e HP (US$ 26,9 bilhões).

Observa-se, nesses dados, a importância de investimentos em comunicação para promover uma marca empresarial, o que leva os consumidores, como mencionado alhures, a associarem o símbolo a uma reputação ou conjunto de qualidades que eles valorizam.

Além do valor que a marca agrega ao produto ou serviço comercializado, ela pode ser cedida onerosamente ou licenciada, fornecendo, neste caso, uma forma alternativa de receita por meio de uma empresa de consultoria em estratégia de marcas. Pode, ainda, ser elemento fundamental nos acordos de franquia.

Inafastável, portanto, a importância da proteção legal e de uma estratégia de branding bem conduzida. O primeiro passo para o resguardo desse ativo de grande valia seria seu registro legal, o que garante a exclusividade de uso no território nacional e a importância da proteção à marca empresarial possibilidade de impedir concorrentes de usar sinais semelhantes que possam confundir o consumidor.

No Brasil, o registro de marcas é regulado pela Lei de Propriedade Industrial (Lei 9.279/96) e o órgão responsável pela sua concessão é o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi ), autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

O procedimento de registro passa por quatro etapas fundamentais: busca prévia; depósito do pedido de registro; publicação e exame do pedido; expedição do certificado de registro. A busca prévia, apesar de não obrigatória, é altamente aconselhável, vez que possibilita ao interessado, antes de realizar o depósito do pedido, certificar-se se a marca desejada foi ou não concedida, na categoria pretendida, a outro requerente.

A busca prévia pode ser feita no próprio site do Inpi: www.inpi .gov.br.
Depois da confirmação de que não há registro prévio para aquela marca, o interessado deve depositar o pedido de registro, o que pode ser feito eletronicamente,também pelo site do Inpi. Analisado o pedido, é feita a publicação e exame. Não havendo qualquer restrição, procede-se à expedição do certificado de registro,com o qual o detentor da marca fará jus a todos os atributos inerentes à sua propriedade.

Em razão das várias questões técnicas que envolvem o processo de registro de marca, aconselha-se que o procedimento seja sempre acompanhado por um profissional com conhecimento técnico específico. Muitas vezes se fazem necessárias intervenções para suprir requerimentos do Inpi, o que exige know-how daquele que acompanha o processo de registro.

Concedido o registro, o titular tem o direito exclusivo da marca e todos os demais atributos inerente à sua posição de proprietário, pelo prazo de 10 anos, que pode ser prorrogado indefinidamente, desde que devidamente requerido no prazo estabelecido pela LPI (Lei 9.279/96).A proteção à marca empresarial já se mostra imprescindível para a sobrevivência das empresas.

Ganha importância crescente em todos os segmentos do mercado. A empresa que não desenvolve uma política de proteção e desenvolvimento de sua marca corre sério risco de se ver em desvantagem diante das concorrentes. Desprovida de um bem de valor ímpar na atual conjuntura econômica, que exige do empreendedor uma forte identidade de seus produtos ou serviços, perde significativamente seu poder competitivo.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Takeda compra Nycomed de olho no mercado dos emergentes

Laboratório japonês paga R$ 22,08 bilhões pela fabricante da Neosaldina e Dramin, que possui forte presença em países como Brasil e Rússia.

A farmacêutica japonesa Takeda anunciou ontem o acordo de compra da Nycomed, conhecida no Brasil pelas marcas de medicamentos como Neosaldina e Dramin, por € 9,6 bilhões (R$ 22,08 bilhões).

Segundo Tobias Cottman, porta-voz da empresa, a transação deve ser concluída até o fimde setembro. “Só então, se poderá falar nas ações para a integração das duas companhias, inclusive no Brasil.” Embora a Takeda seja o maior laboratório farmacêutico do Japão e um dos líderes globais, a empresa entrou recentemente no Brasil e apenas terceiriza seus medicamentos.

Já para a suiça Nycomed, o mercado nacional é o segundo do mundo da farmacêutica suíça, ficando atrás apenas da Rússia.

A situação das duas empresas já dá uma ideia do interesse da Takeda na aquisição. “Essa transação transformacional se encaixa na estratégia de nosso crescimento sustentado. A Nycomed permitirá que a Takeda maximize o valor de seu portfólio e nos dá uma presença forte imediata nos mercados emergentes em rápido crescimento o que permitirá dobrar o número de nossas vendas”,afirma o presidente da companhia japonesa, YasuchikaHasegawa, em documento.

Mercados emergentes foram responsáveis por quase dois quintos da receita da Nycomed em2010 e a projeção era de gerar 60% das vendas até 2015. As vendas nesses mercados saltaram 30% no ano passado.

O porta-voz da nova empresa,Tobias Cottman, citou o Brasil como um dos mercados emergentes de interesse da “nova Takeda”.Mas a aquisição tambémpermitirá à companhia japonesa expandir-se na Europa.

Hakan Bjorklund, presidente da Nycomed afirmou que “a combinação da visão inovadora da Takeda com a eficiência da infraestrutura e comercialização da Nycomed deve criar uma parceria global com a habilidade de levar medicamentos para pacientes e serviços de saúde em todo o mundo”. A Takeda tem uma presença forte no Japão, Taiwan, China e nos Estados Unidos. Tanto que só ficou de fora da aquisição, segundo a nota da companhia, o mercado de dermatologia americano.


Droga para o pulmão Em nota, a Takeda cita entre as vantagens da aquisição, as possibilidades de venda do Daxas, medicamento voltado para doenças alérgicas e respiratórias e que deverá ser “a maior fonte de crescimento da nova empresa”. Trata-se de uma nova classe de medicamentos que complementa o tratamento de doenças como bronquite crônica e enfisema pulmonar, que ocorre, na maioria dos casos, em fumantes.

As pesquisas com o princípio ativo do medicamento começaram na Europa há cerca de vinte anos e ainda continuam, uma vez que essas doenças constituem uma das principais causas de morte no mundo. A Takeda atua em várias especialidades médicas, sendo conhecida pela droga para diabetes Actos, cuja patente deve vencer em 2012.

MARCAS MAIS CONHECIDAS

€ 2,8 bilhões É a estimativa de receita feita pelo laboratório japonês Takeda para este ano, após a compra da Nycomed. A companhia é conhecida no Brasil por fabricar medicamentos como a Neosaldina e o Dramin.

MERCADOS EMERGENTES

60% É o quanto deve representar a participação dos mercados emergentes nas vendas totais da Nycomed até 2015. No ano passado, a venda nesses mercados teve uma alta de 30% sobre 2009.

NYCOMED NO BRASIL

R$ 633,5 mi Foi o faturamento da Nycomed no Brasil em 2010. A empresa possui 2% do segmento farmacêutico brasileiro. O mercado nacional constituía o segundo do mundo da empresa, atrás apenas de outro emergente, a Rússia

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Planos de Marketing - livro de cabeceira!


Tive o grato prazer de terminar ontem a noite a leitura do livro "Planos de Marketing" do autor Malcolm McDonald da Elsevier.

Ao longo dos últimos anos, li vários livros sobre o tema, e invariavelmente tratavam-se de "receitas de bolo", com diagramas, tabelas e a ordem de como realizar um plano de marketing.

A grande vantagem desta edição deste livro é que existe uma análise crítica de cada capítulo do plano, seguida de vários algorítmos que ajudam a organizar as idéias, que sempre julguei um ponto crítico na elaboração de qualquer planejamento de marketing (temos idéias demais, e muitas vezes, não conseguimos dar sentido a elas, ou mesmo, tornar coerente o conjunto de idéias com os pilares estratégicos do produto ou serviço).

Além disto, existem ao final de cada capítulo uma série de exercícios que ajudam a fixar os conceitos.

E no último capítulo, um guia prático, com tabelas, algoritmos e guias simplificadas de como realizar um planejamento de marketing organizado, limpo, profundamente lógico, e acima de tudo, completo.

Infelizmente nos últimos anos, a industria tem dado pouca atenção ao plano de marketing, a ponto de gerente de produto ser um "gerente tático", preocupando-se muito mais com estoques, disponibilidade de materiais, etc., do que com a máxima mais importante - "como fazer para vender mais"!

Sugiro a leitura do "Planos de Marketing" e vou além, leve-o consigo, como "livro de cabeceira", pois sempre, iremos precisar de um modelo, de uma forma mais organizada de colocar o que imaginamos de melhor para nosso produto ou serviço, e isto, fará muita diferença no momento de apresentar o plano para nossos superiores (se eles, obviamente, derem o mesmo valor para isto).

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Merck muda comando e foca pesquisa

No começo de janeiro, menos de duas semanas depois de assumir como presidente-executivo da Merck, Kenneth C. Frazier ficou sabendo que uma comissão de segurança havia bloqueado um estudo quase concluído sobre um medicamento experimental envolvendo 13.000 pacientes. Tratava-se do vorapaxar, um anticoagulante que vinha sendo tratado como a joia da coroa da fila de lançamentos planejados pela Merck. Alguns analistas previam que as vendas poderiam chegar a US$ 5 bilhões por ano.

Apesar do revés, Frazier, 56, com apenas três anos de experiência operacional na Merck, anunciou em 3 de fevereiro que a companhia iria dobrar os gastos com desenvolvimento e investir até US$ 8,5 bilhões com pesquisa em 2011. Esta pesada soma coloca a Merck no topo do ranking dos gastos com pesquisa no mundo, lado a lado com a Pfizer, a líder de longa data e a maior companhia farmacêutica do mundo, e a Microsoft, a gigante dos softwares.

Tropeços como o vorapaxar são, na maneira de ver de Frazier, o preço de se fazer negócios na indústria farmacêutica. "A inovação científica é difícil, complexa, arriscada e incerta em relação ao timing", diz ele. "Ao mesmo tempo, temos oportunidades enormes. Isso é o que uma companhia como a Merck precisa para existir nesse mundo", disse o executivo.

Aumentar a aposta na pesquisa é a resposta de Frazier a uma crise existencial que os grandes grupos farmacêuticos estão enfrentando. O poço de inovação que levou a dezenas de medicamentos que faturaram bilhões de dólares nas décadas de 80 e 90, secou. A Merck, a segunda maior companhia farmacêutica dos Estados Unidos, não é exceção.

As vendas da companhia poderão cair 4% entre 2011 e 2013, segundo a estimativa média de 13 analistas consultados pela Bloomberg. Em dois anos, a companhia enfrentará a competição de medicamentos genéricos que geram um quarto de suas vendas anuais de US$ 46 bilhões, incluindo sua droga mais vendida, o Singulair, para o tratamento de asma. As melhores esperanças da Merck de substituir esses medicamentos ainda levarão anos para chegar ao mercado.

Frazier não seguiu o caminho típico para chegar ao topo de uma companhia farmacêutica. A morte de sua mãe quando ele tinha 12 anos o deixou sob os cuidados do pai, Otis, um homem que "exigia excelência", segundo afirma Clarence Cobb, colega de quarto de Frazier na faculdade. Após concluir o ensino médio, aos 16, Frazier entrou para a Pennsylvania State University. As cartas de aceitação das faculdades de direito de Columbia, Stanford, Cornell e Yale não foram suficientes. "Ele me disse: 'Não ficarei feliz enquanto a carta de Harvard não chegar'", lembra Cobb. "É claro, a carta de Harvard chegou no dia seguinte", completa.

O trabalho de Frazier na defesa da Merck em processos de responsabilidade chamou a atenção da cúpula da companhia; contratado em 1992, em 1999 ele foi nomeado conselheiro-geral da Merck.Em 2004, pesquisa da própria Merck constatou que seu bem sucedido Vioxx, que vinha registrando vendas anuais de US$ 2,5 bilhões, dobrava o risco de um ataque cardíaco ou derrame nos pacientes. Ele foi retirado do mercado e milhares de processos foram movidos contra a Merck, alegando que a companhia havia segurado uma pesquisa anterior que mostrava riscos parecidos. Frazier se viu diante de duas opções: ele poderia seguir o costume de longa data do setor, de resolver casos complicados rápida e silenciosamente, ou poderia enfrentar cada caso na busca de um veredito - sob o risco de arcar com custos legais enormes e fracassos nos tribunais que poderiam manchar o nome da companhia.

Raymond V. Gilmartin, na época presidente-executivo da Merck, diz que para Frazier a escolha foi clara: "Enfrentamos cada caso". Foi uma estratégia arriscada, mas a Merck venceu 11 de 16 processos nos tribunais, antes de concordar em 2007 em estabelecer um fundo de liquidação de US$ 4,85 bilhões. Pelo menos dois casos foram vencidos posteriormente, e mais de 99% dos queixosos decidiram fazer acordos. A conta legal final foi de cerca de US$ 7,7 bilhões - uma soma considerável, mas bem menor que os US$ 18 bilhões que os analistas do banco Merrill Lynch haviam estimado.

Após passar os três anos seguintes como presidente da divisão de saúde humana da Merck, em 1º de janeiro deste ano Frazier assumiu o comando com um estoque de medicamentos experimentais considerado um dos mais arriscados e promissores do setor. Somente na área de terapias cardiovasculares, a Merck tem quatro medicamentos, cada um com potencial de vendas de mais de US$ 1 bilhão por ano, segundo analistas.

Após lançar contra o balanço uma perda contábil de US$ 1,7 bilhão referente ao vorapaxar, Frazier também recuou na meta de lucros da Merck para 2013, alegando que a companhia não conseguiria cumprir a meta sem reduzir os investimentos em pesquisa, algo que ele não quer fazer. O composto da Merck com o maior potencial de lucro, uma pílula de controle do colesterol chamada anacetrapib, continua nos trilhos. O estudo em estágio mais avançado mostra que o medicamento elevou o chamado colesterol bom em 138%, algo sem precedentes, e reduziu o colesterol ruim em 40%, posicionando o medicamento como possível sucessor do Lipitor. Os resultados dos testes finais ainda vão demorar anos.


Fonte: Valor Econômico

terça-feira, 3 de maio de 2011

EMS Consumo lança este mês campanhas de mídia em todo o País

Divisão prevê investimentos de R$ 50 milhões para manter crescimento de 40% registrado no ano passado.

Com marca já consolidada na área, a divisão EMS Consumo preparou para 2011 um pacote de lançamentos e campanhas que contemplam inserções em rádios e TVs de todo País, com início neste mês de abril.

Soma-se a essas ações, em maio, uma série de iniciativas específicas para internautas via redes sociais e ações promocionais diretas com consumidores.

O plano global, que permanecerá na mídia até dezembro deste ano, receberá investimentos na ordem de R$ 50 milhões. O objetivo é manter o crescimento conquistado em 2010, quando a EMS Consumo registrou 40% de incremento no seu faturamento, superando, inclusive, a projeção inicial de crescer 30%.

As ações estarão concentradas em três pilares e contemplam os principais produtos da divisão, como Gelmax, Bálsamo Bengué e Energil Zinco: Gelmax, produto estomacal que conta com uma linha completa de apresentações - efervescente, mastigável e suspensão oral, além do antiácido e antigases Gelmax Dim.

Ações programadas.: TV: estreia de nova campanha nas principais emissoras de televisão do País, em rede nacional. Trata-se de um filme que, com um estilo bem-humorado, traz a discussão entre uma mulher e o seu estômago, reforçando a eficácia do produto no combate a desconfortos estomacais, como azia, queimação e má digestão. O vídeo foi realizado pela Agência Outlet Marketing.

Novas embalagens: a divisão EMS Consumo reformulou as embalagens de Gelmax, que ganharam visual mais moderno, em cores fortes e atraentes, com um tom de amarelo mais vivo. Os diferentes sabores e tipos de apresentação ganharam maior destaque nas novas embalagens.

Materiais para PDVs: foram desenvolvidos diversos materiais de comunicação para maior destaque na exposição de Gelmax nos pontos de vendas.

Merchandising: a campanha também envolve ações de merchandising em programas de auditório de grande audiência.

Bálsamo Bengué Aerossol: a tradicional marca de produtos voltados para o tratamento de contusões, torcicolos, dores musculares e reumáticas, que além das apresentações em gel e pomada, teve em novembro do ano passado o lançamento da apresentação em aerossol, estará na mídia este ano da seguinte forma:

TV: o filme, realizado em parceria com a Agência Outlet Marketing, com Jade Barbosa, atleta que obteve grande visibilidade por sua participação nas Olimpíadas, volta ao ar nas principais emissoras do País, em nível nacional.

Rádio: vai ao ar a parceria feita com a BandNews FM, para a programação nacional de esportes. A marca patrocinará a cobertura de toda a programação de futebol, além de outros boletins, com novos spots de rádio.

Materiais para PDVs: também serão distribuídos materiais de comunicação para destacar a exposição nos pontos de vendas.

Ações promocionais: em maio, a divisão EMS Consumo lança novas ações diretas aos consumidores, com utilização inclusive das redes sociais.

Energil Zinco - produto que combina a vitamina C e o zinco para estimular as defesas do organismo será a plataforma de comunicação para ações promocionais de toda a família Energil. E para promovê-lo em âmbito nacional, a empresa contará com anúncios em/ações como:

TV: estréia uma campanha em emissoras abertas de televisão, com um filme que marca a nova parceria com a agência We Comunicação.

Merchandising: ainda na TV, a campanha terá ações de merchandising em programas de auditório de grande audiência e transmissão nacional, reforçando a mensagem de saúde e bem-estar associada ao produto.

Rádio: também em parceria com a BandNews FM, os spots com as mensagens de Energil Zinco patrocinarão os programas de Marcos Paulo Reis, no ar aos domingos (programa de duas horas) e em programetes com dicas de saúde, ao longo do dia, durante toda a semana.

Materiais para PDVs: novos materiais de comunicação serão distribuídos nos mais diversos pontos de vendas, reforçando a mensagem de defesa do organismo com Energil Zinco.

Ações promocionais: também estão previstas ações junto aos consumidores, para incentivo à qualidade de vida e bem-estar.

EMS Consumo-Esta divisão da EMS é responsável pela fabricação e comercialização de produtos isentos de prescrição médica (os chamados OTCs ou MIPs) e que apresentam diferenciais no cuidado com a saúde e o bem-estar.

Em 2010, essa área de negócios movimentou em torno de 4 milhões de unidades e teve um incremento de 40% em faturamento, superando a expectativa de crescer 30%.

Para 2011, a EMS Consumo espera manter os mesmos 40% de crescimento. "O objetivo é continuar crescendo, aumentando o market share de nossas marcas. Para isso, estamos também com planos consolidados na área de suplementos vitamínicos e de dermocosméticos, além de vislumbrarmos aquisições de novas marcas ainda neste ano", ressalta o gerente de Marketing da EMS Consumo, Everton Schemes

terça-feira, 19 de abril de 2011

Biolab, laboratório nacional, reforça pesquisa e lança 12 produtos

Quando no final dos anos 80, Porter colocou a célebre frase sobre estratégia (adaptada por mim, livremente, mas dentro do contexto) -"estratégia não é como fazer para sermos melhores que o concorrente, mas como fazer para ser diferente dele", todas as empresas partiram na busca de não somente atender melhor o cliente, mas como atendê-lo de forma diferente. Em um texto deste blog, do ano passado, já havia comentado sobre o porque a estratégia é importante, e sua relação com a "lei da sobrevivência", pois competir por recursos escassos, agindo da mesma forma, levará uma das espécies a extinção.

A Biolab é uma das empresas que acompanho há algum tempo, e está nitidamente mudando seu conceito de negócios. Há alguns anos, ela nitidamente estava no mercado de produtos similares, competindo por preço.

Atualmente, vemos um esforço grande da empresa em posicionar-se como empresa voltada para inovação, mesmo que incremental de seus produtos. O texto abaixo é bem interessante sobre este momento da empresa.

Vale igualmente para verificar nitidamente a distinção estratégica das empresas no mercado farmacêutico atual e as tendências para os próximos anos.


BIOLAB - MUDANÇA ESTRATÉGICA


Laboratório farmacêutico investe R$ 50 milhões em unidade que terá área de 5 mil metros e será inaugurada em 2012, em Taboão da Serra (SP).


Nos últimos anos, a palavra inovação tem sido repetida de forma obsessiva pela indústria farmacêutica brasileira. Se, na década anterior, os maiores laboratórios praticamente dobraram de tamanho investindo em genéricos, agora se esforçam para desenvolver produtos próprios.

Nesse cenário, a Biolab sai na frente porque, segundo seu presidente técnicocientífico, Dante Alário Júnior, iniciou esse processo antes dos demais. E promete reforçar ainda mais a estratégia nos próximos anos: em 2012 será inaugurado o centro de pesquisa avançada em Taboão da Serra (Grande São Paulo) com 5 mil metros quadrados, onde a empresa está investindo cerca de R$ 50 milhões.


O centro será muito maior do que o atual, de 1,2 mil metros quadrados, em Itapecerica da Serra. Além disso, terá uma unidade semi-industrial, que fará a ponte entre os produtos de pesquisa e a indústria. Em Taboão da Serra, funcionará, a partir de julho deste ano, a parte da Biolab dedicada à produção de medicamentos hormonais, com uma área voltada à hormônios injetáveis.


Doze novos produtos

Com cerca de 140 pesquisadores e técnicos, o centro terá a incumbência de levar adiante o desenvolvimento dos 12 novos produtos que a Biolab pretende lançar este ano — dois sob licença e dez como resultado de pesquisa própria nas especialidades de cardiologia, ginecologia, dermatologia e ortopedia. Nos planos da companhia está também o lançamento de dois medicamentos à base de novas moléculas, desenvolvidas exclusivamente pela Biolab, até o final de 2012.

No total, o laboratório tem projetos de desenvolvimento de 32 produtos, sendo três no campo de inovações radicais. Há também 48 projetos destinados a melhorar as indicações e características de drogas conhecidas.


Atualmente, a Biolab está entre os quatro maiores laboratórios farmacêuticos do Brasil, com um faturamento de R$ 676 milhões em 2010.

Desde a sua fundação, em 1997, a companhia optou por não trabalhar com genéricos, investindo em medicamentos sob prescrição. “A opção reforçou a estratégia de apostar em pesquisa para o desenvolvimento de fórmulas inovadoras”, diz Alário Júnior. “Somos o laboratório brasileiro que mais investe em pesquisa e inovação, com 7% do faturamento total por ano.”


Esse investimento se aplica às atividades próprias mas também a parcerias com universidades e laboratórios nacionais e internacionais de onze países.

Há um mês, a Biolab iniciou uma parceria pioneira na indústria farmacêutica com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para apresentação de projetos com o objetivo de gerar resultados aplicáveis no desenvolvimento de novos medicamentos.

O investimento previsto é de R$ 5 milhões, divididos igualmente por três anos. Diante do interesse dos pesquisadores, a empresa até se surpreendeu. “Tenho a expectativa de obter de três a cinco bons projetos com esta parceria, além de novas plataformas tecnológicas que podem agregar às nossas pesquisas”, diz Alário Júnior.

Com outros laboratórios nacionais que realizam pesquisas, a Biolab participa da criação da FarmaBrasil, associação destinada a fortalecer essa atividades, entre outras coisas, pleiteando mais apoio dos órgãos governamentais regulatórios.


INICIATIVAS

● Laboratório terá unidade semi-industrial destinada à adaptação de novos medicamentos à escala de comercialização.


● Os principais mercados de atuação da Biolab são medicamentos para cardiologia, ginecologia e dermatologia.

● Parceria com a alemã Merz resultou em empresa voltada à cosmética médica, cujo principal produto é uma toxina botulínica.

● Até 2010, a Biolab entrou com 164 pedidos de patentes. A empresa tem projetos de desenvolvimento de 3 moléculas.


INCREMENTO - R$ 50 mi é o valor investido pela Biolab na construção do seu novo centro de pesquisa que será inaugurado em julho em Taboão da Serra, na Grande São Paulo.

PARCERIA - R$ 5 mi é o total previsto no acordo de cooperação entre o laboratório farmacêutico e a Fapesp para apoiar projetos em medicamentos para diversos tipos de patologia.

INVESTIMENTO - R$ 47 mi é o valor gasto pela empresa com atividades voltadas ao desenvolvimento de novos produtos em 2010, ou 7% do faturamento no ano.

CRESCIMENTO - R$ 1,2 bi é a expectativa de faturamento líquido da empresa para 2014 com a previsão de lançamento dos novos medicamentos exclusivos.

“Quem veio depois vai partir do zero”

ENTREVISTA DANTE ALÁRIO JÚNIOR - Presidente técnico-científico da Biolab.


O sócio da área científica da Biolab, Dante Alário Júnior, aposta em projetos com pesquisadores das universidades para aumentar o portfólio da empresa. Parceria recente com a Fapesp demonstrou que o interesse é enorme. E que este pode ser o caminho para a inovação na indústria demedicamentos.


Por que a Biolab sai na frente na corrida por inovação da indústria farmacêutica?

Porque começamos antes e esse é um processo que leva tempo. Quem chegou depois tem que começar do zero e o ciclo de desenvolvimento de um produto costuma levar entre dez e quinze anos. Enquanto a indústria farmacêutica de um modo geral optou por um caminho mais imediatista, nós pensamos em uma estratégia diferente, mesmo quando não existia ainda a lei de patentes. Nunca nos interessamos em fazer genéricos, por exemplo. Esta não é a nossa meta. Em vez disso, criamos uma estrutura para desenvolver novos produtos, realizar ensaios, e testes para adaptação de moléculas. Isso mesmo sabendo que o Brasil não tinha, e mesmo agora ainda não tem, uma história de pesquisa e inovação. Tivemos que buscar lá fora, fazendo parceria com pequenas empresas multinacionais porque as grandes não precisamde nós.


Quando vocês iniciaram não foi aindamais difícil?

Nós demos muitas cabeçada, apanhamos porque também não tínhamos estrutura, o país não tinha gente, tudo precisava ser feito lá fora. Não fomos à falência mas apanhamos. Éramos muitometidos, queríamos obter uma nova molécula logo de cara. Hoje aprendemos a dar um passo de cada vez.


Em que tipo de projetos há interesse?

Todos, desde que tenha inovação! Até porque somos uma empresa jovem, nós queremos nos apropriar de oportunidades de negócios, seja nas áreas que já atuamos, como oncologia,dermatologia, ginecologia e até cosméticos com aplicações médicas. Sabemos que o investimento em pesquisa demora a dar dividendos e estamos prontos para esperar.


A universidade está mais aberta para trabalhar coma iniciativa privada? Por que essa expectativa quanto a parceria com a Fapesp?

Eu acho que é difícil que a universidade tenha visão empresarial. Ela tem a obrigação de formar gente com qualidade e fazer pesquisa, não necessariamente de valor comercial. A função da indústria é aproveitar esse conhecimento e transformar em produtos. Nós tínhamos uma experiência anterior que não foi boa. Há alguns anos, fizemos uma chamada de pesquisa por meio do Consório de Indústrias Farmacêuticas (Coinfar), aberta para o Brasil todo. Chegaram 70 projetos. Quando fomos analisar, sobrou um – que não era viável. Mas o Brasil mudou e a visibilidade da Fapesp é muito maior. Antes de terminar o prazo da chamada, o interesse despertado já é enorme, inclusive de áreas diversas e até mesmo com a oferta de novas plataformas tecnológicas, o que também nos interessa. Tenho a expectativa de obtermos pelos menos três a cinco bons projetos no final do processo.


Materia: Fonte: Brasil Econômico – SP - MArtha San Juan

terça-feira, 12 de abril de 2011

Genéricos vão segurar aumento nas farmácias

Laboratórios anunciam que não reajustam preços de imediato, enquanto as drogarias garantem valores antigos nos estoques.O aumento dos preços dos remédios — que oficialmente começou no dia 31 de março, mas ainda não chegou às farmácias — vai esperar um pouco mais. Com a ajuda dos genéricos.

Diversas redes de drogarias já confirmaram que vão segurar as altas autorizadas pelo governo. A Drogasmil congela tudo em até um mês. As farmácias Extra, da rede de supermercados, também anunciaram adiamento do reajuste, pelo menos, até o dia 20 deste mês. A Pacheco confirma que negociações garantirão a manutenção dos preços, especialmente os dos genéricos, que representam 30% das vendas de unidades.

O reajuste anual fixado pelo governo — de 4,7%, em média — atualiza a tabela de Preços Máximos ao Consumidor (PMC) de 19.260 apresentações, mas não acarreta aumentos automáticos.

Os índices fixados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (6,01%, 4,77% e 3,54%) definem o teto de preços, que podem ser menores, mas não maiores do que o PMC autorizado.Vice-presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini explica que o segredo é a concorrência. “Há cinco grandes fabricantes de genéricos e disputa nas prateleiras e compras no varejo.

A concorrência faz o preço baixar. O mercado tem crescido bastante, há uma nova classe consumindo. Pessoas com novos empregos também têm acesso ao médico, ao plano de saúde e ao medicamento”, analisa. “O medicamento hoje é prevenção. Produtos de hipertensão são preventivos. Evitam acidentes vasculares e ataques cardíacos. O acesso é uma política pública.

Hoje, há produtos perdendo patentes, permitindo a entrada de mais genéricos”, complementa. Mussolini explica que, independentemente dos anúncios públicos de que preços não vão subir, o consumidor deve pesquisar. “Olhe o preço como um todo. Vá a uma ou duas redes de farmácias diferentes”, recomenda.


O corretor Luiz Carlos Pereira, 53 anos, é usuário de remédio para o estômago. “Custa R$ 206,78 e só dura um mês. Pesa mais de 10% no orçamento. Minha mulher também usa. É um dinheiro que a gente fica aborrecido de gastar”, conta.Fim de patentes, dólar em baixa, estoque programado e concorrência ajudam.


AVISO DOS LABORATÓRIOS


A distribuição das revistas da ABCFarma contendo os novos preços começa hoje, mas as farmácias se prepararam para fidelizar os clientes, segurando a alta, cada uma com sua estratégia.

Na rede de drogarias Pacheco, o forte está nos genéricos. Os grandes laboratórios avisaram que não vão subir os preços. Não foi preciso nem negociar. GENÉRICO - Essa é uma tendência que foi verificada nos últimos três anos. As empresas não repassam de imediato. O mercado foi ampliado, com acesso das classes C e D.

A concorrência, especialmente entre genéricos, cresceu. Além disso, a queda no preço do dólar teria ajudado bastante, porque grande parte da matéria prima é importada. Em alguns casos, o genérico não tem o preço alterado desde 2010.

A revista pode manter preços de alguns na íntegra.


EFEITO VIAGRA - Para o presidente da Associação do Comércio Varejista de Farmácias do Rio (Ascoferj), Luiz Carlos Marins, o efeito do genérico pode ser percebido nas vendas do Viagra. “Quando o prazo da patente do Viagra expirou, o preço caiu mais de 40%. O Amoxil, que hoje tem em várias versões, também é bastante acessível. O genérico consegue normatizar o mercado”, explica.VOLUME - Marins lembra que muitas redes compraram volumes grandes e fizeram estoques, sabendo que o aumento viria em abril: “Assim, a gente consegue segurar o preço com o estoque antigo”.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A onda de fusões e aquisições continua....Amgem compra a Bergamo!

A empresa americana de biotecnologia Amgen fechou ontem a aquisição do laboratório brasileiro Bergamo, que desenvolve medicamentos com foco em doenças graves.

O valor do negócio - discutido há alguns meses pelas companhias - totalizou US$ 215 milhões e envolverá a unidade produtiva da brasileira em Taboão da Serra (SP).

"Nós atuamos no mesmo mercado. O portfólio da Bergamo, particularmente do setor de oncologia, é complementar ao nosso", afirmou ao Valor o vice-presidente da Amgen para Ásia e América Latina, Richard Davies.

Segundo o executivo, o foco da americana no país será o segmento oncológico e o setor hospitalar governamental.

Com a aquisição, o Brasil se torna a segunda maior subsidiária da companhia, em termos de funcionários, atrás apenas da Holanda. Com 430 funcionários, a força de trabalho da Bergamo vai se somar aos cerca de 17 mil empregados da Amgen, que atua em 50 países.

Na América Latina, a unidade produtiva adquirida será a primeira da multinacional na região. A empresa tem no México uma operação comercial, enquanto nos demais países latinos opera por meio de distribuidores.

Até o negócio com a Bergamo, a Amgen tinha cerca de 30 funcionários no Brasil, que trabalhavam em um centro de pesquisas da empresa, em São Paulo.

A Mantercorp, recentemente comprada pela Hypermarcas, era a distribuidora da companhia no país. O acordo de ontem envolveu também a recuperação, por parte da americana, dos direitos sobre seus produtos que haviam sido cedidos à Mantercorp.

"Nossa estratégia para o Brasil envolvia essas três questões: a capacidade científica, a recuperação dos medicamentos cedidos e a compra da Bergamo. Queremos participar do mercado brasileiro, trazendo medicamentos inovadores. Esse é só o primeiro passo no Brasil", afirmou o executivo, que não descarta futuras aquisições no país, mas agora se focará no crescimento orgânico.

Com sede na cidade de Thousand Oaks, na Califórnia, a Amgen é uma empresa de capital aberto, com ações listadas na Nasdaq. No ano passado, a receita da multinacional somou US$ 15,053 bilhões, o que representou um avanço de 3% ante os resultados de 2009. O lucro líquido passou de US$ 4,605 bilhões para US$ 4,627 bilhões. Para este ano, a empresa prevê uma receita na faixa de US$ 15,1 bilhões a US$ 15,5 bilhões.

A Bergamo, por sua vez, acumulou uma receita bruta de R$ 133 milhões em 2010, frente aos R$ 118 milhões verificados no ano anterior. A empresa foi fundada em 1916 e é especializada em oncologia, medicamentos hospitalares - com foco em produtos biológicos e biotecnológicos -, dermatologia, reprodução humana e farmácias, por meio da comercialização de hormônios de crescimento

Uma aposta no mercado de similares de baixo custo - fábrica da MEDLEY em Brasília (só para hormônios)

A Medley Indústria Farmacêutica, do grupo Sanofi-Aventis, inaugurou, ontem, pedra fundamental da fábrica que vai construir em Brasília. As obras estão previstas para começar em maio e vão demandar investimentos de R$ 130 milhões. A nova unidade industrial tem entrada em operação prevista para o primeiro semestre do ano que vem.

A produção vai atender principalmente ao mercado doméstico e aos demais países da América Latina e deve alcançar, em um primeiro momento, capacidade anual de 50 milhões de unidades. A nova unidade será voltada para a fabricação de contraceptivos hormonais, e ficará localizada no pólo industrial JK, em área de 80 mil metros quadrados.

"Escolhemos Brasília como sede do empreendimento devido à posição estratégica da região e seu potencial de consumo", disse o diretor Geral da Medley, Décio Decaro, durante cerimônia que contou com a presença do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz.

A farmacêutica, segunda maior no País, e líder no mercado de genéricos desde 2002, já possui duas fábricas no Brasil, ambas em São Paulo, onde produz comprimidos, cápsulas, drágeas, líquidos, pomadas, cremes e suspensões. A nova investida deve assegurar sua posição frente à concorrência.

A Bayer Schering Pharma, farmacêutica de origem alemã, também possui uma fábrica de contraceptivos hormonais em São Paulo, e tem planos de estar entre as cinco maiores empresas farmacêuticas do Brasil – hoje ela ocupa aproximadamente a sétima posição. Apenas no ano passado a unidade teve expansão de 15% em sua produção, recorde da companhia, que também exporta para a América Latina.

GENÉRICOS. O mercado de medicamentos genéricos também representa um segmento importante em vendas para as companhias farmacêuticas. De acordo com dados da IMS Health, instituto que audita o desempenho do mercado farmacêutico no Brasil e no mundo, revelam que 21% de todos os remédios vendidos no ano passado eram genéricos.

Os fabricantes desse tipo de remédio comercializaram R$ 444,3 milhões de unidades no ano passado e movimentaram R$ 6,2 bilhões. Toda a indústria de medicamentos genéricos cresceu 33% no período.


Fonte: Jornal do Commercio

quarta-feira, 30 de março de 2011

Droga Raia cresce em receita bruta, mas mantém lucro líquido estável

Com 350 lojas, empresa se tornou a segunda maior rede de farmácias do país.

A Droga Raia encerrou 2010 com receita bruta de 1,9 bilhão de reais, um salto de 16,7% na comparação com o ano anterior. O Ebitda somou (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) 75,8 milhões de reais. O resultado é 32,5% superior ao obtido em 2009 e representa uma margem de 4,1% sobre as vendas brutas (0,6 ponto percentual superior à margem de 2009).

O lucro líquido, porém, derrapou e alcançou 1,7 milhão de reais em 2010, pouco acima do registrado no ano anterior.

Segundo Eugênio De Zagottis, vice-presidente de Relações com Investidores, o lucro líquido da empresa nos últimos anos vem sendo impactado pela pressão de despesas financeiras e de depreciação decorrentes do forte ritmo de crescimento da companhia.

Isso porque o potencial de vendas e resultados das lojas só se realiza depois de três anos de operação e, atualmente, 44% das unidades ainda se encontram em estágio de maturação.

Expansão para garantir mercado - Somente no ano passado foram inauguradas 53 novas lojas - 24 no último trimestre, e apenas duas lojas foram fechadas. No Paraná, onde a Droga Raia só estava presente em Curitiba, por exemplo, foram abertas 14 unidades em nove cidades.

Esse acelerado processo de crescimento conduziu a empresa à posição de segunda maior rede de farmácias do Brasil em número de lojas, segundo o ranking da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).

O guidance de abertura bruta da companhia (sem considerar eventuais fechamentos) é de 60 novas unidades em 2011 e de 90 em 2012. A empresa investiu 84,8 milhões de reais em 2010, grande parte dos quais foram financiados pelo fluxo de caixa gerado durante o ano, que alcançou 75 milhões de reais.O centro de distribuição inaugurado na grande Curitiba, que abastecerá as lojas no sul do País, soma-se a outros investimentos realizados pela Droga Raia no ano passado, entre os quais está também a inauguração de um novo centro de treinamento em São Paulo.

“Trata-se de uma iniciativa fundamental para a formação de nossos colaboradores e para garantir que tenhamos pessoas qualificadas e impregnadas da cultura Raia para ocupar as vagas a serem abertas em nosso processo de expansão”, explica De Zagottis. Atualmente, a empresa conta com 6.000 colaboradores.A empresa conseguiu aumentar sua participação no mercado nacional de 3,8% para 4,1%.

O crescimento se deu em cada um dos cinco estados onde a empresa atua (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul), que representam 66,6% do mercado farmacêutico brasileiro.

Entre os fatores dessa expansão, está o crescimento de 21,3% nas vendas de produtos de higiene e beleza, que responderam por 28,9% da receita bruta do ano (30,8%, quando considerado somente o quarto trimestre) e tiveram sua participação no mix total de vendas aumentada em 2,3 pontos percentuais desde 2008.

Genzyme ganha força no Brasil após venda para a Sanofi-aventis

Farmacêutica americana deve permanecer em divisão separada dos franceses e aquisição vai impulsionar os negócios da companhia em mercados emergentes.

Um dos líderes globais da farmacêutica Genzyme, o brasileiro Rogério Vivaldi, vice-presidente global da companhia e presidente da área renal e de endocrinologia, é um dos executivos envolvidos no processo de integração com a francesa Sanofi-aventis que, no mês passado, adquiriu a indústria americana por US$ 20,1 bilhões.

Segundo ele, os acertos sobre a consolidação da compra devem ser finalizados nas próximas seis semanas, mas já está certo que a Genzyme deverá se estabelecer como uma divisão isolada, com manutenção de sua marca, e deve ampliar sua atuação em mercados emergentes — com destaque para China e Brasil — em razão do posicionamento que a Sanofi tem nesses países.

“Eles são fortes na China e isso nos traz facilidades, por exemplo, para aprovação de remédios lá”, afirma Vivaldi.

O principal produto que a Genzyme tenta levar ao mercado chinês é para o tratamento da doença de gaucher — que hoje tem no Brasil o segundo maior número de pacientes identificados.

Trata-se de uma doença genética relacionada com o metabolismo dos lípidos, cujas principais características observadas são um aumento do fígado e do baço, anemia, diminuição do número de plaquetas e doenças ósseas.

No Brasil, o tratamento desses pacientes é coberto pelo Ministério da Saúde em ações em parceria coma Genzyme. “Queremos ser parte da economia local em países como Brasil e China.

A parceria com a Sanofi vai nos trazer possibilidade de aceleração do nosso processo de expansão geográfica e esses países estão entre as nossas prioridades de atuação”, completa Rich Gregory, responsável pela área de pesquisa da companhia.

Com forte atuação no desenvolvimento de medicamentos para doenças raras e pesquisas em biotecnologia, nos últimos 30 anos a Genzyme foi pioneira na criação de tratamentos para as doenças de gaucher, fabry e pompe. Nessas doenças, destacam- se os remédios Cerezyme, Febrazyme,Myosyme.

É uma das líderes globais entre as empresas de biotecnologia, com cerca de 10 mil funcionários.

Instalada em Framingham, Massachusetts, e com acesso aos mais avançados centros de geração de conhecimento na área médica e farmacêutica (como as universidades Harvard e MIT), a companhia investe 18% do faturamento—cerca de US$ 800 milhões — em pesquisa e desenvolvimento. “A Sanofi nos comprou por causa do nosso modelo.

Somos hoje a empresa mais próxima dos pacientes, não melhoramos suas vidas, nós as transformamos’, diz Vivaldi.

Nas negociações de integração, pontua, a Genzyme tem tomado como prioridade, entre outros temas, a manutenção da qualidade de suas pesquisas e o nível de aprovação de seus medicamentos.

“Sabemos que não vale a pena inflar nossa estrutura se não tivermos ganho de produtividade.” A Sanofi-Aventis possui 110 mil funcionários. Somente na China são cerca de 3 mil.

Fundada em 1981, a Genzyme obteve faturamento de US$ 4 ,05 bilhões em2010. Na área liderada por Vivaldi, de tratamentos de problemas renais e de endocrinologia, a receita foi de US$ 1,3 bilhão, o equivalente a 34% do total. Tem acesso a pacientes de doenças raras em100 países.


Mudança


Depois de 28 anos à frente da Genzyme,Henry Teermer deixou o cargo de CEO e passou a fazer parte do conselho ligado a Christopher

Viehbacher, CEO da Sanofi. A Sanofi registrou em 2010 € 5,4 bilhões de lucro líquido. As áreas de especialidade da Genzyme são: doenças genéticas, renal e endocrinológica, oncologia e hematologia e biosegurança.

No Brasil, firmou parceria coma Fiocruz para viabilizar estudos científicos (ver ao lado). * Viajou a convite da Interfarma.

Aquisição - US$ 20,1 bi - foi o valor acertado para a compra da americana Genzyme pela francesa Sanofi-aventis. O negócio foi anunciado no mês passado.

Pesquisa - 18% - da receita ou aproximadamente US$ 800 milhões são investidos anualmente pela Genzyme em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos.

Equipe - 10 mil - pessoas integram os quadros de funcionários da Genzyme, que tem sede em Framingham, Massachusetts e proximidade com a Universidade Harvard e o MIT.

Receita - US$ 4,05 bi - foram faturados pela Genzyme no no ano passado, a área de tratamento de problemas renais e endocrinologia responde por 34% desse total.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Farmacia popular ja mostra resultados

Farmácia Popular cresce 45% no primeiro mês de gratuidade
Número de ofertas gratuitas e autorizações comerciais aumenta de 1,8 milhão para 2,6 milhões desde o início do "Saúde Não Tem Preço"

  Maxpress

O programa Farmácia Popular apresentou crescimento expressivo no primeiro mês de gratuidade dos medicamentos para hipertensão e diabetes. Cresceu 45% o número de autorizações (para venda e oferta grátis) de todos os 25 itens do Aqui Tem Farmácia Popular, entre 14 de fevereiro e 14 de março, nas farmácias da rede privada credenciadas ao programa. Esse período refere-se aos primeiros 28 dias do “Saúde Não Tem Preço”, ação do governo federal que, desde o dia 14 do último mês de fevereiro, subsidia 100% do valor dos medicamentos para hipertensão e diabetes.

Do início da gratuidade do programa até a última segunda-feira (14), foi retirado um total de 2,6 milhões de itens contra 1,8 milhão no período anterior (de 14 de janeiro a 14 de fevereiro). O aumento das autorizações para oferta gratuita de medicamentos para hipertensão e diabetes foi ainda maior: cresceu 61% e 50%, respectivamente.

A gratuidade no Farmácia Popular beneficiou os usuários de medicamentos no país e trouxe vantagens tanto para as farmácias conveniadas quanto para a indústria farmacêutica. O salto nas retiradas de medicamentos mostra que o programa não só amplia o acesso da população à assistência farmacêutica como também é vantajoso para o comércio varejista ao alavancar as vendas de outros itens disponíveis nos estabelecimentos, “atraídas” pelos produtos disponíveis no Aqui Tem Farmácia Popular. “Com isso, as farmácias e drogarias credenciadas ao programa aumentam a competitividade no mercado em relação aos estabelecimentos não-conveniados”, analisa o diretor de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, José Miguel do Nascimento Júnior.

Para viabilizar a gratuidade dos medicamentos para hipertensão e diabetes disponíveis no programa, o ministério fez um intenso trabalho de articulação com produtores e distribuidores da indústria farmacêutica e também com os estabelecimentos parceiros do programa. Com isso, o setor produtivo e as unidades conveniadas, em uma atitude socialmente responsável, se comprometeram com o programa.

INFORMAÇÃO

O acesso da população às unidades do Farmácia Popular foi facilitado por meio de uma ferramenta inovadora: um serviço de SMS (mensagem via celular) que informa as unidades credenciadas mais próximas à casa do usuário do programa. Basta enviar mensagem para o número 27397 informando o CEP da residência (somente os números, sem sinais gráficos) que, em poucos segundos, o usuário recebe resposta com informações precisas sobre o nome, o endereço e o telefone de até três farmácias onde o usuário poderá obter, de graça, medicamentos para hipertensão e diabetes. O serviço de “torpedo” via SMS não tem qualquer custo à população e permanece disponível até o final deste mês.

Além dos medicamentos gratuitos para hipertensão e diabetes, o Aqui Tem Farmácia Popular oferece mais 14 tipos de medicamentos, com até 90% de desconto, utilizados no tratamento de asma, rinite, mal de Parkinson, osteoporose e glaucoma, além de fraldas geriátricas. Os medicamentos são oferecidos em mais de 15 mil farmácias e drogarias da rede privada credenciadas ao Aqui Tem Farmácia Popular e nas 544 unidades próprias (administradas pelo governo federal) do programa.

ORIENTAÇÕES AOS USUÁRIOS

Para obter os produtos disponíveis no Farmácia Popular, o usuário precisa apresentar CPF, documento com foto e receita médica, que é exigida pelo programa como uma forma de se evitar a automedicação, incentivando o uso racional de medicamentos e a promoção da saúde.

Eventuais dúvidas sobre o Farmácia Popular podem ser esclarecidas e comunicadas ao Ministério da Saúde – pelos estabelecimentos credenciados ou pelos usuários do programa – por meio do Disque-Saúde (0800-61-1997) como também pelo e-mail analise.fpopular@saude.gov.br.

Os medicamentos gratuitos para hipertensão e diabetes são identificados pelo princípio ativo ou /nome genérico”, que é a substância que compõem o medicamento. Os itens disponíveis são informados pelas unidades do programa, onde os usuários podem ser orientados pelo profissional farmacêutico. É ele que deverá informar, ao usuário, o princípio ativo que identifica o nome comercial do medicamento (de marca, genérico ou similar) prescrito pelo médico.

Princípios ativos dos medicamentos oferecidos gratuitamente pelo Aqui Tem Farmácia Popular:

Hipertensão
Captopril 25 mg, comprimido
Maleato de enalapril 10 mg, comprimido
Cloridrato de propranolol 40 mg, comprimido
Atenolol 25 mg, comprimido
Hidroclorotiazida 25 mg, comprimido
Losartana Potássica 50 mg

Diabetes
Glibenclamida 5 mg, comprimido
Cloridrato de metformina 500 mg, comprimido
Cloridrato de metformina 850 mg, comprimido
Cloridato de metformina de ação prolongada 500 mg
Insulina Humana NPH 100 UI/ml – suspensão injetável, frasco-ampola 10 ml
Insulina Humana NPH 100 UI/ml – suspensão injetável, frasco-ampola 5 ml
Insulina Humana NPH 100 UI/ml – suspensão injetável, refil 3ml (carpule)
Insulina Humana NPH 100 UI/ml – suspensão injetável, refil 1,5ml (carpule)
Insulina Humana Regular 100 UI/ml, solução injetável, frasco-ampola 10 ml
Insulina Humana Regular 100 UI/ml, solução injetável, frasco-ampola 5 ml
Insulina Humana Regular 100UI/ml, solução injetável, refil 3ml (carpules)
Insulina Humana Regular 100UI/ml, solução injetável, refil 1,5ml (carpules)

sexta-feira, 11 de março de 2011

Uma empresa fora da caixa! Inovação em novos produtos contra mercado de baixo custo...

A reportagem abaixo fala sobre a estratégia atual das empresas em busca de sobrevivência - a busca de oportunidades pode ser pela compra de outras companhias, apostando em consolidar-se em mercados existentes, a aposta em produtos genéricos, que ainda possuem um mercado gigante para crescimento (com uma disputa acirradíssima por custos, onde no meu entendimento, só existirá um vencedor no futuro!).

De outro lado, a busca por novos produtos, chamado inovadores. As estratégias são distintas, e ambas tem riscos e vantagens, e em nenhum momento pode-se afirmar que qualquer destas empresas terá maior ou menor chance de sobreviver, pois as escolhas estratégicas são isto mesmo - que caminho seguir, e que riscos tomar. A Bayer aposta na busca de novos compostos, ou melhoria de compostos existentes.

Não podemos esquecer que a empresa alemã, há alguns anos comprou a também alemã Schering, por ter uma área farma bastante devasada em desenvolvimento, buscando sinergia estratégica, já que a Bayer em essência é uma empresa muito focada na área química e nem tanto na área farmacêutica. A idéia foi deixar de ser a empresa da ASPIRINA, e também passar a ser uma empresa farmacêutica com diversidade de portfólio.

A venda dos medicamentos sem marca vai atingir US$ 212 bilhões no mundo em 2014. saiba por que A Bayer nada contra essa maré.

A fabricante de medicamentos inglesa AstraZeneca fez um acordo de distribuição com a indiana Torrent Pharmaceuticals.

A britânica Glaxo SmithKline comprou 16% da sul africana Aspen Pharma.

O grupo francês Sanofi-Aventis pagou R$ 1,5 bilhão pela brasileira Medley.

E a americana Pfizer gastou US$ 400 milhões por uma fatia de 40% na também brasileira Teuto.

Em comum, esses gigantes da indústria farmacêutica investiram em empresas que apostam em medicamentos genéricos. Esse interesse é facilmente compreendido.

As vendas de remédios sem marca devem gerar negócios de US$ 212 bilhões em 2014, segundo projeções da consultoria americana IMS Health.

Nos próximos quatro anos, o crescimento médio anual dessa área deve ser de 11% ao ano.

Setores como medicamentos com marca ou similares devem ter uma expansão média de 5,3% ao ano. Apesar disso, há ao menos uma grande companhia farmacêutica que é uma estranha neste nicho. E por opção.

É a Bayer HealthCare, divisão farmacêutica da alemã Bayer, que fatura 11 bilhões de euros e tem 38 mil funcionários mundialmente. “Apostamos em dois pilares para crescer: inovação e o poder natural de expansão nos mercados emergentes, com foco na China e no Brasil”, disse Andreas Fibig, presidente mundial da Bayer HealthCare Pharmaceuticals, à DINHEIRO.

Trata-se de uma aposta arriscada. A descoberta de um novo medicamento pode levar entre dez e 12 anos até chegar ao mercado, segundo a Bayer, que investe entre 15% e 17% das suas receitas em pesquisa e desenvolvimento, a cada ano. O custo de P&D é da ordem de bilhões de euros para cada medicamento descoberto e colocado no mercado.


E mais: de cada dez mil substâncias, apenas uma vai se transformar em um remédio que chegará às gôndolas das farmácias. Tome como exemplo o anticoagulante Xarelto, da Bayer. Lançado em 2010, ele consumiu investimentos de 2 bilhões de euros. Mas essa estratégia tem suas compensações. Líderes de vendas da Bayer como o Avalox, para tratamento de doença pulmonar crônica, e o Nexavar, para câncer de rim e fígado, rendem entre e 500 milhões e e 700 milhões por ano à companhia. Desde que foram lançados, em 2000 e 2005, respectivamente, eles já geraram e 8,5 bilhões aos cofres da farmacêutica alemã.


“Preferimos ser melhores em inovação”, diz Theo van der Loo, que assumiu em janeiro a presidência da subsidiária brasileira, depois de passar pela filial espanhola da companhia. “O mercado de genéricos está se consolidando e há muita concorrência nessa área.”Com o objetivo de reforçar sua estratégia, a Bayer anunciou um investimento de e 8 milhões na área de pesquisas da subsidiária brasileira – o dobro do volume aplicado em 2010.

Oncologia, doenças femininas e cardiologia são algumas das prioridades dos pesquisadores brasileiros. O primeiro deles é um dos segmentos em que há ainda grande espaço para descobertas de cura, acredita Marcos Macedo, diretor da consultoria IMS Health para a América Latina.


Em sua opinião, o investimento em inovação só dará retorno para os que apostarem suas fichas em áreas carentes de alternativas para tratamento, como é o caso do mal de Parkinson, Alzheimer, hepatite, artrite reumatoide e doenças raras. “As pe ssoas estão dispostas a pagar o que for para se curar”, diz Macedo.

Uma descoberta importante em algum desses nichos poderá gerar lucros para a empresa durante 20 anos – o tempo que dura uma patente. Além de fortalecer a área de pesquisas, a Bayer vai também ampliar sua presença no interior do País por meio da contratação de mais propagandistas, que visitam consultórios médicos levando informações dos produtos da companhia.

Atualmente, a companhia conta com 600 profissionais atuando nessa área no Brasil. Até 200 novos pesquisadores podem ser contratados. “Ainda estamos estudando essa estratégia e sua implementação depende de uma série de fatores”, diz Loo.

O reajuste de preços não é imediato. Para aplicar o aumento, empresas produtoras de medicamentos deverão apresentar à CMED um relatório informando os porcentuais que querem aplicar. O valor fixado pela CMED é o teto.

As empresas podem, portanto, fixar preços menores.Procurada, a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa não se manifestou sobre os valores de reajuste. As regras para aumento de remédios foram fixadas em 2003.


Fonte: Isto é Dinheiro

quinta-feira, 10 de março de 2011

Mais de 80% da população mundial não tem acesso a remédios para dor

10% da população mundial têm acesso a 90% dos remédios no planeta. Mais de 80% da população mundial precisa, total ou parcialmente, de acesso a analgésicos e, por isso, sofre com dores desnecessariamente.

A informação é do relatório anual da JIFE (Junta Internacional de Fiscalização de Estupefacientes) 2010, publicado nesta quarta-feira (2).


Isso significa que 90% das substâncias lícitas são consumidas por 10% da população mundial, que se concentra em países como Estados Unidos, Austrália, Canadá, Nova Zelândia e algumas nações da Europa, diz Hamid Ghodse, presidente da JIFE.

Em muitos países da África, Ásia e algumas partes da América, o acesso a entorpecentes e a substâncias psicotrópicas para fins terapêuticos é escasso ou nulo.


De acordo com a junta, existe matéria prima suficiente para atender às necessidades de toda a população mundial por analgésicos. No entanto, existem vários fatores que impedem o acesso a esses medicamentos.

Apesar de o preço ser considerado um dos principais obstáculos para o acesso a esses medicamentos, existem fórmulas de baixo custo que têm sido distribuídas em vários países de modo eficaz, como no Brasil, o que, segundo a junta, mostra que as barreiras econômicas podem ser superadas.


Medidas para conter abuso no uso de analgésicos



No relatório, o órgão chama a atenção de todos os governos também para o problema do uso indevido de analgésicos, que em alguns países têm ultrapassado os níveis de abuso de drogas ilícitas.

Para diminuir os índices, a junta recomenda certas políticas que tendem a afetar a disponibilidade de substâncias para fins médicos e científicos, dando, como exemplo, a compilação de dados estatísticos sobre as necessidades de drogas lícitas, legislação, educação e capacitação, sistemas de fiscalização nacional e prevenção do desvio e do abuso de substâncias. Certos fatores, no entanto, são verdadeiros obstáculos para oferta de medicamentos, entre eles, a formação deficiente de profissionais de saúde, a falta de regulamentação, as dificuldades de distribuição e a ausência de uma política de saúde integral e inclusiva que abarque o tratamento da dor, problemas apontados pelo relatório.

Uma saída para melhorar esse quadro seria melhorar os sistemas de fiscalização de drogas que podem ajudar a assegurar o abastecimento suficiente de entorpecentes e de substâncias psicotrópicas para fins médicos e científicos e, ao mesmo tempo, evitar o seu uso inapropriado e abusos.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Com crescimento de 19,3%, rede Drogasil lucra R$ 89 mi e abre 57 lojas

Com lugar de destaque entre as principais redes farmacêuticas do País, a Drogasil anunciou os resultados relativos a 2010, dentre os quais destaca-se o crescimento de 19,3% no lucro líquido, com faturamento de R$ 89,015 milhões. Em vendas brutas, a companhia registrou aumento de 16,8%, num total de R$ 2,08 milhões.


O Ebtida (ganhos anteriores a juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa chegou a R$ 143,5 milhões, ou 21% a mais do que em 2009, com margem de 6,9% em relação às vendas. 71,3% da receita bruta obtida em 2010 foram originados da venda de medicamentos, enquanto 28,7% vieram da comercialização de não-medicamentos.

A presença de outros produtos na composição receituária cresceu 1,4%.Com esses resultados, a rede foi a primeira varejista do segmento a ingressar no segmento Novo Mercado da BM&F Bovespa.

No ano passado, a companhia abriu 57 unidades, atingindo um contingente de 338 lojas operantes em 88 municípios, em seis estados brasileiros.

"O período ainda marcou nossa entrada no Rio de Janeiro, na sequência da trajetória de adicionar a presença da Drogasil a um novo estado do Brasil", declarou o diretor-executivo da empresa, Claudio Roberto Ely. "Reformamos ainda 54 lojas, adaptamos nossa rede de lojas às exigências determinadas pela Anvisa", continuou. "Além disso, iniciamos a operação do segundo centro de distribuição em Contagem, Minas Gerais".


Funcionários a menos


Apesar dos bons resultados econômicos e da abertura de lojas, a rede de farmácias Drogasil, há 75 anos no mercado brasileiro, demitiu mais do que contratou funcionários. No quarto trimestre de 2009, eram 7.560 empregados, quase 20% a mais do que os 6.102 contados no mesmo período de 2009.

Em 2000, a empresa criou o conceito de Beauty Center, que levou para as unidades farmacêuticas um espaço voltado exclusivamente para dermocosméticos e outros produtos de linha estética.

A companhia também é responsável pelo projeto-piloto Diabetes Center, que concentra uma linha de equipamentos, insumos para monitoração da glicemia, medicamentos e genéricos para o tratamento de diabetes, incluindo remédios que fazem parte do programa Aqui Tem Farmácia Popular.

Manaus terá sua primeira fábrica de medicamentos genéricos

Projeto aprovado pelo Codam prevê que a empresa irá investir R$ 187 milhões para implantar uma unidade no Polo Industrial de Manaus.

O Pólo Industrial de Manaus (PIM) ganhará a primeira fábrica de medicamentos genéricos, a Novamed. Segundo informações do Portal Amazônia, o projeto de implantação foi aprovado pelo Governo do Amazonas na última quarta-feira (23), durante a primeira reunião anual do Conselho de Desenvolvimento do Amazonas (Codam).


Foram aprovados 28 novos projetos, com investimentos de cerca de R$ 719 milhões, o que representa a geração de 2.708 novas vagas no mercado de trabalho no período de três anos Sob comando do titular da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan), Marcelo Lima Filho, a 231ª reunião do Codam aprovou projetos que contemplam os setores de duas rodas, farmacêutico, eletroeletrônico, alimentício, termoplástico, metalúrgico e indústria automotiva. Destes, 14 projetos são para implantação de novos empreendimentos, 12 de diversificação e dois de atualização.

Entre os incentivos voltados ao polo farmacêutico, destaca-se a adesão da empresa Novamed, produtora de medicamentos líquidos, sólidos e semi-sólidos que atua nos mercados nacional e internacional há 40 anos, conforme informou o secretário.


O projeto aprovado pelo Codam prevê que a empresa irá investir R$ 187 milhões para implantar uma unidade no PIM, com a previsão de gerar 320 empregos diretos. Para Lima, a chegada do empreendimento possibilitará a economia de recursos para o abastecimento de medicamentos nas unidades de saúde estaduais

terça-feira, 1 de março de 2011

Desembolso para genérico deve dobrar????

Programa enfrenta desafio de aumentar distribuição nas regiões Norte e Nordeste.

O valor do reembolso do governo para a indústria de genéricos deve dobrar com a gratuidade dos remédios para hipertensão e diabetes, segundo estimativa da Pró-Genéricos. De acordo com o presidente da associação, Odnir Finotti, dos R$ 300 milhões desembolsados ano passado pelo governo em subsídios para o Farmácia Popular, 50% foram para o setor de genéricos. Finotti, no entanto, não sabe estimar em quanto tempo isso acontecerá. O programa, que ainda está no início, enfrenta o problema da expansão de suas unidades de distribuição, hoje concentradas nas regiões Sudeste e Sul. Das 65 mil farmácias existentes no Brasil, apenas 15 mil são credenciadas.

Segundo o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, há espaço para expansão nas regiões Norte e Nordeste, embora ele considere a cobertura atual satisfatória, quando se considera a densidade demográfica dessas regiões. Segundo Gadelha, a negociação entre a indústria e as farmácias para a garantia de preços não pode privilegiar Sul e Sudeste ou as grandes redes do país. “Vamos monitorar para que isso não aconteça”, diz o secretário. “Além das redes, existe o mercado de distribuidores de medicamentos, que pode facilitar a entrada das farmácias regionais no programa.

“Se aumentar a escala, todos saem ganhando, principalmente a população - Carlos Gadelha, secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde


Desconcentração


O presidente da Federação Brasileira das Redes Associativas de Farmácias (Febrafar), Edson Tamascia, diz que, por enquanto, apenas 1,5 mil unidades das 4,5 mil que integram a associação participam do Farmácia Popular. E a razão não é apenas a condição de negociação. Muitas não são informatizadas, condição exigida pelo governo para que o estabelecimento entre no programa, já que a loja precisa de autorização online para distribuir os medicamentos. Segundo o secretário, o governo não descarta adotar subsídios para atender ao grupo. “Olhamos a área da saúde como uma possibilidade de desenvolvimento socioeconômico para as regiões do país”, conclui.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Pressionada, Anvisa recua e adia decisão sobre veto a emagrecedores

Pressionada por entidades médicas e farmacêuticas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adiou a decisão sobre a intenção de proibir a venda de medicamentos usados para emagrecimento no Brasil, conforme o Estado revelou na semana passada. Sob forte esquema de segurança - policiais federais armados acompanhavam a audiência pública -, a proposta da agência de proibição foi bombardeada com críticas e contra-argumentos. Depois disso, a Anvisa já não fala mais em um prazo para bater o martelo. Antes da reunião, a informação era de que uma resolução seria publicada em março.

"Não há prazo para definição", admitiu ontem o diretor da Anvisa, Dirceu Barbano. "Vamos discutir o assunto até que todas as dúvidas sejam esclarecidas." Ontem, após mais de cinco horas de debate, a representante da Anvisa Maria Eugênia Cury sinalizou a possibilidade de novas rodadas de discussão. "Talvez essa não tenha sido a última."A proibição da venda dos remédios dietilpropiona (anfepramona), femproporex, mazindol e sibutramina foi recomendada à Anvisa pela Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme), grupo de consultores da agência. Em um relatório de 90 páginas, técnicos listam vários riscos dos remédios e colocam em dúvida a eficácia dessas drogas. "Quem contesta essas informações precisa apresentar dados convincentes que demonstrem o contrário", defendeu Barbano.

No entanto, além de endocrinologistas, várias vozes se posicionaram contra a proposta de veto às substâncias: um neurologista, um professor universitário, uma deputada, um promotor de Justiça, membros dos conselhos regionais e federal de farmácia e até mesmo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

"Essa queda de braço entre o órgão regulador e as sociedades médicas tem de acabar. Entendemos que o grupo analisado no estudo Scout (feito pelo fabricante da sibutramina com pacientes cardíacos) nem deveria ter sido incluído, pois os riscos eram conhecidos. A SBC entende que o debate tem de continuar, mas com especialistas", disse Lázaro Fernandes de Miranda, representante do órgão.A presidente da Associação Brasileira para Estudo de Obesidade (Abeso), Rosana Radominski, acredita que a retirada dos medicamentos trará prejuízo aos pacientes. "As pesquisas analisadas pela Anvisa são as mesmas que nós avaliamos para fazer o consenso. Nós, porém, tiramos conclusões distintas. Remédios podem ser usados, desde que com indicação correta."

O presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), Ricardo Meirelles, reconheceu que os medicamentos apresentam efeitos colaterais. "Mas são em pequena quantidade, diante do tempo da droga no mercado e do grande número de pessoas que fizeram uso da medicação."Tendencioso. Para os defensores do uso dos remédios, o documento da Anvisa pinçou apenas as conclusões negativas. Integrante da Cateme (que produziu o relatório), o médico Anthony Wong, da USP, discorda.

"Os riscos são incontestáveis. Tanto é que esses medicamentos estão proibidos na Europa e na Ásia", disse. Nos Estados Unidos, a anfepramona mantém registro. Há também a fentermina, droga que não é vendida aqui.De acordo com Wong, os anorexígenos são a segunda causa de internação psiquiátrica no Brasil, perdendo apenas para o álcool. O médico também disse que as drogas são usadas de forma excessiva.De fato, levantamento divulgado no ano passado pela Anvisa apontou a prescrição exagerada desses medicamentos. Entre os maiores prescritores estavam médicos do trabalho e de segurança do trânsito. Entre as alternativas apresentadas estava o aumento do controle na prescrição - incluindo a restrição das especialidades médicas com direito a fazer esse tipo de recomendação. Desiré Callegari, do Conselho Federal de Medicina, afirmou que a proposta é inviável, pois seria preciso alterar a lei. Para o endocrinologista Márcio Mancini, do HC, o debate foi satisfatório e a Anvisa não deve tomar uma decisão antes de ouvir a classe médica novamente. "Entramos no debate pessimistas e saímos aliviados."


SOBRE AS DROGAS


Anfetamínicos

São inibidores de apetite vendidos como dietilpropiona, femproporex e manzidol. Atuam no sistema nervoso, bloqueando a captação de dopamina e noradrenalina. Quanto maior a quantidade dessas substâncias circulando entre os neurônios, menor a sensação de fome.

Sibutramina

Atua em duas regiões do sistema nervoso: no centro do apetite e no da saciedade. Diminui a captação de noradrenalina e de serotonina, diminuindo a fome e proporcionando a sensação de saciedade.


Efeitos colaterais

Irritação, insônia, aumento da frequência cardíaca, boca seca e crise de pânico (Manchetes)

''Se há benefícios, não existe contraindicação absoluta''

Depois de estudar o relatório da Anvisa que embasa a proposta de proibir as drogas para emagrecer, o promotor Diaulas Costa Ribeiro, do Ministério Público do Distrito Federal, afirma ser contrário à proibição. Para ele, os argumentos apresentados não convencem.

O senhor se posicionou contra a proibição desses medicamentos. Por quê?

Os argumentos são de uma mãe superprotetora. A Anvisa editou uma nota técnica que f0i feita sem a participação de ninguém. E os artigos científicos usados não amparam a decisão.

Por que não?

Porque são muito antigos. Os mais recentes são revisões bibliográficas que não trazem nada novo. E o estudo mais novo, sobre a sibutramina, foi feito em um grupo de pacientes que não deveria ser medicado. Moral da história: não há fundamentação para proibir. Se há benefícios, não há contraindicação absoluta.

O que pode acontecer, caso essas drogas sejam proibidas?

A proibição abre espaço para um mercado paralelo. Essas drogas vão parar nas mãos de traficantes. Quem quer emagrecer não vai deixar de tomar, faz qualquer sacrifício para perder peso. Essas pessoas deixarão de ter acompanhamento médico.

O senhor também citou o álcool e o cigarro na audiência. Nada mata mais que o álcool e o cigarro. O controle cabe à Anvisa. Eu quero ver quem é que tem coragem de ir para a frente e proibir álcool e cigarro por causa dos riscos que eles oferecem à saúde. É uma briga que ninguém compra



Fonte: Folha de SP

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O rei das farmácias é da Pague Menos (um bom exemplo de estratégia) e de acesso!

A reportagem abaixo para mim, é um bom exemplo de estratégia!

Ao longo dos anos, como profissional de marketing, percebi que pensar estrategicamente é antes de "pensar diferente" da concorrência, como diz Michael Porter, e outros autores, (como ser diferente), mas sobretudo, "enxergar" cenários futuros e encaixar nosso produto, atividade neste cenário (ou cenários) e trabalhar para que eles aconteçam. Além disto, o texto traz algumas "artimanhas" de como atender a população de renda mais baixa no mercado, permitindo acesso e lucrando com isto.

A leitura, é bastante interessante!

"Como o cearense Francisco Deusmar de Queirós, que começou vendendo remédios na periferia, construiu uma rede de drogarias que faturou mais de 2 bilhões de reais em 2010.

O cearense Francisco Deusmar de Queirós, de 63 anos, ainda era menino na década de 50 quando começou a ganhar o próprio dinheiro nas ruas de Fortaleza, no Ceará. “Depois da aula, meu pai me dava banana, laranja e rapadura de nossa mercearia para eu vender na rua”, diz ele.

Nos anos 80, ele enxergou um enorme potencial para empreender vendendo remédios a preço baixo para a clientela de baixa renda do Nordeste. Hoje, quase três décadas depois, Queirós é dono de uma das principais redes de farmácias do país, a Pague Menos, que faturou mais de 2 bilhões de reais em 2010 — metade das receitas vem dos estados do Nordeste.

Ele conta a Exame PME como fez a rede crescer tanto e avisa para quem quiser fazer o mesmo: “O que vale para um estado nordestino pode não valer para o outro”.

Nasci em Amontada, uma cidadezinha do litoral norte do Ceará, onde passei parte da infância. Meu pai, que saiu da escola ao completar o primário, queria que eu estudasse para me formar numa faculdade. Para me dar acesso a bons colégios, minha família se mudou para Fortaleza quando eu tinha 7 anos. Meu pai vendeu o sítio onde morávamos e, com o dinheiro, abriu uma mercearia. Às vezes, eu o ajudava vendendo frutas nas ruas perto de casa — só depois das aulas, pois meu pai não me deixava faltar de jeito nenhum.

Prestei vestibular para o curso de administração na Universidade Federal do Ceará. Eu queria trabalhar numa empresa grande, mas não para fazer carreira como empregado. Meu objetivo era ganhar experiência e um dia ser dono do meu próprio negócio. As coisas aconteceram mais rápido do que eu esperava. Aos 19 anos, ainda na faculdade, consegui um emprego na IBM como operador de computador. Fiquei lá de 1967 a 1969. Depois, passei num concurso para o IBGE, onde trabalhei por mais dois anos. Saí de lá para uma distribuidora de valores. Dois anos depois, tinha me tornado gerente. Também dava aulas de economia na universidade.

Eu tinha quase 30 anos e achei que já estava preparado para empreender.

Abri minha própria corretora, a Pax. Deu muito certo. Ganhei bastante dinheiro vendendo cotas do Finor, um fundo que dava benefícios fiscais a empresas que investiam no Nordeste. No final da década de 70, eu estava com 34 anos e tinha juntado um patrimônio de 1 milhão de dólares.

Enquanto trabalhava no mercado financeiro, passei duas temporadas fazendo cursos nos Estados Unidos. Nas viagens, conheci as drugstores americanas. Achei-as interessantíssimas. Elas têm um pouco de tudo — até salgadinho. Era muito diferente do que eu conhecia no Brasil, onde farmácia só vendia remédio e um ou outro artigo de perfumaria.

A enorme diversificação nas drugstores americanas me chamou a atenção.

Dava para vender os remédios a um preço baixo porque o lucro menor nos medicamentos era compensado com margens melhores nos demais produtos.

Achei o sistema bem interessante e comecei a pensar em como adaptá-lo ao Brasil. Ter uma farmácia me pareceu ótimo. Todo mundo precisa de remédio de vez em quando. Além disso, eu simpatizava com a idéia de lidar com comércio, porque era um tipo de negócio mais parecido com a mercearia que eu conheci quando criança — a corretora dava dinheiro, mas não me encantava tanto assim.

Em 1981, abri minha primeira farmácia no Ellery, um bairro simples de Fortaleza. Era modesta, mas chamava a atenção por ser diferente das concorrentes. As outras farmácias deixavam os produtos de higiene atrás do balcão, e quem quisesse alguma coisa tinha de pedir ao balconista. Muita gente, principalmente as mulheres, ficava constrangida de ter de pedir um produto de uso pessoal, como preservativos ou absorventes íntimos, a um estranho. Não tinha dúvida de que isso atrapalhava as vendas. A primeira coisa que copiei das drugstores foi deixar uma gôndola no meio da farmácia com os produtos de higiene e perfumaria ao alcance do cliente, que podia encontrar tudo sem pedir a ninguém. Com o tempo, acrescentei mais itens que os concorrentes não vendiam, como doces e refrigerantes.

Os medicamentos baratos fizeram um enorme sucesso. Mas a gente não vendia o tempo todo.

Certa vez, o gerente de uma de nossas drogarias numa cidade no interior do Ceará justificou as vendas em baixa porque enfrentava a concorrência de uma pequena farmácia do bairro que vendia medicamentos em “dedada” e “colherada”. Pedi a ele para explicar melhor. Soube então que, quando não tinha dinheiro para comprar um tubo de pomada ou um vidro de xarope, o pessoal do bairro ia nesse concorrente e, por 50 centavos, comprava uma dedada de pomada ou uma colherada de remédio.

Encontrar formas de fazer com que mais gente entrasse na farmácia era uma verdadeira obsessão para mim.

Em 1991, estava em Belo Horizonte quando vi um rapaz entrar numa lavanderia para comprar vale transporte. Gostei da idéia e decidi fazer das farmácias um ponto de prestação de serviços. Fiz acordos com empresas de ônibus para distribuir os vales. Também procurei as companhias de telefonia, energia e água e fechei contratos para que os clientes pudessem pagar as contas na Pague Menos. Essas empresas me davam prazo de três dias para repassar o que recebia — enquanto isso, o dinheiro ficava aplicado no banco. Hoje, isso é comum, mas penso ter sido um dos primeiros.

Achava que havia muita coisa errada nas farmácias de Fortaleza.

Ficava particularmente incomodado com as drogarias que funcionavam 24 horas. As portas não ficavam abertas o tempo todo.

À noite, os donos deixavam só uma janelinha aberta na fachada, com medo de assaltantes, e um único funcionário lá dentro para atender quem chegasse.

Para mim, era ridículo deixar o pobre do cliente ao relento com a desculpa de proteger a farmácia. Quando abri a primeira drogaria 24 horas, mandei deixar aberta o tempo todo. Muita gente disse que a Pague Menos viraria chamariz de bandido. Até fui assaltado algumas vezes, mas não mais do que o pessoal da janelinha. E ganhei clientes que certamente não gostavam nada de ficar de madrugada na calçada para comprar remédios.

Quem quer fazer negócio no Nordeste precisa compreender suas particularidades. O que vale para o Ceará nem sempre funciona nos estados vizinhos. O consumidor de Fortaleza pensa diferente do cearense do interior. Lembro uma vez em que estava preocupado com uma farmácia em Juazeiro do Norte que nunca batia as metas. Um dia fui lá tentar descobrir qual era o problema. Dei uma volta pela cidade e percebi que as farmácias e todas as outras lojas tinham na porta uma imagem do Padre Cícero. Conversei com outros comerciantes. Eles me explicaram que, sem uma estátua do Padim Ciço no estabelecimento, o pessoal de Juazeiro não entra. Comprei logo três imagens — uma eu pus na porta, a outra no meio e a última nos fundos da Pague Menos. Depois disso, as vendas aumentaram.

No final dos anos 90, comecei a abrir farmácias fora do Nordeste. Em 2002, a rede chegou a São Paulo. Mas o mercado nordestino, onde construí uma base sólida para a expansão da empresa, representa metade das receitas. Hoje, ainda há muito o que crescer no Nordeste, principalmente graças à explosão no consumo das classes C e D. A região virou um grande canteiro de obras. Fico impressionado como de um ano para o outro surgem bairros onde antes só havia terrenos baldios. Em cada um desses lugares pode haver espaço para uma ou mais farmácias.

Muitos concorrentes dizem que pretendem investir no Nordeste, mas até agora não vi nada de muito concreto. Quem chega para abrir meia dúzia de farmácias não me incomoda. Mas respeito quem vier com muito dinheiro e planos agressivos. Estou me preparando para enfrentar a concorrência, sem deixar de lado a expansão da Pague Menos em outras regiões, como a Norte e a Sudeste. Para isso, vou precisar de dinheiro. Planejo abrir o capital até o fim de 2012, quando a Pague Menos deverá ter 500 farmácias e faturar mais de 3 bilhões de reais por ano."