O IMS é a empresa que referencia os dados de vendas da indústria farmacêutica mundial, notadamente para o varejo (venda em farmácias). Todos os anos, a empresa realiza as previsões para os anos seguintes, apontando áreas de maior interesse para investimento em diversos países ao longo do globo.
Apesar do crescimento deste setor até 2013 continuar a ser estimado como fraco em relação a anos anteriores, o desempenho registrado durante este ano levou a IMS a projetar um cenário um pouco mais animador do que o que tinha anunciado em Abril.
Há cerca de seis meses, as estimativas da IMS para os medicamentos sujeitos a receita médica nos Estados Unidos indicavam, pela primeira vez, uma queda - desde que a empresa começou a analisar os dados (1957) -, situada entre 1 e 2%.
Agora, prevê uma subida para este ano, entre os 4,5 e os 5,5%, e um crescimento entre os 3 e os 5% em 2010.
A IMS disse que a procura às farmácias foi maior do que o esperado, o que fez com que estas tivessem de compensar os stocks reduzidos no final do ano passado, temendo o impacto de uma recessão profunda.
Entretanto, as farmacêuticas aplicaram aumentos de preços, apesar da economia de esforço, o que conduziu a uma previsão de melhoria.As vendas farmacêuticas globais poderão aumentar entre 4 a 6% em 2010, ultrapassar os 825 mil milhões de dólares, e alcançar os 975 mil milhões de dólares em 2013, correspondendo a uma taxa composta de crescimento anual entre 4 e 7%, segundo a IMS.
"A previsão um pouco mais positiva para o sector farmacêutico deve-se essencialmente ao forte crescimento do mercado norte-americano, que provou ser mais resiliente do que o esperado para a desaceleração econômica", comentou à “Reuters” Murray Aitken, vice-presidente senior da Healthcare Insight da IMS.
Desta forma, a IMS aumentou a suas estimativas para este mercado até 2013 em cerca de um ponto percentual.A empresa considera que as perdas de patentes de vários blockbusters durante os próximos anos são um dos principais fatores que vão limitar o crescimento do sector até 2013, ao mesmo tempo que a concorrência entre genéricos vai ganhar um maior destaque. Durante os próximos cinco anos, produtos que geraram vendas anuais de 137 mil milhões de dólares irão perder a proteção de patente.
Entre estes está o Lipitor (Pfizer), Plavix (comercializado pela Sanofi-Aventis e Bristol-Myers Squibb) e o Advair (GlaxoSmithKline).Os medicamentos de marca vão perder cerca de 80% das suas receitas quando as suas versões genéricas começarem a inundar o mercado.
Vários medicamentos com potencial para ultrapassar os mil milhões de dólares em lucros anuais poderão entrar no mercado para tratar a osteoporose, esclerose múltipla, artrite reumatóide, cancro ou diabetes não deverão gerar a magnitude de vendas que os fármacos que irão perder a patente, assinalou a IMS.
Aitken considera que uma verdadeira descoberta a nível terapêutico ainda poderá gerar muitos milhares de milhões de dólares. "Se tivermos cinco lançamentos desse tipo no mercado durante os próximos anos, o mercado global poderá vir a ganhar outra dimensão".
Mercados emergentes como a China, Brasil, Índia, Coréia do Sul, México, Turquia e Rússia poderão registrar um crescimento nas vendas entre 12 e 14% em 2010 e 13 e 16% até 2013, calcula a IMS. A empresa revelou igualmente que na sua última previsão não teve em conta o potencial impacto da pandemia de gripe A, que poderia afectar de forma positiva as taxas de crescimento, através de um grande aumento das vendas de vacinas e antivirais.
Fonte: Netfarma
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