Farmacêutica americana deve permanecer em divisão separada dos franceses e aquisição vai impulsionar os negócios da companhia em mercados emergentes.
Um dos líderes globais da farmacêutica Genzyme, o brasileiro Rogério Vivaldi, vice-presidente global da companhia e presidente da área renal e de endocrinologia, é um dos executivos envolvidos no processo de integração com a francesa Sanofi-aventis que, no mês passado, adquiriu a indústria americana por US$ 20,1 bilhões.
Segundo ele, os acertos sobre a consolidação da compra devem ser finalizados nas próximas seis semanas, mas já está certo que a Genzyme deverá se estabelecer como uma divisão isolada, com manutenção de sua marca, e deve ampliar sua atuação em mercados emergentes — com destaque para China e Brasil — em razão do posicionamento que a Sanofi tem nesses países.
“Eles são fortes na China e isso nos traz facilidades, por exemplo, para aprovação de remédios lá”, afirma Vivaldi.
O principal produto que a Genzyme tenta levar ao mercado chinês é para o tratamento da doença de gaucher — que hoje tem no Brasil o segundo maior número de pacientes identificados.
Trata-se de uma doença genética relacionada com o metabolismo dos lípidos, cujas principais características observadas são um aumento do fígado e do baço, anemia, diminuição do número de plaquetas e doenças ósseas.
No Brasil, o tratamento desses pacientes é coberto pelo Ministério da Saúde em ações em parceria coma Genzyme. “Queremos ser parte da economia local em países como Brasil e China.
A parceria com a Sanofi vai nos trazer possibilidade de aceleração do nosso processo de expansão geográfica e esses países estão entre as nossas prioridades de atuação”, completa Rich Gregory, responsável pela área de pesquisa da companhia.
Com forte atuação no desenvolvimento de medicamentos para doenças raras e pesquisas em biotecnologia, nos últimos 30 anos a Genzyme foi pioneira na criação de tratamentos para as doenças de gaucher, fabry e pompe. Nessas doenças, destacam- se os remédios Cerezyme, Febrazyme,Myosyme.
É uma das líderes globais entre as empresas de biotecnologia, com cerca de 10 mil funcionários.
Instalada em Framingham, Massachusetts, e com acesso aos mais avançados centros de geração de conhecimento na área médica e farmacêutica (como as universidades Harvard e MIT), a companhia investe 18% do faturamento—cerca de US$ 800 milhões — em pesquisa e desenvolvimento. “A Sanofi nos comprou por causa do nosso modelo.
Somos hoje a empresa mais próxima dos pacientes, não melhoramos suas vidas, nós as transformamos’, diz Vivaldi.
Nas negociações de integração, pontua, a Genzyme tem tomado como prioridade, entre outros temas, a manutenção da qualidade de suas pesquisas e o nível de aprovação de seus medicamentos.
“Sabemos que não vale a pena inflar nossa estrutura se não tivermos ganho de produtividade.” A Sanofi-Aventis possui 110 mil funcionários. Somente na China são cerca de 3 mil.
Fundada em 1981, a Genzyme obteve faturamento de US$ 4 ,05 bilhões em2010. Na área liderada por Vivaldi, de tratamentos de problemas renais e de endocrinologia, a receita foi de US$ 1,3 bilhão, o equivalente a 34% do total. Tem acesso a pacientes de doenças raras em100 países.
Mudança
Depois de 28 anos à frente da Genzyme,Henry Teermer deixou o cargo de CEO e passou a fazer parte do conselho ligado a Christopher
Viehbacher, CEO da Sanofi. A Sanofi registrou em 2010 € 5,4 bilhões de lucro líquido. As áreas de especialidade da Genzyme são: doenças genéticas, renal e endocrinológica, oncologia e hematologia e biosegurança.
No Brasil, firmou parceria coma Fiocruz para viabilizar estudos científicos (ver ao lado). * Viajou a convite da Interfarma.
Aquisição - US$ 20,1 bi - foi o valor acertado para a compra da americana Genzyme pela francesa Sanofi-aventis. O negócio foi anunciado no mês passado.
Pesquisa - 18% - da receita ou aproximadamente US$ 800 milhões são investidos anualmente pela Genzyme em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos.
Equipe - 10 mil - pessoas integram os quadros de funcionários da Genzyme, que tem sede em Framingham, Massachusetts e proximidade com a Universidade Harvard e o MIT.
Receita - US$ 4,05 bi - foram faturados pela Genzyme no no ano passado, a área de tratamento de problemas renais e endocrinologia responde por 34% desse total.
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