A empresa americana de biotecnologia Amgen fechou ontem a aquisição do laboratório brasileiro Bergamo, que desenvolve medicamentos com foco em doenças graves.
O valor do negócio - discutido há alguns meses pelas companhias - totalizou US$ 215 milhões e envolverá a unidade produtiva da brasileira em Taboão da Serra (SP).
"Nós atuamos no mesmo mercado. O portfólio da Bergamo, particularmente do setor de oncologia, é complementar ao nosso", afirmou ao Valor o vice-presidente da Amgen para Ásia e América Latina, Richard Davies.
Segundo o executivo, o foco da americana no país será o segmento oncológico e o setor hospitalar governamental.
Com a aquisição, o Brasil se torna a segunda maior subsidiária da companhia, em termos de funcionários, atrás apenas da Holanda. Com 430 funcionários, a força de trabalho da Bergamo vai se somar aos cerca de 17 mil empregados da Amgen, que atua em 50 países.
Na América Latina, a unidade produtiva adquirida será a primeira da multinacional na região. A empresa tem no México uma operação comercial, enquanto nos demais países latinos opera por meio de distribuidores.
Até o negócio com a Bergamo, a Amgen tinha cerca de 30 funcionários no Brasil, que trabalhavam em um centro de pesquisas da empresa, em São Paulo.
A Mantercorp, recentemente comprada pela Hypermarcas, era a distribuidora da companhia no país. O acordo de ontem envolveu também a recuperação, por parte da americana, dos direitos sobre seus produtos que haviam sido cedidos à Mantercorp.
"Nossa estratégia para o Brasil envolvia essas três questões: a capacidade científica, a recuperação dos medicamentos cedidos e a compra da Bergamo. Queremos participar do mercado brasileiro, trazendo medicamentos inovadores. Esse é só o primeiro passo no Brasil", afirmou o executivo, que não descarta futuras aquisições no país, mas agora se focará no crescimento orgânico.
Com sede na cidade de Thousand Oaks, na Califórnia, a Amgen é uma empresa de capital aberto, com ações listadas na Nasdaq. No ano passado, a receita da multinacional somou US$ 15,053 bilhões, o que representou um avanço de 3% ante os resultados de 2009. O lucro líquido passou de US$ 4,605 bilhões para US$ 4,627 bilhões. Para este ano, a empresa prevê uma receita na faixa de US$ 15,1 bilhões a US$ 15,5 bilhões.
A Bergamo, por sua vez, acumulou uma receita bruta de R$ 133 milhões em 2010, frente aos R$ 118 milhões verificados no ano anterior. A empresa foi fundada em 1916 e é especializada em oncologia, medicamentos hospitalares - com foco em produtos biológicos e biotecnológicos -, dermatologia, reprodução humana e farmácias, por meio da comercialização de hormônios de crescimento
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