terça-feira, 30 de junho de 2009

Laboratórios investem no público de baixa renda


Jornalista:
Beth Koike

30/06/2009 - Diante do baixo número de brasileiros com planos de saúde (cerca de 40 milhões) as redes de medicina diagnóstica estão investindo em serviços para pessoas das classes C e D que não contam com o benefício. Dasa e Fleury - os dois maiores grupos do setor no país - têm bandeiras que oferecem exames a preços populares. Nesses laboratórios, um hemograma, por exemplo, sai em média por R$ 8 contra até R$ 59 na tabela particular convencional.


As redes vislumbram o público atendido hoje pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, neste ano devem ser realizados 380 milhões de exames de análises clínicas no setor público. No mercado privado de laboratórios, cujo faturamento soma cerca de R$ 3 bilhões, a previsão é de 240 milhões de exames em 2009.

Entre as grandes redes, a primeira a apostar neste nicho de mercado foi a Diagnósticos da América (Dasa). Das suas 20 bandeiras, quatro oferecem exames com preços menores desde 2007, no chamado Programa Popular. Neste grupo, estão as marcas Lavoisier (SP), Brostein (RJ), Pasteur (BR) e Curitiba Santa Casa (PR), que juntas possuem 126 unidades e no primeiro trimestre de 2009 registraram receita de R$ 9,7 milhões.

A aposta da Dasa não foi à toa. No primeiro ano de operações, foram realizados 667 mil exames e em 2008 esse número dobrou para 1,3 milhão. A diferença entre o preço cobrado pela bandeira popular e pelas outras marcas é grande. O valor, no entanto, chega perto do que as operadoras de planos de saúde pagam. Segundo o Valor apurou, um hemograma sai por R$ 59,64 pela tabela particular (do Delboni, por exemplo) e R$ 8,40 no programa popular. Já os convênios médicos, que contratam grande volumes de exames, pagam R$ 8,10.

"Todos os nossos 3 mil tipos de exames podem ser feitos nos laboratórios que oferecem programas populares, desde os exames de análises clínicas até os mais sofisticados, como de imagem", explicou Milton Zymberg, diretor de medicina privada da Dasa.

No ano passado, o grupo Fleury adotou um programa de serviços a preços populares em duas de suas 12 bandeiras: Campana, no, em São Paulo, e Maiolino, no Rio. Com essas iniciativas, os grandes grupos passam a concorrer mais efetivamente, com um grande número de pequenos laboratórios que voltados para as classes C e D. Dos 12 mil laboratórios do país, 7 mil atuam nesse segmento.

Outro laboratório que até então focava em serviços terceirizados e agora está apostando no segmento popular é o Biofast. A empresa criou no começo deste ano a marca Vapt Vupt, com a abertura de unidades em São Paulo e Porto Seguro, na Bahia. "Estamos investindo neste ano R$ 2 milhões para abertura de mais oito unidades. Até 2001 queremos ter entre 20 e 30 unidades Vapt Vupt", disse Márcio Guimarães, diretor administrativo e financeiro da Biofast, que pretende encerrar o ano com 1,2 milhão de exames por mês.

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