sábado, 30 de janeiro de 2010

Aché - investimento pesado na produção de genéricos

O laboratório nacional Aché está investindo R$ 120 milhões para produzir medicamentos genéricos e similares que estão para perder a patente nos próximos meses. Entre 2010 e 2011, cerca de 25 medicamentos de marcas deverão ter sua versão genérica no mercado interno. "Temos mais de 100 projetos em andamento, que deverão ser lançados nos próximos três anos", disse José Ricardo Mendes da Silva, presidente da companhia.

Terceiro maior laboratório de genéricos do Brasil, com faturamento bruto de R$ 1,9 bilhão (dados preliminares de 2009), o Aché está acompanhando atento os medicamentos de marcas que terão perda de patente entre este ano e o ano que vem. Neste ano, serão cerca de 10 novos produtos, entre genéricos e similares do Aché no mercado interno.

Segundo Mendes, a empresa também deve intensificar acordos para licenciar medicamentos no Brasil. A companhia busca parcerias de "mão dupla". Ou seja, o Aché licencia medicamentos de um laboratório internacional e também concede seus produtos para o mesmo fim para a comercialização no país de origem da companhia parceira.

Em 2007, a empresa fechou dois importantes acordos neste sentido. Um com a mexicana Silanes - para levar medicamentos da linha cardiometabólica ao México - e com a alemã Beiersdorf - para trazer ao Brasil a linha de dermocosméticos Eucerin. Neste ano, o laboratório planeja fazer o lançamento de sua própria linha de produtos dermatológicos, afirmou Mendes.


Pesquisa e Desenvolvimento


O grupo também já está investindo R$ 70 milhões em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de novos medicamentos. Mendes negou que a companhia tenha virado alvo preferencial de possíveis aquisições por parte de outros laboratórios - embora tenha sido sondado diversas vezes nos últimos meses.
O executivo afirmou que vai negociar parceria com uma multinacional para medicamentos voltados para oncologia, mas não entrou em detalhes. A empresa tem entre seus principais medicamentos o Alenia (para asma), Artrolive (artrose), Betalor e Lotar (cardíacos).


TRAJETÓRIA

Fundado em 1966, o Aché conta com dois complexos industriais, um em sua sede em Guarulhos (Grande São Paulo) e outro na capital paulista, no bairro Jurubatuba. O portfolio da empresa elenca 250 marcas em cerca de 600 apresentações de medicamentos sob prescrição, genéricos e MIP (isentos de prescrição). A companhia é controlada pelas famílias Dellape Baptista, Siaulys e Depieri.

Nos últimos anos, a empresa engrossou o movimento de consolidação no setor. Em 2003, o laboratório incorporou a farmacêutica alemã Asta Médica do Brasil. Dois anos depois, deu um importante passo com a compra da Biosintética Farmacêutica, que possibilitou à companhia entrar no segmento de genéricos - hoje os produtos são comercializados sob a marca comercial Genéricos Biosintética.

Em 2008, a empresa firmou parceria com a americana RFI Ingredients, marcando sua entrada no mercado americano e canadense com a comercialização do creme anti-inflamatório Acheflan. Atualmente, o Aché exporta seus produtos para 12 países.

Fonte: Valor Econômico

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