quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Laboratórios nacionais vão lançar biossimilares

Os laboratórios nacionais já começaram a fazer registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para os chamados medicamentos biossimilares. Segundo Odnir Finotti, presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), alguns desses medicamentos poderão ser lançados até o fim deste ano no país.

O Aché deverá fazer o registro de um medicamento biossimilar no início deste ano e outro até o fim de 2011, ambos voltados para oncologia, afirmou José Ricardo Mendes Silva, principal executivo. Mendes foi eleito presidente do conselho de administração do Pró Genéricos. Odnir Finotti mantém-se como presidente-executivo.

Os biossimilares, produzidos a partir dos remédios biológicos, equivalem aos genéricos, mas essas drogas não comprovam a bioequivalência com os originais, como ocorre com os genéricos.Os biológicos são a nova aposta das grandes farmacêuticas. Esses produtos são derivados de materiais vivos (plantas, animais ou microrganismo) ou de células geneticamente modificadas. Os tipos de medicamentos biológicos mais conhecidos são os hormônios, como as insulinas e as vacinas.

Em dezembro, a Anvisa divulgou novas normas para o registro de produtos biológicos. As determinações estão reunidas na RCD (Resolução Colegiada da Diretoria) nº 55, que estabelece requisitos mínimos de qualidade, segurança e eficácia para medicamentos biológicos. A partir dessa resolução, a Anvisa permite o desenvolvimento de produtos biológicos por meio de comparabilidade com outros já existentes no mercado, ou seja, com os medicamentos biossimilares.


O nacional Aché deverá investir cerca de R$ 130 milhões este ano para concluir os aportes em sua nova unidade em Guarulhos, na Grande São Paulo, e também lançar novos medicamentos, afirmou ao Valor José Ricardo Mendes da Silva, principal executivo da farmacêutica. "Temos um plano agressivo para genéricos para este ano. Hoje esse segmento responde por 20% de nossa receita [que ficou em R$ 2,3 bilhões em 2010]", afirmou o executivo.

Os laboratórios Neo Química, da Hypermarcas, e a Teuto, ambos em Anápolis (GO), também estão em fase de expansão. A Medley, da francesa Sanofi-Aventis, também terá uma fábrica nova em Brasília.A participação dos genéricos no Brasil já atinge 21,3% do mercado geral de medicamentos, que encerrou no ano passado com vendas de R$ 36,265 bilhões, um crescimento de 20% sobre o no anterior. Em 2009, a fatia estava em 18,7%, com vendas totais de R$ 30,251 bilhões. A expectativa do setor é que o segmento genérico possa mais do que dobrar nos próximos anos, respondendo por 40% a 50% das vendas totais, atingindo igual participação de países como EUA e Europa.

"A economia cresceu em 2010 e o acesso a medicamentos acompanhou esse movimento", afirmou Odnir Finotti, presidente-executivo da Pró Genéricos. No ano passado, a queda da patente do Viagra (para tratamento de disfunção erétil) e do Lipitor (combate o colesterol elevado), ambos da multinacional americana Pfizer, ajudaram a elevar as vendas do setor.A EMS saiu na frente, com o lançamento da versão genérica desses dois produtos, mas outras farmacêuticas também pediram registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para entrar nessa concorrência.

Para este ano, a expectativa é de que o setor continue em expansão, uma vez que outros "blockbusters" (remédios campeões de vendas) estão para perder a patente e possam injetar no mercado de genéricos mais R$ 700 milhões. Entre os novos genéricos estão o valsartan (combate hipertensão arterial), cujo principal medicamento de marca é o Diovan, que pertence à farmacêutica suíça Novartis. O EMS também já conseguiu registro para negociar a versão genérica desse produto. Estão também na fila o rosuvastatina (indicado para colesterol alto e doenças cardiovasculares), comercializado no Brasil pela AstraZeneca, com o nome comercial de Crestor, e a quetiapina, comercializada pela AstraZeneca com o nome comercial Seroquel (antipsicótico.



Fonte: Valor Econômico

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