O fundador e presidente do conselho de administração da O Boticário, Miguel Krigsner, tem seu próprio conceito sobre beleza, que destoa da filosofia de que ela vem de dentro. "Na prática, vem de fora. Quando a pessoa olha no espelho e gosta do que vê, começa a se sentir bem e isso faz diferença", diz o empresário, com a experiência de 32 anos de atuação no segmento de cosméticos e perfumaria.
Conceitos à parte, a empresa se prepara para enfrentar o aumento na concorrência. Sua previsão é de que o Brasil se tornará o segundo em vendas de cosméticos, no lugar do Japão e atrás dos Estados Unidos. Para ficar menos elitista e ampliar a base de clientes, a direção apostou em uma linha mais barata de maquiagem, na qual investiu R$ 9 milhões. Trabalha, há dois anos, com a consultoria Bain & Company para ajudá-la na localização das lojas pelo país. E vai ampliar a estrutura com investimentos de R$ 175 milhões.
Desde que deixou o dia-a-dia dos negócios, em 2008, Krigsner contribui de modo diferente para o crescimento da O Boticário, que tem fábrica
Krigsner traça planos para enfrentar a concorrência."Como se defrontar com um turbilhão de empresas que vão atuar aqui", pergunta, citando aumento em propaganda de multinacionais da área de beleza. Foi para enfrentar essa situação que a fabricante decidiu investir no aumento de capacidade e em um centro de distribuição, que deveria ser aberto este mês em Registro (SP), mas as obras atrasaram devido às chuvas e seu uso foi adiado para depois do Natal.
"Em 2010 nossa sede vai virar um parque de obras", conta. As mudanças vão incluir a importação de máquinas, a construção de novo centro administrativo (o atual foi adaptado de um galpão) e o aumento do laboratório, de cerca de 3 mil metros para 12 mil metros quadrados. Krigsner explica que as ampliações estavam previstas para 2012 e foram antecipadas. A empresa comprou há cinco anos um terreno de 55 mil metros quadrados ao lado da fábrica e 5 mil metros serão usados agora.
Mesmo com a aposta na classe C, os olhos não foram desviados da classe B, grande consumidora dos 630 itens da empresa. Krigsner afirma que há uma demanda reprimida por produtos da marca. "Queremos que toda pessoa que entra numa das lojas encontre produtos que deseja e pode pagar. Não queremos ser elitizados".
(Valor Econômico)
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