A África do Sul iniciou nesta segunda-feira uma série de testes de uma vacina contra a Aids.
O primeiro de 36 voluntários saudáveis recebeu hoje uma dose da vacina diante de autoridades e de jornalistas na Cidade do Cabo.
Porém, a principal cientista do país, a professora Anna-Lise Williamson, disse que o governo suspendeu o apoio financeiro ao projeto.
De acordo com ela, os testes seguirão adiante patrocinados pelos Estados Unidos, mas a continuidade das pesquisas está ameaçada. Anna-Lise afirmou que o Departamento de Ciência e Tecnologia da África do Sul decidiu suspender o financiamento da pesquisa e que um outro contrato de financiamento expirou no ano passado e não foi renovado. "A África do Sul não tem dinheiro atualmente para o desenvolvimento da vacina", disse ela, durante a apresentação da série de testes.
Funcionários do setor de saúde dos EUA estavam presentes. Eles deram apoio técnico e produziram a vacina em laboratórios do Instituto Nacional de Saúde. Depois de quase uma década negligenciando o problema, a África do Sul passou a viver uma crise por causa da disseminação da aids.
Quase 5,2 milhões de sul-africanos (ou mais de 10% da população do país) estavam com o vírus no ano passado. As mulheres jovens são as principais vítimas: um terço das sul-africanas entre 20 e 34 anos estão infectadas. Em 1999, os ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia puseram em ação uma iniciativa para uma vacina e utilizaram quase 250 milhões de dólares em cerca de 10 anos. Ainda que os sul-africanos sejam os primeiros a alcançar a etapa clínica, podem ser necessários anos de testes.
Diário do Nordeste
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