A rainha egípcia de traços atemporalmente perfeitos dá nome a um novo uso do Botox, agora para alisar a região do pescoçoEla viveu há 3 400 anos e não frequenta revistas de celebridades. Mas a mulher mais falada do momento nas clínicas dermatológicas é a rainha egípcia Nefertiti.
Com traços cortantes de tão definidos, longo pescoço e perfeito contorno do rosto, ela batiza uma nova aplicação para o Botox, nome comercial da toxina botulínica, desta vez na demolidora região do pescoço.
O alvo das injeções é o platisma, um músculo bilateral que desce da mandíbula até a saboneteira, a depressão cercada de ossos logo abaixo do pescoço.Em Nefertiti, tal como mostrada em sua sublime beleza e serenidade eterna, no busto em exposição no Museu de Berlim, o músculo parece invisível. Nas mortais comuns, porém, à medida que a idade avança, o platisma salta à
vista e ainda puxa mais para baixo a pele já flácida do contorno do rosto, formando a papada pregueada que anuncia aos quatro cantos a inexorável passagem dos anos.
A aplicação de Botox numa área triangular bem no centro do músculo – o Nefertiti lift – faz com que ele relaxe. Sem tração, as pregas do pescoço se suavizam e a região logo abaixo da mandíbula se eleva. É uma alternativa temporária à plástica tradicional, em que pele e músculos são estirados através de cortes atrás das orelhas. "Apresenta ótimos resultados em pacientes que têm entre 35 e 50 anos", diz Andréia Mateus Moreira, coordenadora do departamento de cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
A geografia do Botox, como a do antigo Egito, começa no alto (as rugas de expressão na testa), desce para o médio (os pés de galinha em torno dos olhos) e agora avança para o baixo (a região mandibular e do pescoço). É uma área delicada, onde uma aplicação malfeita pode causar alteração da sensibilidade e problemas motores, como dificuldade de engolir. Sem falar no risco de a candidata a rainha egípcia acabar com o rosto mais puxado de um lado que do outro. Como nos demais procedimentos com Botox, dura cerca de seis meses. Custa em torno de 1 000 reais.
A fisioterapeuta carioca Elizabeth Dantas, 54 anos, fez pela primeira vez há oito meses; gostou tanto que voltou para mais na semana passada. "Eu sentia o rosto desabando, parecendo um buldogue, e isso me incomodava. Estou mais leve agora. As pessoas notam a mudança, mas não sabem dizer exatamente o que é", afirma.
Revista Veja
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