13/07/2009 - O aporte de recursos do grupo alemão Celesio - via aumento de capital - na Panpharma será destinado exclusivamente para a capitalização da maior distribuidora de medicamentos do país, garantiu Alexandre Panarello, de 32 anos, novo presidente do grupo. "A intenção é consolidar a liderança e elevar o crescimento da empresa."
Depois da conclusão, durante a semana passada, do "due dilligence", o grupo alemão Celesio anunciou na sexta-feira a aquisição de 50,1% das ações da Panpharma, que inclui as distribuidoras Panarello, American Farma e Sudeste Farma. Juntas, elas possuem 17% de participação do mercado atacadista de medicamentos com vendas líquidas de R$ 3 bilhões em 2008. A Panpharma, criada em Goiás em 1975 e que cresceu com generosos incentivos fiscais, alegou confidencialidade do valor da negociação. Estima-se um aporte de ao redor de R$ 400 milhões, segundo apurou o Valor. A intenção inicial era adquirir 54% das ações.
Segundo Panarello, o grupo alemão procurou a empresa no início de 2008 em busca de oportunidade de crescimento no Brasil. "A família achou a proposta interessante porque permite uma gestão compartilhada." A Celesio atua em 14 países, como Alemanha, França e Portugal, com vendas de € 21,8 bilhões em 2008. Para Panarello, os modelos de gestão da Celesio encontrados em vários desses países preservam a gestão e a cultura local da empresa.
A família brasileira continuará na gestão, além de deter assentos no conselho de administração da distribuidora - seu fundador Paulo Panarello Neto, de 59 anos, será o presidente do "board". Executivos da Celesio vindo das operações do grupo alemão em Portugal ocuparão dois dos sete cargos de direção, supervisionando as áreas operacionais, tecnológicas e de logística. O acordo de acionistas é por prazo indeterminado, mas os alemães têm a opção de comprar o restante das ações.
Panarello descartou com veemência o ingresso da distribuidora no varejo farmacêutico - a Celesio possui 2,3 mil farmácias em alguns países da Europa, atuando tanto no atacado como na venda ao consumidor. "O modelo brasileiro é diferente. Não posso competir com a minha fonte de receita", disse, acrescentando não temer a concorrência das redes de drogarias nem do ingresso maior dos supermercados nas relações com a indústria farmacêutica. "Esse processo é muito incipiente, e a dimensão continental do Brasil dificulta muito isso."
Com a Celesio, Panarello quis também enfatizar as mudanças no setor com ações que "banalizam a informalidade e geram maior transparência" como a adoção da nota fiscal eletrônica e do modelo de substituição tributária em São Paulo. (AV)
(Valor Econômico)
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