segunda-feira, 13 de julho de 2009

Remédio faz aumentar expectativa de vida em ratos

Uma droga promissora apareceu na área dos medicamentos que adiam o envelhecimento. Os resultados, por enquanto, foram obtidos apenas em animais de laboratório, mas a substância poderá ser testada em humanos. O medicamento é um antibiótico - a rapamicina - usado para suprimir o sistema imunológico em pacientes submetidos a transplante e no tratamento de certos tipos de câncer.

O tratamento com rapamicina teve o notável efeito de estender a duração da vida (mesmo sem começar na dosagem correta) até o ratinho viver 600 dias - o equivalente a 60 anos em um ser humano.

A maior parte das intervenções que prolongam a vida dos ratos, como uma dieta com baixíssimas calorias, precisa começar no início da vida do animal para mostrar algum efeito.

AUTOMEDICAÇÃO

Especialistas advertem que as pessoas não devem tomar o medicamento por conta própria. Ninguém sabe ainda se a rapamicina reduz o ritmo do envelhecimento nas pessoas e em que dose pode ser eficiente.

E, principalmente, não se deve brincar com uma droga que suprime o sistema imunológico. A informação da descoberta foi publicada anteontem, na versão digital da revista científica Nature, por pesquisadores de três instituições que trabalham paralelamente.

As equipes são chefiadas por David Harrison, do Laboratório Jackson, um centro de criação de camundongos em Bar Harbor, Maine; Richard Miller, da Universidade de Michigan; e Randy Strong, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas.

Os pesquisadores ainda não sabem de que maneira a rapamicina consegue produzir seu efeito contra o envelhecimento.

Os dados descobertos até agora nas pesquisas sobre a ação da droga indicam que ela deveria apenas deter o desenvolvimento de tumores, mas não adiar o processo de envelhecimento em geral.

As três equipes foram patrocinadas pelo Instituto Nacional de Envelhecimento como parte de um programa que testa possíveis medicamentos contra o envelhecimento com grande rigor científico.

"Um dos segredos desagradáveis deste campo é que a maioria das experiências sobre longevidade dos camundongos é realizada apenas uma vez em laboratório, em um único contexto genético", disse Steven Austad, especialista em envelhecimento do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade do Texas, que não participa da pesquisa.

(O Estado de S.Paulo)

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