Obama pede reforma ágil na saúde (Correio Braziliense - Brasília) Jornalista: Isabel Fleck23/06/2009 -
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, começou a semana demonstrando confiança em um de seus mais ousados projetos. Diante das críticas de parlamentares republicanos e até do ceticismo de seus companheiros de partido sobre a reforma no sistema de saúde norte-americano, resgatou o lema de campanha e garantiu: “Sim, nós podemos aprovar o plano ainda este ano”.
O otimismo é extremamente importante nesta etapa, quando as três comissões da Câmara dos Deputados envolvidas no projeto iniciarão uma série de audições, e o comitê de Saúde do Senado retomará suas sessões públicas.
A principal preocupação é costurar um consenso entre os congressistas para tentar garantir que o projeto passe até o fim de 2009. Em uma cerimônia de 10 minutos na Casa Branca, Obama confirmou ter firmado um acordo de US$ 80 bilhões com as indústrias farmacêuticas na última semana.
Por meio dele, ficou estabelecido que as empresas fornecerão, durante 10 anos, um desconto de 50% aos beneficiados pelo Medicare, programa de saúde público que atende os cidadãos com mais de 65 anos. “Esse é um passo significativo em direção à reforma do sistema de saúde, que vai fazer diferença na vida de muitos americanos mais velhos”, disse o presidente.
Ele ainda destacou que esse acordo ajudará a resolver o “buraco” na cobertura que obrigava os pacientes a pagarem o custo total dos remédios após ultrapassarem os US$ 2,7 mil em receitas médicas. Mas mesmo com esse “passo adiante”, Obama terá que lidar com o fato de o custo do plano ser mais alto do que se esperava— cerca de US$ 1,6 trilhão —, com o lobby das seguradoras de saúde entre os parlamentares democratas e com as acusações republicanas de o projeto ser um modelo “socialista”.
No último domingo, o senador Charles Grassley, o mais importante republicano no Comitê de Finanças da casa, afirmou que uma revisão do projeto de reforma do sistema de saúde deveria ser considerada para garantir mais apoio. “Estamos agora no momento de rever algumas de nossas expectativas para baixar os custos até que ele se torne acessível”, disse Grassley, em entrevista à rede de TV CNN. “Nós não podemos nos comprometer com algo dessa proporção quando temos trilhões de dólares de débito”, acrescentou.
Complicado a senadora democrata Dianne Feinstein é uma das correligionárias de Obama que concorda com os republicanos sobre o projeto para a saúde. Segundo ela, o controle do custo para a reforma e o novo sistema é “um assunto muito complicado”.
“Há muita preocupação até mesmo no caucus democrata”, revelou. Para tentar driblar os obstáculos no Congresso, Obama tem buscado o apoio de quem o ajudou na tarefa bem mais árdua de chegar à Casa Branca. Há alguns dias, os apoiadores cadastrados em seu site de campanha recebem e-mails pedindo para que enviem aos parlamentares mensagens com histórias sobre a precariedade do sistema de saúde.
“Enquanto os lobistas do status quo dizem ao Congresso para desistir, a sua história pessoal lhes dará coragem para seguir em frente (com o projeto)”.
Nas ruas, o apoio à reforma do sistema de saúde conta com a aprovação de 44% da população. Contra o tabagismoBarack Obama sancionou ontem a Lei de Controle do Tabaco e Prevenção do Tabagismo em Família, criada para proteger crianças e jovens dos efeitos nocivos do cigarro. Agora, a FDA — agência reguladora de medicamentos e alimentos — terá autoridade sobre a publicidade e a produção de produtos à base de tabaco.
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