terça-feira, 15 de setembro de 2009

Abrafarma diz que novas regras para farmácias apresentam avanços e retrocessos.


O presidente-executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, afirmou que as novas regras para o funcionamento de farmácias e drogarias apresentam avanços e retrocessos.

As regras definem os serviços que poderão ser prestados pelas farmácias e como os medicamentos isentos de prescrição serão entregues ao consumidor. A resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regula ainda normas para a venda de medicamentos por telefone e pela internet, além de detalhar os produtos que poderão ficar à disposição nas prateleiras.

Ao participar do debate Farmácia: Estabelecimento de Saúde, Barreto lembrou que o país apresenta "realidades totalmente contrastantes" e que isso deve ser levado em consideração pela Anvisa. "Temos 1.606 municípios sem hospital público, 1.000 municípios onde o médico aparece uma vez por mês. É muito fácil satanizar o setor e dizer que ele não cumpre a lei. Não é só uma questão empresário versus acesso", disse.

Para ele, a decisão de padronizar a fiscalização de farmácias e drogarias, por exemplo, representa um avanço. "Dizer o que a farmácia pode efetivamente fazer e como deve ser sua estrutura facilita", afirmou. Já outros pontos da nova regulamentação são, segundo Barreto, "absolutamente contestáveis".

Ele acredita que algumas mudanças sugeridas pelas novas regras - como a que proíbe que medicamentos fiquem ao alcance dos clientes, incluindo aqueles isentos de receita médica - custam muito dinheiro e precisam ser "muito bem pensadas."

"É retirar o poder de escolha do consumidor e entregá-lo ao balconista. Se não há a lei de concorrência, a farmácia vai fazer a sua escolha comercial", afirmou.

Fonte: Agência Brasi
Autor: Marcelo Casal Jr.

Marca própria avança na rede de farmácias Pague Menos.


Em dezembro de 2007, a rede de farmácias Pague Menos criou uma linha de produtos de marca própria, composta inicialmente por 40 itens, nas áreas de higiene pessoal, cosméticos e produtos de primeiros socorros. Desde então, a linha não parou de crescer, ganhando três marcas distintas (Amorável, Dauf, e Pague Menos), e hoje já cobre mais de 160 itens.

Os produtos de marca própria já representam 5,5% das vendas da linha de não medicamentos da maior rede de farmácias do País, presente em mais de 80 cidades brasileiras com mais de 310 lojas.

"O sucesso ocorre porque cada um dos lançamentos é cuidadosamente estudado, levando em conta as necessidades, procura e exigências dos nossos clientes", conta Patriciana Rodrigues, diretora comercial da Pague Menos. "Em termos de qualidade, nossa linha de produtos marca própria concorre de igual para igual com as principais marcas do mercado, mas com um preço sensivelmente em conta", complementa. Segundo a executiva, os produtos com a marca da rede - que inclui também itens de perfumaria, curativos e higiene bucal - exibem valores até 30% inferiores aos das marcas tradicionais.

A empresa estima uma produção média mensal de 200 mil unidades, desenvolvidas em parceria com 14 fabricantes. A meta agora é expandir a oferta de produtos. "No próximo ano, deveremos ter acima de 200 itens em linha", adianta Patriciana. No mix das três marcas deverão constar outros produtos como protetores e bloqueadores solar, xampus medicinais, fraldas e absorventes geriátricos, papel higiênico, lenços umedecidos, preservativos, loção pós-sol, escovas dentais infantis, sabonete líquido anti-séptico, kits ortodônticos e linha de adoçantes.

Um dos destaques é a linha Amorável, com itens como cremes hidratantes, sabonetes líquidos, desodorantes, gel fixador, gel para massagem, absorventes femininos, solução para limpeza de lentes e sabonetes em barra. A Dauf exibe produtos de higiene oral, com escovas, enxaguantes bucais anti-sépticos, fios e fitas dentais. A Dauf Farma conta com produtos como soluções fisiológica e antimicótica, anti-séptico de uso tópico, mel rosado, água oxigenada spray e água boricada. Já a marca Pague Menos é composta por curativos, algodão, compressas e ataduras de gaze, esparadrapo, hastes flexíveis, monitores de pressão e termômetros digitais e analógicos.

Perfil: A Pague Menos é hoje a maior rede de varejo farmacêutico do Brasil, com mais de 310 lojas e 9 mil colaboradores que atuam em 26 estados e no Distrito Federal. Seu projeto de crescimento visa à abrangência nacional e tem como carro-chefe o Centro de Distribuições de Fortaleza, com área construída de 30 mil m², investimento próprio de R$ 30 milhões e capacidade para atender mil pontos de venda. Com sede na capital cearense, destaca-se pela diversificação do mix de produtos, prestando serviços e vendendo itens de conveniência e perfumaria. No anuário elaborado pela Revista

Exame, "Exame Melhores & Maiores - as 1000 maiores empresas do Brasil", a empresa aparece na 266ª posição, a mais bem colocada do setor.[ www.paguemenos.com.br | SAC: 0800-851313 ou sac@pmenos.com.br]


Revista Fator

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Remédios sob medida


Nenhum outro setor passou nos últimos meses por um movimento tão intenso de fusões quanto o farmacêutico. Desde janeiro, três grandes negócios foram finalizados. As aquisições da Wyeth pela Pfizer, da Genentech pela Roche e da Schering-Plough pela Merck totalizaram, juntas, a fabulosa cifra de US$ 156 bilhões.

O processo de consolidação do segmento deve gerar novos contratos bilionários nos próximos meses, mas é certo que uma grande protagonista dificilmente vai surfar nessa onda. Trata-se da americana Eli Lilly & Company, uma das líderes mundiais na produção de medicamentos. Ao contrário dos concorrentes, que adotaram uma estratégia agressiva de crescimento, a Eli Lilly não está preocupada em se associar a outros gigantes.

Pelo menos é isso o que garante José Antonio Alas, recém-nomeado presidente da Eli Lilly no Brasil. "Nossa maior aquisição aconteceu no final do ano passado, quando pagamos US$ 6,5 bilhões pela ImClone Systems para ampliar as pesquisas de tratamentos contra o câncer", disse Alas à DINHEIRO, em sua primeira entrevista após assumir o comando da subsidiária brasileira, há dois meses.

"Comparado com o mercado, foi um negócio pequeno. No entanto, a longo prazo sabemos que a ImClone trará mais valor do que a aquisição de uma grande rival."

Nascido em El Salvador, Alas, 45 anos, é um engenheiro bem-humorado que ainda enfrenta dificuldades com o português. Ex-diretor de marketing do laboratório, assumiu a presidência no lugar de Gaetano Crupi, que se aposentou depois de permanecer na empresa por 31 anos. O grande desafio do novo chefe da Eli Lilly é aumentar as vendas de produtos de nicho, que atendem a uma camada específica de pacientes - estratégia que, nos últimos anos, tem contribuído para o crescimento sempre acima de dois dígitos no mercado brasileiro.

Em 2009, diz o executivo, a meta é aumentar o faturamento em 13% (em 2008, as receitas provenientes do Brasil somaram R$ 600 milhões, o que colocou o País entre os dez principais mercados do laboratório no mundo). Uma das novas apostas, em fase final de aprovação no País, é o Effient, indicado para auxiliar na coagulação do sangue de pessoas que sofreram infarto agudo do miocárdio. O medicamento chegou ao mercado americano em julho e será lançado no Brasil no segundo semestre de 2010.

O bom desempenho no País se deve ao sucesso de vendas do Cialis, que se tornou líder no segmento de remédios para disfunção erétil, ultrapassando o até então imbatível Viagra, da Pfizer.

"O Brasil é o segundo mercado do mundo para o Cialis, atrás apenas dos Estados Unidos", afirma Alas. De acordo com a consultoria IMS Health, o Cialis só perde para o Dorflex, da Sanofi-Aventis, no ranking dos medicamentos mais vendidos no Brasil. Lançado no País em 2003, suas vendas atingiram em 2008 a marca recorde de R$ 213,9 milhões (veja quadro), número que equivale a mais de um terço das receitas totais da Eli Lilly. No ano passado, 18 milhões de comprimidos (Cialis e concorrentes) foram consumidos pelos brasileiros. Segundo o executivo, o potencial é muito maior.

"Apenas 20% dos homens com problemas procuram o médico", afirma. "A missão da empresa é popularizar no Brasil o tratamento e, por consequência, o remédio."

(IstoÉ Dinheiro) Jornalista: Tatiana Vaz