quarta-feira, 30 de março de 2011

Droga Raia cresce em receita bruta, mas mantém lucro líquido estável

Com 350 lojas, empresa se tornou a segunda maior rede de farmácias do país.

A Droga Raia encerrou 2010 com receita bruta de 1,9 bilhão de reais, um salto de 16,7% na comparação com o ano anterior. O Ebitda somou (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) 75,8 milhões de reais. O resultado é 32,5% superior ao obtido em 2009 e representa uma margem de 4,1% sobre as vendas brutas (0,6 ponto percentual superior à margem de 2009).

O lucro líquido, porém, derrapou e alcançou 1,7 milhão de reais em 2010, pouco acima do registrado no ano anterior.

Segundo Eugênio De Zagottis, vice-presidente de Relações com Investidores, o lucro líquido da empresa nos últimos anos vem sendo impactado pela pressão de despesas financeiras e de depreciação decorrentes do forte ritmo de crescimento da companhia.

Isso porque o potencial de vendas e resultados das lojas só se realiza depois de três anos de operação e, atualmente, 44% das unidades ainda se encontram em estágio de maturação.

Expansão para garantir mercado - Somente no ano passado foram inauguradas 53 novas lojas - 24 no último trimestre, e apenas duas lojas foram fechadas. No Paraná, onde a Droga Raia só estava presente em Curitiba, por exemplo, foram abertas 14 unidades em nove cidades.

Esse acelerado processo de crescimento conduziu a empresa à posição de segunda maior rede de farmácias do Brasil em número de lojas, segundo o ranking da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).

O guidance de abertura bruta da companhia (sem considerar eventuais fechamentos) é de 60 novas unidades em 2011 e de 90 em 2012. A empresa investiu 84,8 milhões de reais em 2010, grande parte dos quais foram financiados pelo fluxo de caixa gerado durante o ano, que alcançou 75 milhões de reais.O centro de distribuição inaugurado na grande Curitiba, que abastecerá as lojas no sul do País, soma-se a outros investimentos realizados pela Droga Raia no ano passado, entre os quais está também a inauguração de um novo centro de treinamento em São Paulo.

“Trata-se de uma iniciativa fundamental para a formação de nossos colaboradores e para garantir que tenhamos pessoas qualificadas e impregnadas da cultura Raia para ocupar as vagas a serem abertas em nosso processo de expansão”, explica De Zagottis. Atualmente, a empresa conta com 6.000 colaboradores.A empresa conseguiu aumentar sua participação no mercado nacional de 3,8% para 4,1%.

O crescimento se deu em cada um dos cinco estados onde a empresa atua (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul), que representam 66,6% do mercado farmacêutico brasileiro.

Entre os fatores dessa expansão, está o crescimento de 21,3% nas vendas de produtos de higiene e beleza, que responderam por 28,9% da receita bruta do ano (30,8%, quando considerado somente o quarto trimestre) e tiveram sua participação no mix total de vendas aumentada em 2,3 pontos percentuais desde 2008.

Genzyme ganha força no Brasil após venda para a Sanofi-aventis

Farmacêutica americana deve permanecer em divisão separada dos franceses e aquisição vai impulsionar os negócios da companhia em mercados emergentes.

Um dos líderes globais da farmacêutica Genzyme, o brasileiro Rogério Vivaldi, vice-presidente global da companhia e presidente da área renal e de endocrinologia, é um dos executivos envolvidos no processo de integração com a francesa Sanofi-aventis que, no mês passado, adquiriu a indústria americana por US$ 20,1 bilhões.

Segundo ele, os acertos sobre a consolidação da compra devem ser finalizados nas próximas seis semanas, mas já está certo que a Genzyme deverá se estabelecer como uma divisão isolada, com manutenção de sua marca, e deve ampliar sua atuação em mercados emergentes — com destaque para China e Brasil — em razão do posicionamento que a Sanofi tem nesses países.

“Eles são fortes na China e isso nos traz facilidades, por exemplo, para aprovação de remédios lá”, afirma Vivaldi.

O principal produto que a Genzyme tenta levar ao mercado chinês é para o tratamento da doença de gaucher — que hoje tem no Brasil o segundo maior número de pacientes identificados.

Trata-se de uma doença genética relacionada com o metabolismo dos lípidos, cujas principais características observadas são um aumento do fígado e do baço, anemia, diminuição do número de plaquetas e doenças ósseas.

No Brasil, o tratamento desses pacientes é coberto pelo Ministério da Saúde em ações em parceria coma Genzyme. “Queremos ser parte da economia local em países como Brasil e China.

A parceria com a Sanofi vai nos trazer possibilidade de aceleração do nosso processo de expansão geográfica e esses países estão entre as nossas prioridades de atuação”, completa Rich Gregory, responsável pela área de pesquisa da companhia.

Com forte atuação no desenvolvimento de medicamentos para doenças raras e pesquisas em biotecnologia, nos últimos 30 anos a Genzyme foi pioneira na criação de tratamentos para as doenças de gaucher, fabry e pompe. Nessas doenças, destacam- se os remédios Cerezyme, Febrazyme,Myosyme.

É uma das líderes globais entre as empresas de biotecnologia, com cerca de 10 mil funcionários.

Instalada em Framingham, Massachusetts, e com acesso aos mais avançados centros de geração de conhecimento na área médica e farmacêutica (como as universidades Harvard e MIT), a companhia investe 18% do faturamento—cerca de US$ 800 milhões — em pesquisa e desenvolvimento. “A Sanofi nos comprou por causa do nosso modelo.

Somos hoje a empresa mais próxima dos pacientes, não melhoramos suas vidas, nós as transformamos’, diz Vivaldi.

Nas negociações de integração, pontua, a Genzyme tem tomado como prioridade, entre outros temas, a manutenção da qualidade de suas pesquisas e o nível de aprovação de seus medicamentos.

“Sabemos que não vale a pena inflar nossa estrutura se não tivermos ganho de produtividade.” A Sanofi-Aventis possui 110 mil funcionários. Somente na China são cerca de 3 mil.

Fundada em 1981, a Genzyme obteve faturamento de US$ 4 ,05 bilhões em2010. Na área liderada por Vivaldi, de tratamentos de problemas renais e de endocrinologia, a receita foi de US$ 1,3 bilhão, o equivalente a 34% do total. Tem acesso a pacientes de doenças raras em100 países.


Mudança


Depois de 28 anos à frente da Genzyme,Henry Teermer deixou o cargo de CEO e passou a fazer parte do conselho ligado a Christopher

Viehbacher, CEO da Sanofi. A Sanofi registrou em 2010 € 5,4 bilhões de lucro líquido. As áreas de especialidade da Genzyme são: doenças genéticas, renal e endocrinológica, oncologia e hematologia e biosegurança.

No Brasil, firmou parceria coma Fiocruz para viabilizar estudos científicos (ver ao lado). * Viajou a convite da Interfarma.

Aquisição - US$ 20,1 bi - foi o valor acertado para a compra da americana Genzyme pela francesa Sanofi-aventis. O negócio foi anunciado no mês passado.

Pesquisa - 18% - da receita ou aproximadamente US$ 800 milhões são investidos anualmente pela Genzyme em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos.

Equipe - 10 mil - pessoas integram os quadros de funcionários da Genzyme, que tem sede em Framingham, Massachusetts e proximidade com a Universidade Harvard e o MIT.

Receita - US$ 4,05 bi - foram faturados pela Genzyme no no ano passado, a área de tratamento de problemas renais e endocrinologia responde por 34% desse total.