sábado, 20 de junho de 2009

Subsidiárias não sentem pressão por cortar funcionários

Subsidiárias não sentem pressão para cortar funcionários (Folha de S. Paulo)

Jornalista: Indefinido14/06/2009 -

Apesar das turbulências na economia ao redor do mundo, 57% das multinacionais entrevistadas pelo Datafolha afirmaram que não sofreram pressão das matrizes no exterior para demitir funcionários que atuam em suas filiais por aqui.Para especialistas consultados pela Folha, isso ocorre porque, não raro, a situação das subsidiárias nacionais está melhor do que a das matrizes.

Em alguns casos, a firma que está no Brasil ganhou importância frente à empresa-mãe, pois está colaborando financeiramente como nunca."Em alguns setores, as empresas daqui contribuíram expatriando mais recursos do que estavam acostumadas a remeter à matriz", explica Fernando Mantovani, diretor da consultoria Robert Half."Nossa resposta é não mudar nada, pois no Brasil a crise não está sendo sentida como no resto do mundo. Estamos seguindo nosso plano de desenvolvimento, pois o cenário não mudou", afirma Marcelo Williams, vice-presidente de recursos humanos da Unilever.

Nesses casos, especialmente em segmentos em que a situação no exterior não é tão grave, fica mais fácil negociar com a matriz a manutenção dos quadros das subsidiárias no Brasil, ou até mesmo ampliar a quantidade de funcionários.Menina dos olhosEsse foi o caso da Galderma, indústria farmacêutica da área de dermatologia.

O Brasil é o segundo maior mercado da empresa, perdendo apenas para os Estados Unidos."Mas, com a situação complicada lá fora, viramos a "menina dos olhos`", conta Roberta Splendore, diretora de recursos humanos da Galderma.

Segundo ela, para assegurar que o crescimento projetado pela subsidiária seja atingido no prazo estipulado -três anos-, a matriz deu sinal verde para os investimentos.

AutonomiaNesse cenário, Nilton Banda, consultor da DBM, pontua que as empresas no Brasil são independentes em relação a suas matrizes no exterior.Assim, pondera Fernando Mantovani, da Robert Half, as subsidiárias ainda precisam prestar contas a quem controla as multinacionais. Em meio a um cenário muito mais complicado lá fora, pode ficar difícil justificar aumento de vagas ou novas contratações.

Segundo ele, existe uma pressão externa por redução de custos e mais participação das matrizes em processos de contratação, embora elas não estejam influenciando tanto no número de demissões. (NCC)

Proibição de distribuição de amostras grátis

Artigo: Saúde e a proibição de amostras grátis (Zero Hora)
Jornalista: Luiz Augusto Pereira15/06/2009 -

A saúde é dever do Estado e direito do cidadão, mas esperar que uma questão concreta, como a da necessidade de a população ser atendida adequadamente, centrada quase que isoladamente na prevenção, é um equívoco.

Meritórias são as ações preventivas que proporcionam atenção básica à saúde na própria comunidade. Entretanto, as formas clássicas de atendimento médico são insubstituíveis.O SUS foi idealizado pela Constituição Federal de 1988 como um sistema público capaz de proporcionar atenção e assistência integral e universal à população brasileira.

Uma proposta generosa e ousada, mas que infelizmente nunca conseguiu se concretizar. Na realidade, há uma incapacidade crônica em atender às demandas crescentes da população e uma frustração constante dos profissionais envolvidos que trabalham com uma remuneração baixíssima.

É fácil compreender por que é grande a insatisfação com o SUS. O sistema tem suas portas abertas a tudo e a todos, mas as demandas por tratamentos médicos não são gerenciadas de forma eficiente, resultando em inaceitáveis filas de espera para cirurgias, tratamentos especializados e obtenção de medicamentos.

Neste contexto, o tema que envolve a distribuição de amostras grátis de medicamentos, proibida pela Anvisa (Resolução RDC 96/2008), merece uma profunda reflexão.Quem sabe, um dia o próprio Estado, por ordem judicial, determine o que a Constituição Federal já garante, o direito à saúde e também o direito de acesso aos medicamentos, o direito à proteção individual e coletiva contra o abuso do poder governamental que se omite.

Pergunta-se: será que até a data que isto aconteça não é melhor manter liberada a distribuição de amostras grátis para os profissionais habilitados? No contexto atual, é certo que a proibição de amostras grátis diminui o acesso do paciente ao tratamento, afetando, sobretudo, a prática médica.

Os médicos, especialmente os mais antigos, sabem quantos pacientes carentes foram e ainda poderão ser beneficiados, resolvendo os seus agravos de saúde com as amostras grátis de medicamentos.

Este assunto é complexo, merece uma profunda reflexão, parece não ter importância, mas sem dúvida deixa transparecer que é mais uma medida para desprestigiar a profissão médica e prejudicar a população.Luiz Augusto Pereira*Médico e professor universitário

Pfizer quer crescer em países emergentes

Pfizer quer crescer nos emergentes (O Estado de S. Paulo)

Jornalista: John Irish, da Reuters em Dubai15/06/2009 -

A Pfizer, maior fabricante de medicamentos do mundo, espera concluir "nos próximos meses" algumas aquisições em países emergentes de forma a aumentar sua participação em um mercado estimado em US$ 80 bilhões, disse no domingo um executivo da companhia.

Com a competição acirrada nos mercados mais maduros, as grandes companhias farmacêuticas estão de olho nas nações emergentes. Com o objetivo de melhorar sua lucratividade, em janeiro a Pfizer adquiriu sua rival americana Wyeth por US$ 68 bilhões.

E em busca de novas oportunidades de crescimento em genéricos e nos mercados emergentes, a Pfizer assinou, no mês passado, um acordo de licenciamento com duas companhias indianas, incluindo a Aurobindo Pharma. "Teremos mais novidades nos próximos meses", disse à Reuters o presidente da Pfizer para mercados emergentes, Jean-Michel Halfon. "Nós estamos vemos oportunidades surgindo da crise financeira... oportunidades para construir parcerias em mercados emergentes."

O executivo não quis dar maiores detalhes sobre a estratégia.A Pfizer quer adicionar US$ 3 bilhões a seu faturamento anual em países emergentes até 2012 e está de olho em China, Brasil, México, Rússia, Turquia, Índia e, em menor grau, Oriente Médio. "Nós estamos em terceiro lugar nos mercados emergentes - com 4% de participação - e queremos ser o número um.

"A venda de medicamentos nos países emergentes deve chegar a US$ 120 bilhões até 2012 e as maiores oportunidades de crescimento, segundo Halfon, estão na China.

No primeiro trimestre, as vendas da Pfizer nos países mais populosos do mundo cresceram 28%.A fabricante, que registrou faturamento de US$ 48 bilhões em 2008, verá seu faturamento declinar de forma significativa nos próximos anos devido ao fim da validade das patentes de vários de seus medicamentos, incluindo o campeão de vendas Lipitor, usado no tratamento de colesterol. Em resposta a essa perda de receita futura, a companhia adquiriu a Wyeth. "Estamos em um ambiente muito competitivo e precisamos tomar decisões muito rapidamente", disse Halfon. "A Wyeth vai adicionar uma receita significativa para a nossa companhia em mercados emergentes."