terça-feira, 12 de abril de 2011

Genéricos vão segurar aumento nas farmácias

Laboratórios anunciam que não reajustam preços de imediato, enquanto as drogarias garantem valores antigos nos estoques.O aumento dos preços dos remédios — que oficialmente começou no dia 31 de março, mas ainda não chegou às farmácias — vai esperar um pouco mais. Com a ajuda dos genéricos.

Diversas redes de drogarias já confirmaram que vão segurar as altas autorizadas pelo governo. A Drogasmil congela tudo em até um mês. As farmácias Extra, da rede de supermercados, também anunciaram adiamento do reajuste, pelo menos, até o dia 20 deste mês. A Pacheco confirma que negociações garantirão a manutenção dos preços, especialmente os dos genéricos, que representam 30% das vendas de unidades.

O reajuste anual fixado pelo governo — de 4,7%, em média — atualiza a tabela de Preços Máximos ao Consumidor (PMC) de 19.260 apresentações, mas não acarreta aumentos automáticos.

Os índices fixados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (6,01%, 4,77% e 3,54%) definem o teto de preços, que podem ser menores, mas não maiores do que o PMC autorizado.Vice-presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini explica que o segredo é a concorrência. “Há cinco grandes fabricantes de genéricos e disputa nas prateleiras e compras no varejo.

A concorrência faz o preço baixar. O mercado tem crescido bastante, há uma nova classe consumindo. Pessoas com novos empregos também têm acesso ao médico, ao plano de saúde e ao medicamento”, analisa. “O medicamento hoje é prevenção. Produtos de hipertensão são preventivos. Evitam acidentes vasculares e ataques cardíacos. O acesso é uma política pública.

Hoje, há produtos perdendo patentes, permitindo a entrada de mais genéricos”, complementa. Mussolini explica que, independentemente dos anúncios públicos de que preços não vão subir, o consumidor deve pesquisar. “Olhe o preço como um todo. Vá a uma ou duas redes de farmácias diferentes”, recomenda.


O corretor Luiz Carlos Pereira, 53 anos, é usuário de remédio para o estômago. “Custa R$ 206,78 e só dura um mês. Pesa mais de 10% no orçamento. Minha mulher também usa. É um dinheiro que a gente fica aborrecido de gastar”, conta.Fim de patentes, dólar em baixa, estoque programado e concorrência ajudam.


AVISO DOS LABORATÓRIOS


A distribuição das revistas da ABCFarma contendo os novos preços começa hoje, mas as farmácias se prepararam para fidelizar os clientes, segurando a alta, cada uma com sua estratégia.

Na rede de drogarias Pacheco, o forte está nos genéricos. Os grandes laboratórios avisaram que não vão subir os preços. Não foi preciso nem negociar. GENÉRICO - Essa é uma tendência que foi verificada nos últimos três anos. As empresas não repassam de imediato. O mercado foi ampliado, com acesso das classes C e D.

A concorrência, especialmente entre genéricos, cresceu. Além disso, a queda no preço do dólar teria ajudado bastante, porque grande parte da matéria prima é importada. Em alguns casos, o genérico não tem o preço alterado desde 2010.

A revista pode manter preços de alguns na íntegra.


EFEITO VIAGRA - Para o presidente da Associação do Comércio Varejista de Farmácias do Rio (Ascoferj), Luiz Carlos Marins, o efeito do genérico pode ser percebido nas vendas do Viagra. “Quando o prazo da patente do Viagra expirou, o preço caiu mais de 40%. O Amoxil, que hoje tem em várias versões, também é bastante acessível. O genérico consegue normatizar o mercado”, explica.VOLUME - Marins lembra que muitas redes compraram volumes grandes e fizeram estoques, sabendo que o aumento viria em abril: “Assim, a gente consegue segurar o preço com o estoque antigo”.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A onda de fusões e aquisições continua....Amgem compra a Bergamo!

A empresa americana de biotecnologia Amgen fechou ontem a aquisição do laboratório brasileiro Bergamo, que desenvolve medicamentos com foco em doenças graves.

O valor do negócio - discutido há alguns meses pelas companhias - totalizou US$ 215 milhões e envolverá a unidade produtiva da brasileira em Taboão da Serra (SP).

"Nós atuamos no mesmo mercado. O portfólio da Bergamo, particularmente do setor de oncologia, é complementar ao nosso", afirmou ao Valor o vice-presidente da Amgen para Ásia e América Latina, Richard Davies.

Segundo o executivo, o foco da americana no país será o segmento oncológico e o setor hospitalar governamental.

Com a aquisição, o Brasil se torna a segunda maior subsidiária da companhia, em termos de funcionários, atrás apenas da Holanda. Com 430 funcionários, a força de trabalho da Bergamo vai se somar aos cerca de 17 mil empregados da Amgen, que atua em 50 países.

Na América Latina, a unidade produtiva adquirida será a primeira da multinacional na região. A empresa tem no México uma operação comercial, enquanto nos demais países latinos opera por meio de distribuidores.

Até o negócio com a Bergamo, a Amgen tinha cerca de 30 funcionários no Brasil, que trabalhavam em um centro de pesquisas da empresa, em São Paulo.

A Mantercorp, recentemente comprada pela Hypermarcas, era a distribuidora da companhia no país. O acordo de ontem envolveu também a recuperação, por parte da americana, dos direitos sobre seus produtos que haviam sido cedidos à Mantercorp.

"Nossa estratégia para o Brasil envolvia essas três questões: a capacidade científica, a recuperação dos medicamentos cedidos e a compra da Bergamo. Queremos participar do mercado brasileiro, trazendo medicamentos inovadores. Esse é só o primeiro passo no Brasil", afirmou o executivo, que não descarta futuras aquisições no país, mas agora se focará no crescimento orgânico.

Com sede na cidade de Thousand Oaks, na Califórnia, a Amgen é uma empresa de capital aberto, com ações listadas na Nasdaq. No ano passado, a receita da multinacional somou US$ 15,053 bilhões, o que representou um avanço de 3% ante os resultados de 2009. O lucro líquido passou de US$ 4,605 bilhões para US$ 4,627 bilhões. Para este ano, a empresa prevê uma receita na faixa de US$ 15,1 bilhões a US$ 15,5 bilhões.

A Bergamo, por sua vez, acumulou uma receita bruta de R$ 133 milhões em 2010, frente aos R$ 118 milhões verificados no ano anterior. A empresa foi fundada em 1916 e é especializada em oncologia, medicamentos hospitalares - com foco em produtos biológicos e biotecnológicos -, dermatologia, reprodução humana e farmácias, por meio da comercialização de hormônios de crescimento

Uma aposta no mercado de similares de baixo custo - fábrica da MEDLEY em Brasília (só para hormônios)

A Medley Indústria Farmacêutica, do grupo Sanofi-Aventis, inaugurou, ontem, pedra fundamental da fábrica que vai construir em Brasília. As obras estão previstas para começar em maio e vão demandar investimentos de R$ 130 milhões. A nova unidade industrial tem entrada em operação prevista para o primeiro semestre do ano que vem.

A produção vai atender principalmente ao mercado doméstico e aos demais países da América Latina e deve alcançar, em um primeiro momento, capacidade anual de 50 milhões de unidades. A nova unidade será voltada para a fabricação de contraceptivos hormonais, e ficará localizada no pólo industrial JK, em área de 80 mil metros quadrados.

"Escolhemos Brasília como sede do empreendimento devido à posição estratégica da região e seu potencial de consumo", disse o diretor Geral da Medley, Décio Decaro, durante cerimônia que contou com a presença do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz.

A farmacêutica, segunda maior no País, e líder no mercado de genéricos desde 2002, já possui duas fábricas no Brasil, ambas em São Paulo, onde produz comprimidos, cápsulas, drágeas, líquidos, pomadas, cremes e suspensões. A nova investida deve assegurar sua posição frente à concorrência.

A Bayer Schering Pharma, farmacêutica de origem alemã, também possui uma fábrica de contraceptivos hormonais em São Paulo, e tem planos de estar entre as cinco maiores empresas farmacêuticas do Brasil – hoje ela ocupa aproximadamente a sétima posição. Apenas no ano passado a unidade teve expansão de 15% em sua produção, recorde da companhia, que também exporta para a América Latina.

GENÉRICOS. O mercado de medicamentos genéricos também representa um segmento importante em vendas para as companhias farmacêuticas. De acordo com dados da IMS Health, instituto que audita o desempenho do mercado farmacêutico no Brasil e no mundo, revelam que 21% de todos os remédios vendidos no ano passado eram genéricos.

Os fabricantes desse tipo de remédio comercializaram R$ 444,3 milhões de unidades no ano passado e movimentaram R$ 6,2 bilhões. Toda a indústria de medicamentos genéricos cresceu 33% no período.


Fonte: Jornal do Commercio