quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Pfizer perto de fechar a compra da Neo Química

A Pfizer está concluindo as negociações para a aquisição do laboratório Neo Química, de Goiás.

Segundo fontes do mercado, as negociações começaram no início do ano e estão perto de uma conclusão.

O valor do negócio está estimado entre R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão, dependendo das condições. Com faturamento de cerca de R$ 300 milhões, o Neo Química é especializado em medicamentos genéricos com marca (os antigos similares) e genéricos comuns.

Para a multinacional americana, que fatura R$ 1,5 bilhão no Brasil (excluindo vendas ao governo), a aquisição faria parte de uma estratégia de ampliação do faturamento global para compensar o vencimento de patentes de grandes campeões de vendas, como o Lípitor (usado para combater o colesterol alto) e o Viagra (contra impotência).

O Lípitor, cuja patente vence no ano que vem, contribui com US$ 12 bilhões para o faturamento anual da companhia, que foi de US$ 48 bilhões no ano passado.

A patente do Viagra vence em 2011.Procurada, a Pfizer disse apenas que, por política internacional, não comenta especulações de mercado.

Disse também que não fechou nem anunciou qualquer acordo no Brasil. A Neo Química, por sua vez, não respondeu às ligações telefônicas ou mensagem eletrônica.

Com as vendas nos EUA em queda - o mercado americano deve encolher de 1% a 2% este ano, segundo projeções do IMS, principal instituto de pesquisa do setor -, a Pfizer conta com aquisições nos mercados emergentes para adicionar US$ 3 bilhões à sua receita global até 2012.

Além de Brasil, a companhia está olhando aquisições na China, Rússia, Turquia e Índia.Esta será a segunda grande aquisição no mercado de genéricos brasileiros este ano. Em abril, a Sanofi Aventis pagou R$ 1,5 bilhão pelo laboratório Medley, empresa que fatura R$ 1,5 bilhão de acordo com levantamento da IMS, número que exclui descontos.

As vendas líquidas da Medley foram de R$ 460 milhões no ano passado. Segundo fontes, Pfizer e Neo Química chegaram a avaliar a possibilidade de criar uma joint venture ou a compra de uma participação acionária, mas o formato final acabou evoluindo para uma aquisição integral.Com sede em Anápolis, a Neo Química foi a terceira empresa brasileira a obter registro para fabricar genéricos no País, iniciando sua produção em 2000.

Hoje, o laboratório é conhecido mais pela fabricação de genéricos com marca. Dentre os seus principais produtos está o descongestionante nasal Neosoro, lançado em 2000. Segundo o site da companhia, o Neosoro seria hoje o segundo medicamento mais vendido do Brasil. A Neo Química também possui uma rede de distribuição importante e acaba de inaugurar uma nova fábrica que vai permitir aumentar a capacidade produtiva de 3,6 bilhões para 8,5 bilhões de comprimidos ao ano.

Com a aquisição da Neo Química, a Pfizer deverá ampliar o portfólio de genéricos sem marca e também se antecipar para lançar genéricos de medicamentos como o Lípitor imediatamente após o vencimento da patente. No Brasil desde a década de 50, a Pfizer possui uma fábrica em Guarulhos com capacidade de produção de 172 milhões de unidades anuais.

A venda de mais um laboratório brasileiro para uma multinacional torna mais distante o sonho do governo de estimular, com a ajuda do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a criação de um grande grupo farmacêutico nacional.

Dentre os grandes fabricantes locais, restam EMS (receita superior a R$ 2 bilhões), Aché (R$ 1,5 bilhão) e Eurofarma (R$ 1,1 bilhão).

terça-feira, 1 de setembro de 2009

A internet está mudando a "relação médico-paciente"

Uma área que está em constante desenvolvimento e evolui de forma tão rápida quanto a medicina é a informática, principalmente quando o assunto é a internet. Desde sua chegada ao país na década de 90, a rede mundial de computadores já alcançou bilhões de brasileiros através de um acesso cada vez mais rápido. Hoje, é possível encontrar informações sobre praticamente todos os assuntos na grande rede e a medicina não está fora deste contexto.


Aliados a essa facilidade de acesso, estão o aumento do nível educacional da população e os inúmeros sites com dicas e conhecimentos na área de saúde. Todos esses fatores fizeram surgir um novo tipo de paciente: aquele que busca informações sobre sua doença, tratamento, medicamentos e custos de internação, muitas vezes antes mesmo de ir até o consultório de um profissional da saúde.


Gostaria de comentar neste post, o trabalho da pesquisa Wilma Madeira, mestre em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP), chamado de "navegar é preciso: avaliação dos impactos do uso da internet na relação médico-paciente". Aproveito a entrevista publicada sobre o trabalho na revista DOC, gentilmente cedida pela editora de mesmo nome.


Resumidamente, segundo dados da pesquisa, 67% dos pesquisados utilizam informações obtidas na internet para subsidiar a decisão sobre os procedimentos a serem realizados, 31% afirmam que estas informações podem ou não subsidiar a decisão sobre os procedimentos a serem adotados, e 2% afirmam que não consideram estas informações. Ou seja, temos um grande contingente de pessoas que estão cada vez mais sendo influenciadas por informações acerca de suas enfermidades, tratamentos e isto está (segundo eles) influenciando suas decisões.

Em outras palavras, a internet está propiciando elementos que potencializam a participação do paciente durante as consultas médicas.

Creio que isto é inevitável, e estamos diante de um processo, onde existirá uma maior autonomia do paciente, com um maior conhecimento, claro que não pleno, mas pelo menos suficiente, de seu estado de saúde, dos riscos a sua saúde e da condição de vida. Este é um aspecto positivo, pois com certeza, o médico poderá igualmente valer-se deste conhecimento para ampliar o "compliance", ou a correta sequência ao tratamento, pois com maior informação, o paciente também conhecerá melhor a importância de seguir a correta prescrição.

De outro lado, também exigirá cada vez mais do profissional médico, uma maior interação com seu paciente, um contato mais próximo, e não tão técnico, propiciando uma melhor relação para aqueles profissionais que se destacarem neste contexto, criando inclusive um vínculo muito maior com seus pacientes, gerando credibilidade e confiança.

O grande problema, sob meu ponto de vista, é a confiabilidade da informação, pois também na internet, encontramos informação demais, algumas vezes muito superficial, e outras vezes, sem a clareza necessária para um público que está ansioso por conhecer melhor como retornar para seu estado de "saúde".

Um pouco de minha experiência mostra que neste contexto as sociedades médicas em geral (dentro de cada especialidade médica) tem um papel fundamental na formação e construção de informação de qualidade, com respaldo, ética e isenção para o público em geral, tomando a frente de um processo fundamental de consolidação de conhecimento e credibilidade.

Temos várias amostras neste sentido, com campanhas muito bem estruturadas na sociedade, porém um longo caminho a percorrer.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Lupa de Ouro - O "oscar" do marketing farmacêutico!

Desde 1976, o GRUPEMEF realiza uma cerimônia que representa para os profissionais de marekting farmacêutico, o "oscar" no segmento - o Lupa de Ouro.

O Prêmio Lupa de Ouro tem a finalidade de reconhecer e premiar o talento dos profissionais do Marketing Farmacêutico que desenvolveram as melhores campanhas promocionais, materiais de divulgação de produtos e empresas farmacêuticas no mercado brasileiro e projetos de maior destaque em áreas de atuação específica.

O mais cobiçado troféu dos profissionais de marketing da indústria farmacêutica brasileira faz do Prêmio Lupa de Ouro o "Oscar do Marketing Farmacêutico", uma analogia ao prêmio para os profissionais do cinema americano.

Em minha opinião, o Lupa de Ouro faz jus ao trabalho de marketing realizado todos os anos pelos gerentes de produtos e suas equipes, respectivas agências, que envolve várias análises de mercado, perfil de consumidor, posicionamento competitivo, o que tornam o marketing farmacêutico desafiador.

Posso falar de "catédra" por ter sido o ganhador em algumas oportunidades, e sei que o trabalho realizado é muito sério, passando pela avaliação de todo o material de divulgação de produtos, seus conceitos, estratégia, e tudo isto por um júri formado não só por médicos, mas também por profissionais da área de publicidade e propaganda.

Nesta 33o edição, o Prêmio Lupa de Ouro terá como tema a sustentabilidade, e está empenhado em trabalhar para um mundo melhor, um mundo ideal. Sustentabilidade é o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.

É aquele capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações.

Neste período do ano, as campanhas de marketing estão sendo enviadas para a sede do GRUPEMEF, onde serão avaliadas e depois iremos conhecer os selecionados, que posteriormente deverão "defender" sua campanha em uma apresentação perante um juri.

Como reconhecimento ao trabalho, inventividade, ética e estratégia, o Lupa de Ouro é um evento muito importante no marketing farmacêutico e movimenta todos os profissionais no final do ano.

Se quiser conhecer mais e visualizar edições anteriores, visite a página do grupemef, em www.grupemef.com.br.

Federação extinta!

A Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma) irá encerrar amanhã suas atividades.

Em um curto comunicado, a federação anunciou apenas que a decisão acabar com a instituição foi tomada pelos 15 sindicatos e associações que a compõem.

A partir de agora, cada uma dessas entidades - que representam núcleos específicos da indústria farmacêutica - trabalharão individualmente.

A indústria estará representada em sua grande maioria pela ALANAC (Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais) SINDUSFARMA (Sindicato da Industria Farmacêutica de São Paulo) e INTERFARMA (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa) e suas associadas.