quinta-feira, 2 de julho de 2009

Crise global interrompe a expansão da classe C no país

(Folha de S. Paulo)

Jornalista: TATIANA RESENDE 02/07/2009

Pesquisa aponta ainda crescimento de 16,6% na renda média dos brasileiros das classes A e B e, na outra ponta, de 12,1% nas D e E.

A crise econômica mundial interrompeu a mobilidade social no país. No final de 2008, a distribuição da população brasileira se manteve praticamente a mesma contabilizada no ano anterior, após a ascensão social registrada até então.

A classe C, principal grupo do país, passou de 36% para 46% da população de 2006 para 2007 e ficou estagnada em 45% no ano passado (veja quadro).Os dados foram divulgados ontem pela Cetelem, do grupo BNP Paribas, e se referem à pesquisa feita no final de dezembro com 1.500 pessoas com 16 anos ou mais em 70 cidades.

Para Marc Campi, presidente da Cetelem no Brasil, o dado é positivo. "Houve uma consolidação dos ganhos que a população teve nos últimos anos."

A renda familiar também aponta nessa direção, com crescimento em todas as classes sociais, com a maior elevação sendo detectada nas classes A e B (16,6%), fechando o ano com média de R$ 2.586.

No outro extremo, as classes D e E tiveram o menor acréscimo (12,1%) nesse comparativo, chegando a R$ 650.

Na opinião de Campi, é preciso olhar ainda mais para trás para ter a dimensão da mudança. Em 2005, por exemplo, esse estrato da população "não fechava as contas", faltando R$ 17 ao final do mês. Já em 2008, sobravam R$ 69 -mais que o triplo do ano anterior (R$ 22).

O professor Waldir Quadros, do Instituto de Economia da Unicamp, destaca que as condições vinham melhorando até setembro, antes do agravamento da crise, e a pesquisa realizada em dezembro já deve ter captado o baque devido à turbulência global.

Neste ano, avalia, "pode ter havido algum retrocesso", mas ressalta que as medidas tomadas pelo governo federal devem ter evitado "uma piora maior do que ocorreria".

O economista Francisco Pessoa, consultor da LCA, cita a redução no número de vagas no mercado de trabalho como um dos motivos dessa estagnação nas classes sociais.

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, houve a eliminação de 696 mil postos com carteira assinada em novembro e dezembro. Apesar da melhora no cenário desde então, o saldo, até maio, é negativo. Para voltar aos patamares de outubro, é necessário criar 516 mil empregos formais.

Ainda assim, o economista diz acreditar que "pode voltar a ter ascensão social" neste ano, já que houve o barateamento de bens duráveis, como itens da linha branca (geladeiras, fogões) e automóveis, que tiveram redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Nesta semana, o governo garantiu o estímulo fiscal até o último trimestre, com a volta gradual às alíquotas originais.

Blue Chip: Linguagem da cútis




Jornalista: Ângela Klinke01/07/2009 -

Para focar no futuro, a Granado busca inspiração no passado. A nova linha Granaderma, que consumiu três anos de estudos, tem conceito e rótulo inspirados na antiga botica que manipulava remédios e originou a empresa. Os dermocosméticos têm princípios ativos naturais e foram testados por dermatologistas. Destaque, por exemplo, para o item com lactato de amônia.

"Uma especialista nos falou que é difícil encontrar um cosmético com este princípio ativo não manipulado. Vamos ampliar a linha. Queremos desenvolver produtos especificamente para a pele dos brasileiros", afirma Sissi Freeman, sócia da empresa. Além do lançamento da Granaderma, Sissi também está envolvida na reforma da loja no Rio. O imóvel contíguo abrigará a Granado, enquanto a loja atual será o primeiro endereço exclusivo da Phebo, marca da Granado. Hidratante corporal com lactato de amônia por R$ 28.

(Valor Econômico)

Por mais patentes brasileiras no exterior

Autores: Miguel Jorge e Jorge Ávila

01/07/2009 - Desde a abertura comercial da década de 90, as empresas brasileiras têm realizado imenso esforço para superar a distância tecnológica que as separava de suas concorrentes no exterior. Indicadores de distintas naturezas demonstram que esse esforço foi bem-sucedido em muitos campos. O principal deles é a participação crescente dos produtos industrializados no total das exportações brasileiras, que saltou de US$ 22 bilhões, em 1990, para US$ 120 bilhões, em 2008. Esse crescimento expressivo denota não apenas capacidade de absorver conhecimentos e aplicá-los na indústria, mas também o surgimento de uma genuína capacidade de inovação.

O desafio, agora, é ampliar essa participação ainda mais, tanto expandindo nossa presença nos mercados que já exploramos quanto desenvolvendo novos nichos que possamos ocupar com vantagens. Para isso, é imperativo consolidar a cultura de inovação na indústria brasileira.

O indicador do nível de participação de um país no esforço tecnológico global é o número de patentes que suas empresas e instituições de pesquisa depositam, obtém e transacionam no exterior. O exame deste indicador gera em nós sentimentos que destoam do otimismo que os indicadores comerciais nos fazem sentir. O número de patentes depositadas por brasileiros nos mercados mais dinâmicos continua muito baixo e até hoje não apresenta a tendência de crescimento expressivo observado em países como a China e a Índia, que como nós enfrentam o desafio de se inserirem melhor nas redes globais de inovação.
O baixo número de patentes nos provoca perplexidade, pois desde a criação do CNPq, ainda na década de 50, vimos empreendendo imenso esforço de capacitação científica e tecnológica. Seguiram-se, na mesma época, a criação da Capes, que se dedicou a formar quadros para a universidade brasileira, e experiências de fomento ao desenvolvimento tecnológico no BNDES, das quais viria a nascer, ainda na década de 60, a Finep.

Nas décadas de 70 e 80, as empresas estatais buscaram captar tecnologias e promover sua disseminação pelo parque industrial brasileiro. A instituição dos fundos setoriais de fomento ao desenvolvimento científico e tecnológico, em fins dos 90 e começo deste século, abriu caminho para a construção de políticas dirigidas a promoção da inovação.

A criação de instrumentos efetivos de fomento, alinhados à intenção de se produzir uma inserção maior das empresas brasileiras nos segmentos de produtos de mais alto valor agregado, marcou, então, a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior, implementada em 2004, e a atual Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) lançada em maio de 2008. O baixo desempenho do país na área de patentes figura como desafio a superar no diagnóstico que orientou o traçados dessas políticas.

Além de razões conjunturais, dois aspectos da cultura empresarial brasileira podem ser citados para explicar o baixo número de patentes: a baixa confiança (ou interesse) na possibilidade de se assumir posições de liderança tecnológica em nichos ou segmentos de atividade para os quais apresentamos vantagem potencial ou real, mesmo naqueles em que temos grande participação e já gozamos de efetivo domínio do estado da técnica; e a ainda baixa compreensão da dinâmica das redes de inovação globais e do papel que a proteção do resultado das atividades de pesquisa, desenvolvimento e engenharia, materializada nas patentes, desempenha nesse contexto.

Esses dois aspectos estão relacionados e nos deixam na condição de seguidores do que é desenvolvido, primeiramente, por terceiros, mesmo quando dispomos de todas as condições para ocuparmos a posição de pioneiros.

Ter patentes não é apenas demonstrar conhecimento. Embora essa demonstração tenha, sim, significado econômico, possuí-las em diferentes países é ter efetivo acesso às redes globais que produzem inovação e constitui, assim, uma das chaves para a consolidação de uma presença expressiva e duradoura nos mercados mais intensivos em tecnologia.

Portaria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, assinada dia 12 de maio passado, colocou o Instituto Nacional da Propriedade Industrial no cenário das instituições que operam patentes no mundo: desde essa data, nosso INPI opera como autoridade internacional do sistema de patentes, capaz não apenas de recepcionar pedidos de patentes internacionais, mas também de efetuar os exames e todo o tratamento inicial requerido para uma patente ser remetida, com maiores chances de sucesso, aos escritórios que concedem patentes nos demais países.

Para as empresas, o resultado disso é a possibilidade de iniciarem o processo de patenteamento internacional sem incorrer em custos de tradução e serviços especializados no exterior, com significativa redução de custos. O INPI equipou-se também para orientar os usuários no uso do sistema internacional de patentes e para auxiliá-los em suas diversas fases.

Essa é uma ação localizada da Política de Desenvolvimento Produtivo, que busca oferecer às empresas crédito e condições institucionais adequadas para a inovação, como chave para o desenvolvimento de empresas sólidas e perenemente capazes de conquistar e manter posições na economia global do conhecimento. Esse desenvolvimento se prenuncia ainda mais fortemente em resposta à crise global deste começo de milênio, que para nós pode reverter-se em oportunidade.

Miguel Jorge é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.Jorge Ávila é presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial.

(Valor Econômico)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Pão de Açúcar mira aquisições de drogarias.

Fontes do mercado relatam que a companhia estaria em negociação com as redes Drogasil e Drogaria São Paulo.

Procurado pelo DCI, o Pão de Açúcar salientou que, conforme anunciado no início do ano, "se mantém atento às boas oportunidades de mercado em setores convergentes com a sua operação, incluindo postos de combustível e drogarias". Entretanto, nega que esteja em negociações com as empresas mencionadas.

Já a Droga Raia, quarta maior do setor, com faturamento de R$ 1,1 bilhão em 2008, tem 30% do seu capital nas mãos da Pragma Patrimônio e da Gávea Investimentos. Com 259 filiais em cinco estados, a empresa nega o fato e mantém o plano de brigar com as concorrentes Drogasil e Pague Menos, e encerrar o semestre com 20 lojas novas em operação.

Enquanto isso, a Drogaria São Paulo preferiu não se manifestar sobre o assunto. A cadeia, segunda maior do setor - atrás apenas da Pague Menos-, é formada por 240 unidades e atingiu ganhos de R$ 1,4 bilhão no ano passado.

Fonte: DCI
Data: 26.06.2009
Jornalista: Indefinido

Rápido e flexível

Não é segredo para ninguém que a mudança é a verdade dominante do mundo. Nem mesmo ignoramos que o ritmo da mudança é cada vez mais veloz. Há duas forças inter-relacionadas que determinam o panorama econômico atual: a tecnologia e a globalização.

O desenvolvimento tecnológico, sobretudo após a proliferação da internet, modificou por completo a forma de proceder das organizações de todos os níveis. Os avanços tecnológicos modificam os padrões de pensamento das pessoas. Introduzem um novo código, e, assim, cria-se uma nova linguagem. Foi também esse desenvolvimento tecnológico, com as novas ferramentas que ele introduziu, que permitiu que o fenômeno da globalização ganhasse força. A visão de “aldeia global”, da qual Marshall McLuhan falava nos anos 1960, é hoje uma realidade palpável.

Há outras forças que impulsionam mudanças e que contribuem para a reformulação da economia. Os monopólios estão desaparecendo devido à crescente desregulação, que permite a entrada de novos concorrentes, o que antes era vetado. A privatização, que pôs nas mãos das empresas privadas serviços que costumavam ser prestados pelos órgãos governamentais, também gerou grandes mudanças no panorama econômico, abrindo-o ainda mais. Essa abertura dos mercados em todos os seus níveis fez com que hoje o panorama seja cada vez menos previsível. Com isso, é crucial ser cada vez mais adaptável. As empresas já não podem confiar nas velhas práticas dos negócios, que, até há não muito tempo, eram verdades inquestionáveis.

Tradicionalmente, havia certas práticas vencedoras no marketing, que prometiam sucesso às empresas. Contudo, já não podemos aplicar essas regras matematicamente –já não são fórmulas absolutas e cada uma delas tem seu revés. Descreverei cada uma e detalharei por que não podem mais ser aplicadas inquestionavelmente.

Ganhar por meio da mais alta qualidade. Não há apenas um padrão de qualidade. Os diferentes clientes priorizam diferentes aspectos de um mesmo produto. Por outro lado, é cada vez mais homogêneo o nível de qualidade que alcançam os diferentes concorrentes de um mercado, e chegar ao nível máximo de qualidade pode ser muito oneroso e pode pôr em risco a rentabilidade de um negócio.

Ganhar por meio de um serviço superior. A ordem de importância dos atributos de um serviço não é a mesma para todos os clientes, daí ser difícil atender a todos por igual.

Ganhar por meio dos preços baixos. O afã de baixar os custos para conseguir o melhor preço pode pôr em risco a qualidade do produto ou do serviço oferecido.

Ganhar por meio da maior participação no mercado. Não é garantia de sucesso. Há muitas empresas líderes em seus mercados que, por seu tamanho grande e por sua infraestrutura, não conseguem manter a rentabilidade.

Ganhar por meio da adaptação e da personalização. Este esforço pode gerar custos muito altos.

Ganhar por meio da melhoria contínua do produto. Há certos produtos que alcançam rapidamente o limite de suas possibilidades de melhorias.

Ganhar por meio da inovação do produto. O porcentual de fracasso no lançamento de novos produtos é alto, o que faz com que esse tipo de iniciativa seja perigosa.

Ganhar por meio da incorporação a mercados de alto crescimento. Nesse tipo de mercado, os produtos têm uma alta obsolescência e são necessários investimentos contínuos para garantir a permanência da empresa, o que gera custos fixos muito altos.

Ganhar por meio da superação das expectativas dos clientes. Os clientes são cada vez mais exigentes e as empresas devem contentar-se me conseguir atingir suas expectativas altíssimas.

Como elaborar, então, uma estratégia de marketing ganhadora?

Não há receitas mágicas a seguir. Não há leis universais para guiar os movimentos no âmbito econômico atual.

Casa empresa deve forjar sua própria estrutura de qualidade e atividades de marketing. Uma
estratégia sólida diferenciará uma empresa de suas concorrentes. Uma estratégia sólida não é fácil de imitar, já que inclui diversas variáveis dentro da arquitetura estratégica.

Os desafios que hoje enfrentam as empresas são enormes. De um lado, satisfazer os consumidores de seus produtos e serviços, que se caracterizam por ser mais exigentes, ser sensíveis aos preços, possuir altas expectativas, ser pouco sensíveis à marca e ser muito menos leais. Para satisfazer os consumidores, é imprescindível que se desenvolva uma estratégia sob-medida.

As empresas que fazem marketing inteligente melhoram seu conhecimento sobre o cliente e sobre as tecnologias de conexão com ele. Convidam-no a participar do design do produto, integram comunicações de marketing, apelam para mais tecnologias, estão à disposição de seus clientes permanentemente e associam-se aos seus canais de distribuição. Em suma, oferecem um valor superior.

O futuro é hoje

Em 1999, escrevi como seria o marketing do ano 2005. Volto a ler aquelas palavras e me vejo diante de uma descrição do conjunto de empresas que hoje focam o futuro.

Há uma “desintermediação” considerável entre atacadistas e varejistas. Os varejistas, consequentemente, em vez de vender uma variedade de produtos, vendem uma experiência. É importante criar planos de desenvolvimento de lealdade para reter os clientes que são cada vez menos fiéis.

As bases de dados são continuamente atualizadas e as ofertas se adaptam às preferências de cada cliente. Muitas organizações conseguiram ajustar as cifras de rentabilidade por segmentos, consumidores individuais, produtos e canais.

A interação das organizações com seu entorno é cada vez maior. A publicidade tradicional deixou de existir. As empresas decidem destinar cada vez mais de sua verba publicitária para caminhos não-tradicionais de promoção.

Está claro que a maneira de proceder nos mercados deve mudar ao ritmo em que muda o mundo. As empresas de sucesso serão –e já são– aquelas que fizerem com que seu marketing seja tão dinâmico quanto o mundo em que vivemos.

Philip kotler

terça-feira, 30 de junho de 2009

Bayer investe 30 milhões de Euros na Aspirina.

Jornalista: André Vieira

30/06/2009 - Mundialmente, a Bayer utiliza-se do slogan "Ciência para uma vida melhor". Mas, no Brasil, a antiga referência "Se é Bayer, é bom" continua fazendo parte das peças institucionais do grupo alemão. O slogan criado no país já tem 77 anos.

De difícil sonoridade para ser reproduzida pela língua anglo-saxônica, o slogan ultrapassou as fronteiras nacionais para alcançar os países da América Latina como "Si es Bayer, es bueno".

Criado pelo publicitário e poeta Bastos Tigre em 1922 durante a Semana de Arte Moderna, os dizerem são tão conhecidos quanto a marca Aspirina no país. Bastos Tigre, nasceu no Recife, criou em 1913 a primeira agência de propaganda no país.
Segundo Richard Pott, membro do conselho de administração do grupo alemão, a Aspirina, lançada em 1899, é uma das marcas mais identificadas à imagem da empresa.

Embora o ácido acetilsalicílico - a substância ativa do analgésico - seja uma commodity, o grupo não põe a marca à venda. "Investimos entre € 20 milhões e € 30 milhões por ano para descobrir novas aplicações de uso da Aspirina", diz ele, enumerando algumas indicações contra febre, dor de cabeça e efeito anti-inflamatório.

Bayer volta a apostar com força no país


Jornalista:
André Vieira


30
/06/2009 - A Bayer está vendo o Brasil como uma grande oportunidade para crescimento - de novo. Depois de décadas colocando o país numa posição secundária nos seus negócios globais, o grupo alemão ressalta que o Brasil voltou a ganhar mais status nos seus planos de crescimento.

"A América Latina é uma das regiões com grande futuro e o Brasil é um dos países chaves desta estratégia", disse Richard Pott, um dos quatro integrantes do conselho de administração do grupo alemão, que atua nos setores agrícola, saúde e químico e faturou € 32 bilhões no ano passado. Ele é responsável pelos negócios da Bayer nas Américas, África e Oriente Médio.

Numa rápida passagem por São Paulo para reinauguração da sede do grupo, na última sexta-feira, Pott disse que a centenária Bayer teve um destacado papel até os anos 70 no Brasil, mas tirou o pé do acelerador durante as décadas de 1980/1990. "Não fomos embora como outras companhias, mas tivemos atividades menos intensas."

Agora, avalia Pott - um alemão de 2 metros de altura -, a aposta é tornar o Brasil como plataforma global para determinadas atividades do grupo. No início do ano, a Bayer anunciou investimentos de R$ 140 milhões para 2009. O valor engloba a instalação de um centro de farmacovigilância para atender todos os países das Américas - incluindo os EUA.

"É a primeira vez que o Brasil terá uma base global para atender o grupo", disse Horstfried Läpple, presidente e porta-voz da Bayer no Brasil. O centro supervisionará as informações científicas dos medicamentos, empregando uma centena de profissionais até o fim do ano. Segundo Pott, outros projetos desta envergadura deverão vir ao Brasil. Mas ele não revela quais.

A Bayer faturou R$ 3,7 bilhões em 2008, um crescimento de 21% sobre o ano anterior. Com a compra da Schering, a empresa passou a ter três fábricas no país, incluindo a unidade que exporta medicamentos anticoncepcionais para América Latina e Ásia.

A sede administrativa da Bayer no Brasil, localizada no bairro de Socorro, na zona sul de São Paulo, foi reformada para acomodar 400 funcionários englobando todos os seus negócios - a Bayer HealthCare, CropScience e MaterialScience. Uma parte dos empregados é oriunda da Schering.

Richard Pott não vê sinais de recuperação da economia global. "Achou-se o chão, não deve cair mais, mas não tenho a resposta sobre quando ocorrerá a recuperação", disse. Mas ressaltou que a crise não é tão severa em países, como o Brasil e a China, onde se espera um crescimento econômico.

O executivo rebate também as críticas de analistas que a Bayer com um portfólio tão diversificado de negócios deveria concentrar sua atuação - a empresa foi afetada pela crise econômica principalmente por conta de sua divisão química, mas as vendas no segmento farmacêutico evitaram um cenário pior.

Para Pott, a estratégia da companhia é vencedora. "Somos uma empresa de inovação", disse ele, avaliando nas apostas de medicamentos para combate ao câncer e produtos utilizados no segmento de defensivos agrícolas. "A nossa estratégia tem mostrado sucesso no longo prazo", disse.

Laboratórios investem no público de baixa renda


Jornalista:
Beth Koike

30/06/2009 - Diante do baixo número de brasileiros com planos de saúde (cerca de 40 milhões) as redes de medicina diagnóstica estão investindo em serviços para pessoas das classes C e D que não contam com o benefício. Dasa e Fleury - os dois maiores grupos do setor no país - têm bandeiras que oferecem exames a preços populares. Nesses laboratórios, um hemograma, por exemplo, sai em média por R$ 8 contra até R$ 59 na tabela particular convencional.


As redes vislumbram o público atendido hoje pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, neste ano devem ser realizados 380 milhões de exames de análises clínicas no setor público. No mercado privado de laboratórios, cujo faturamento soma cerca de R$ 3 bilhões, a previsão é de 240 milhões de exames em 2009.

Entre as grandes redes, a primeira a apostar neste nicho de mercado foi a Diagnósticos da América (Dasa). Das suas 20 bandeiras, quatro oferecem exames com preços menores desde 2007, no chamado Programa Popular. Neste grupo, estão as marcas Lavoisier (SP), Brostein (RJ), Pasteur (BR) e Curitiba Santa Casa (PR), que juntas possuem 126 unidades e no primeiro trimestre de 2009 registraram receita de R$ 9,7 milhões.

A aposta da Dasa não foi à toa. No primeiro ano de operações, foram realizados 667 mil exames e em 2008 esse número dobrou para 1,3 milhão. A diferença entre o preço cobrado pela bandeira popular e pelas outras marcas é grande. O valor, no entanto, chega perto do que as operadoras de planos de saúde pagam. Segundo o Valor apurou, um hemograma sai por R$ 59,64 pela tabela particular (do Delboni, por exemplo) e R$ 8,40 no programa popular. Já os convênios médicos, que contratam grande volumes de exames, pagam R$ 8,10.

"Todos os nossos 3 mil tipos de exames podem ser feitos nos laboratórios que oferecem programas populares, desde os exames de análises clínicas até os mais sofisticados, como de imagem", explicou Milton Zymberg, diretor de medicina privada da Dasa.

No ano passado, o grupo Fleury adotou um programa de serviços a preços populares em duas de suas 12 bandeiras: Campana, no, em São Paulo, e Maiolino, no Rio. Com essas iniciativas, os grandes grupos passam a concorrer mais efetivamente, com um grande número de pequenos laboratórios que voltados para as classes C e D. Dos 12 mil laboratórios do país, 7 mil atuam nesse segmento.

Outro laboratório que até então focava em serviços terceirizados e agora está apostando no segmento popular é o Biofast. A empresa criou no começo deste ano a marca Vapt Vupt, com a abertura de unidades em São Paulo e Porto Seguro, na Bahia. "Estamos investindo neste ano R$ 2 milhões para abertura de mais oito unidades. Até 2001 queremos ter entre 20 e 30 unidades Vapt Vupt", disse Márcio Guimarães, diretor administrativo e financeiro da Biofast, que pretende encerrar o ano com 1,2 milhão de exames por mês.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Novartis em conversações para adquirir produtos da Elan.


O porta-voz da Elan não quis tecer comentários à especulação, tendo sucedido o mesmo com o porta-voz da Novartis.

O referido jornal adiantou que uma fonte bem posicionada confirmou as conversações entre as empresas.

A Elan, que comercializa em conjunto com a Biogen Idec o Tysabri, para o tratamento da esclerose múltipla, contratou o Citigroup em Janeiro para fazer uma análise do negócio e nessa altura indicou que era possível que a companhia procedesse a uma fusão ou a uma venda. No inicio de Junho era esperada a curto prazo a conclusão de uma transação estratégica, depois da companhia ter estado em conversações com várias empresas farmacêuticas e biotecnológicas.

Uma fonte terá adiantado à “Reuters” que o CEO da Elan, Kelly Martin, se recusou a comentar se estavam a ser feitas negociações com a Bristol-Myers Squibb. Analistas afirmaram que a Elan está ficando sem opções para estabelecer uma parceria estratégica.

Fonte: Netfarma
Data: 29/06/09
Jornalista: Indefinido

Farmácia tem crédito e prazos menores.


Assim, têm de se adaptar a prazos de pagamento e crédito menores, repassados pelas distribuidoras e indústrias de medicamentos, que se tornaram mais precavidas por recear inadimplência. Fontes do setor dizem que antes eram dados prazos mais longos, de até 90 dias, por exemplo. Hoje, não passariam de 20 dias.

Além disso, a informalidade e a sonegação também diminuem e apertam o cinto do pequeno varejo farmacêutico. Cresce ainda a busca por eficiência e uma melhor gestão do negócio para sobreviver diante da concorrência com grandes redes e supermercados. Apesar de não chegarem a representar 30% desse varejo, que possui cerca de 60 mil farmácias e é pulverizado, as grandes redes de drogarias continuam acelerada expansão e o segmento de supermercados viu um filão no setor e promete continuar a investir.

De acordo com Paulo Heitor Lopes Bruno, diretor comercial da PH Farma, organizadora de um dos maiores eventos da área, a "Econofarma", que ocorre hoje e amanhã em São Paulo, é grande a busca dos pequenos por alternativas, como a procura de mercados menos concorridos e mais informações para aprimoramento da gestão, sabendo comprar e manter seus estoques adequadamente.

Apostam ainda em um bom atendimento e mais serviços que fidelizem seus clientes, como delivery, para que possam competir com as unidades de redes maiores. Ele destaca também que, com a nota fiscal eletrônica, as farmácias precisaram se adequar e estão investindo mais em tecnologia. Para o diretor comercial, a grande procura tanto de farmacistas quanto de indústrias pela feira comprova essa necessidade. "O aumento de visitantes e estandes nos surpreendeu, e a indústria também quer ter um contato mais direto com o ponto de venda ", diz. São esperados mais de 5 mil visitantes na Econofarma, número 25% maior do que o da última edição. Os negócio fechados devem movimentar cerca de R$ 15 a 20 milhões.

O presidente da Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico (ABCFarma), Pedro Zidói, afirma que, apesar de o mercado como um todo continuar a apresentar crescimento, de cerca de 3,5% por mês, as pequenas farmácias têm dificuldade de lucrar, "estão apenas sobrevivendo, isso quando não estão inadimplentes". A indústria também já teria diminuído os prazos há alguns meses.

Algumas drogarias independentes, porém, têm a vantagem de estar em mercados e cidades pequenas, em que as grandes redes não conseguem chegar. Também costumam pagar aluguéis mais baratos ou ter local próprio, além de contarem com mão de obra familiar.

Ouvido pelo DCI, Edson Tamascia, presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar), também lembra que grandes cidades, como São Paulo, dominadas por grandes redes, tem uma realidade diferente da de cidades do interior.

Serviços

A rede Drogão, com 67 unidades em São Paulo, número considerado grande, mas ainda menor do que o de gigantes como a Pague Menos, líder do mercado, com mais de 300 lojas, também aposta em melhores serviços e reforçou o seu sistema de delivery, além de ter implementado o e-commerce no ano passado.

Segundo o diretor de Marketing da rede, Nelson de Paula, a rede se previne fazendo planos com antecedência, e acredita que no mercado em geral "tem aumentado a busca por eficiência e diminuição de custos de estoque, por exemplo". Este ano a rede já abriu 2 unidades e deve abrir mais 5 lojas até o final de 2009, mais do que em 2008, quando abriu 3 lojas, priorizando a abertura em shopping centers, o que pode ser também uma maneira de se diferenciar no mercado.

Para ele, o setor já vem trabalhando com prazos menores e está se adaptando, sendo, de certa forma, natural que ninguém ofereça grandes prazos no período. Em relação à concorrência, acredita que ela pode ser benéfica ao fazer com que os consumidores comparem mais os estabelecimentos e valorizem serviços e preços que nem sempre os supermercados conseguem oferecer, por exemplo.

De olho na intenção das farmácias de ampliar opções aos clientes, a e-Pharma, de assistência farmacêutica, lança um serviço de assistência nutricional e orientação médica que poderá ser vendido por seguradoras e farmácias, por exemplo. De acordo com o presidente da empresa, Luiz Monteiro, serviços como esse e investimento em softwares de monitoramento agregam valor aos produtos e geram em média um tíquete até 3 vezes maior.

Fonte: DCI
Data: 26.06.2009
Jornalista: Danielle Fonseca e Alexandre Melo

O PODER DO MITO – O que podemos aprender com eles para o marketing?


Na última semana o mundo inteiro foi comovido pela morte do astro pop Michael Jackson.


Tal comoção gerou uma "pane" no maior site do busca do planeta, o Google, e também no Youtube.


Milhares de pessoas buscavam freneticamente informações sobre a morte do astro, bem como imagens, vídeos que pudessem retratar sua carreira ou momentos.


Além disto, saindo do mundo virtual, houve uma “correria” para as lojas atrás de CDs, ou qualquer outro item que trouxesse a imagem ou voz do cantor, o que fez com que houvesse filas e os estoques esgotassem em pouco tempo, provocando listas de espera de produtos nas distribuidoras.


O mesmo Michael Jackson que ficou marcado por acusações, e por uma gestão financeira que ao que parece, o levou a contrair dívidas pessoais de milhares de dólares. Um mito, fortalecido após sua morte tremendamente.


Mas porque criamos mitos? Porque nos importamos com eles? O que eles tem a ver com nossas vidas? Porque compramos tantos itens e o marketing se apodera deles para alicerçar campanhas de produtos?


O livro “O poder do mito” de Joseph Campbell descreve aspectos interessantes sobre o mito na vida humana.


Se formos discorrer todos os aspectos sobre o comportamento humano e recorrer a Jung, entre outros, este espaço seria muito pequeno, porém a idéia é tentar vislumbrar a essência que descreveu Campbell e verificar que impactos tem isto no comportamento humano e como isto pode, e é explorado em marketing.


Um de nossos problemas, hoje em dia, é que estamos interessados nas notícias do dia e nos problemas práticos do momento. Segundo vários autores, desde a revolução industrial, o pragmatismo tomou conta do mundo moderno, e todo o conhecimento só tem real valor que se puder ser aplicado ao mercado de trabalho, numa busca frenética por aumento de competitividade e produtividade, produtos melhores, mais baratos, enfim.


Logo, o “aprender”, pensando-se no interior de cada pessoa, na satisfação do indivíduo, a busca pelo aprimoramento, cedeu espaço a esta “batalha” para a sobrevivência de mercado.


Muitas histórias antigas, mesmo de outros povos, de heróis e seus feitos se conservavam na mente das pessoas, dando uma certa perspectiva naquilo que aconteciam em suas vidas, na busca pela superação, pela motivação, na busca de valores humanos, com erros e acertos, paixão, morte, enfim.


Com a perda disso, por causa dos valores pragmáticos de nossa sociedade industrial, perdemos efetivamente algo, porque não possuímos nada para “por no lugar”. Essas informações, provenientes de tempos antigos, traduzem problemas interiores, a busca pela humanidade, e servem como “pilares” para a construção de nossas crenças, valores, etc.


Quer dizer que contamos histórias para tentar entrar em contato com o mundo, nos adaptando à realidade?


Sim. Grandes romances, épicos, passagens bíblicas, podem ser excepcionalmente instrutivos, porque a única maneira de você descrever verdadeiramente o ser humano é através de suas imperfeições, segundo Campbell. O ser humano perfeito é desinteressante. As imperfeições da vida, por serem nossas, é que são apreciáveis, e atraem multidões.


Talvez por este motivo é que do ponto de vista do mito, estes astros provoquem tamanha comoção, e por este mesmo motivo, atraiam tantos seguidores e sua “perda” para o mundo, gere consternação e ao mesmo tempo esta “corrida” para a compra de “pequenos pedaços” do herói (ou anti-herói) que possam manter vivo sua passagem pela vida, e nos mostrem a faceta mais humana que todos temos, com suas imperfeições, erros, acertos, preenchendo este espaço de um mercado cada vez “menos humano”.


Do ponto de vista de marketing estes elementos são poderosos e como profissionais, sempre buscamos “personificar” um produto, associando uma pessoa, entidade, imagens, ou mesmo seus valores, tentando criar associações importantes que conduzam a um posicionamento muito mais claro e que traduzam os benefícios do produto (e benefícios são os que buscam todos os consumidores).


Talvez por este motivo, é que em muitos segmentos, a “personificação” de produtos tem sido alvo da legislação para sua limitação ou proibição, pois sua força de mobilização é grande.


Mas este tema, muito interessante será comentado aqui brevemente.