sexta-feira, 11 de março de 2011

Uma empresa fora da caixa! Inovação em novos produtos contra mercado de baixo custo...

A reportagem abaixo fala sobre a estratégia atual das empresas em busca de sobrevivência - a busca de oportunidades pode ser pela compra de outras companhias, apostando em consolidar-se em mercados existentes, a aposta em produtos genéricos, que ainda possuem um mercado gigante para crescimento (com uma disputa acirradíssima por custos, onde no meu entendimento, só existirá um vencedor no futuro!).

De outro lado, a busca por novos produtos, chamado inovadores. As estratégias são distintas, e ambas tem riscos e vantagens, e em nenhum momento pode-se afirmar que qualquer destas empresas terá maior ou menor chance de sobreviver, pois as escolhas estratégicas são isto mesmo - que caminho seguir, e que riscos tomar. A Bayer aposta na busca de novos compostos, ou melhoria de compostos existentes.

Não podemos esquecer que a empresa alemã, há alguns anos comprou a também alemã Schering, por ter uma área farma bastante devasada em desenvolvimento, buscando sinergia estratégica, já que a Bayer em essência é uma empresa muito focada na área química e nem tanto na área farmacêutica. A idéia foi deixar de ser a empresa da ASPIRINA, e também passar a ser uma empresa farmacêutica com diversidade de portfólio.

A venda dos medicamentos sem marca vai atingir US$ 212 bilhões no mundo em 2014. saiba por que A Bayer nada contra essa maré.

A fabricante de medicamentos inglesa AstraZeneca fez um acordo de distribuição com a indiana Torrent Pharmaceuticals.

A britânica Glaxo SmithKline comprou 16% da sul africana Aspen Pharma.

O grupo francês Sanofi-Aventis pagou R$ 1,5 bilhão pela brasileira Medley.

E a americana Pfizer gastou US$ 400 milhões por uma fatia de 40% na também brasileira Teuto.

Em comum, esses gigantes da indústria farmacêutica investiram em empresas que apostam em medicamentos genéricos. Esse interesse é facilmente compreendido.

As vendas de remédios sem marca devem gerar negócios de US$ 212 bilhões em 2014, segundo projeções da consultoria americana IMS Health.

Nos próximos quatro anos, o crescimento médio anual dessa área deve ser de 11% ao ano.

Setores como medicamentos com marca ou similares devem ter uma expansão média de 5,3% ao ano. Apesar disso, há ao menos uma grande companhia farmacêutica que é uma estranha neste nicho. E por opção.

É a Bayer HealthCare, divisão farmacêutica da alemã Bayer, que fatura 11 bilhões de euros e tem 38 mil funcionários mundialmente. “Apostamos em dois pilares para crescer: inovação e o poder natural de expansão nos mercados emergentes, com foco na China e no Brasil”, disse Andreas Fibig, presidente mundial da Bayer HealthCare Pharmaceuticals, à DINHEIRO.

Trata-se de uma aposta arriscada. A descoberta de um novo medicamento pode levar entre dez e 12 anos até chegar ao mercado, segundo a Bayer, que investe entre 15% e 17% das suas receitas em pesquisa e desenvolvimento, a cada ano. O custo de P&D é da ordem de bilhões de euros para cada medicamento descoberto e colocado no mercado.


E mais: de cada dez mil substâncias, apenas uma vai se transformar em um remédio que chegará às gôndolas das farmácias. Tome como exemplo o anticoagulante Xarelto, da Bayer. Lançado em 2010, ele consumiu investimentos de 2 bilhões de euros. Mas essa estratégia tem suas compensações. Líderes de vendas da Bayer como o Avalox, para tratamento de doença pulmonar crônica, e o Nexavar, para câncer de rim e fígado, rendem entre e 500 milhões e e 700 milhões por ano à companhia. Desde que foram lançados, em 2000 e 2005, respectivamente, eles já geraram e 8,5 bilhões aos cofres da farmacêutica alemã.


“Preferimos ser melhores em inovação”, diz Theo van der Loo, que assumiu em janeiro a presidência da subsidiária brasileira, depois de passar pela filial espanhola da companhia. “O mercado de genéricos está se consolidando e há muita concorrência nessa área.”Com o objetivo de reforçar sua estratégia, a Bayer anunciou um investimento de e 8 milhões na área de pesquisas da subsidiária brasileira – o dobro do volume aplicado em 2010.

Oncologia, doenças femininas e cardiologia são algumas das prioridades dos pesquisadores brasileiros. O primeiro deles é um dos segmentos em que há ainda grande espaço para descobertas de cura, acredita Marcos Macedo, diretor da consultoria IMS Health para a América Latina.


Em sua opinião, o investimento em inovação só dará retorno para os que apostarem suas fichas em áreas carentes de alternativas para tratamento, como é o caso do mal de Parkinson, Alzheimer, hepatite, artrite reumatoide e doenças raras. “As pe ssoas estão dispostas a pagar o que for para se curar”, diz Macedo.

Uma descoberta importante em algum desses nichos poderá gerar lucros para a empresa durante 20 anos – o tempo que dura uma patente. Além de fortalecer a área de pesquisas, a Bayer vai também ampliar sua presença no interior do País por meio da contratação de mais propagandistas, que visitam consultórios médicos levando informações dos produtos da companhia.

Atualmente, a companhia conta com 600 profissionais atuando nessa área no Brasil. Até 200 novos pesquisadores podem ser contratados. “Ainda estamos estudando essa estratégia e sua implementação depende de uma série de fatores”, diz Loo.

O reajuste de preços não é imediato. Para aplicar o aumento, empresas produtoras de medicamentos deverão apresentar à CMED um relatório informando os porcentuais que querem aplicar. O valor fixado pela CMED é o teto.

As empresas podem, portanto, fixar preços menores.Procurada, a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa não se manifestou sobre os valores de reajuste. As regras para aumento de remédios foram fixadas em 2003.


Fonte: Isto é Dinheiro

quinta-feira, 10 de março de 2011

Mais de 80% da população mundial não tem acesso a remédios para dor

10% da população mundial têm acesso a 90% dos remédios no planeta. Mais de 80% da população mundial precisa, total ou parcialmente, de acesso a analgésicos e, por isso, sofre com dores desnecessariamente.

A informação é do relatório anual da JIFE (Junta Internacional de Fiscalização de Estupefacientes) 2010, publicado nesta quarta-feira (2).


Isso significa que 90% das substâncias lícitas são consumidas por 10% da população mundial, que se concentra em países como Estados Unidos, Austrália, Canadá, Nova Zelândia e algumas nações da Europa, diz Hamid Ghodse, presidente da JIFE.

Em muitos países da África, Ásia e algumas partes da América, o acesso a entorpecentes e a substâncias psicotrópicas para fins terapêuticos é escasso ou nulo.


De acordo com a junta, existe matéria prima suficiente para atender às necessidades de toda a população mundial por analgésicos. No entanto, existem vários fatores que impedem o acesso a esses medicamentos.

Apesar de o preço ser considerado um dos principais obstáculos para o acesso a esses medicamentos, existem fórmulas de baixo custo que têm sido distribuídas em vários países de modo eficaz, como no Brasil, o que, segundo a junta, mostra que as barreiras econômicas podem ser superadas.


Medidas para conter abuso no uso de analgésicos



No relatório, o órgão chama a atenção de todos os governos também para o problema do uso indevido de analgésicos, que em alguns países têm ultrapassado os níveis de abuso de drogas ilícitas.

Para diminuir os índices, a junta recomenda certas políticas que tendem a afetar a disponibilidade de substâncias para fins médicos e científicos, dando, como exemplo, a compilação de dados estatísticos sobre as necessidades de drogas lícitas, legislação, educação e capacitação, sistemas de fiscalização nacional e prevenção do desvio e do abuso de substâncias. Certos fatores, no entanto, são verdadeiros obstáculos para oferta de medicamentos, entre eles, a formação deficiente de profissionais de saúde, a falta de regulamentação, as dificuldades de distribuição e a ausência de uma política de saúde integral e inclusiva que abarque o tratamento da dor, problemas apontados pelo relatório.

Uma saída para melhorar esse quadro seria melhorar os sistemas de fiscalização de drogas que podem ajudar a assegurar o abastecimento suficiente de entorpecentes e de substâncias psicotrópicas para fins médicos e científicos e, ao mesmo tempo, evitar o seu uso inapropriado e abusos.