quinta-feira, 10 de março de 2011

Mais de 80% da população mundial não tem acesso a remédios para dor

10% da população mundial têm acesso a 90% dos remédios no planeta. Mais de 80% da população mundial precisa, total ou parcialmente, de acesso a analgésicos e, por isso, sofre com dores desnecessariamente.

A informação é do relatório anual da JIFE (Junta Internacional de Fiscalização de Estupefacientes) 2010, publicado nesta quarta-feira (2).


Isso significa que 90% das substâncias lícitas são consumidas por 10% da população mundial, que se concentra em países como Estados Unidos, Austrália, Canadá, Nova Zelândia e algumas nações da Europa, diz Hamid Ghodse, presidente da JIFE.

Em muitos países da África, Ásia e algumas partes da América, o acesso a entorpecentes e a substâncias psicotrópicas para fins terapêuticos é escasso ou nulo.


De acordo com a junta, existe matéria prima suficiente para atender às necessidades de toda a população mundial por analgésicos. No entanto, existem vários fatores que impedem o acesso a esses medicamentos.

Apesar de o preço ser considerado um dos principais obstáculos para o acesso a esses medicamentos, existem fórmulas de baixo custo que têm sido distribuídas em vários países de modo eficaz, como no Brasil, o que, segundo a junta, mostra que as barreiras econômicas podem ser superadas.


Medidas para conter abuso no uso de analgésicos



No relatório, o órgão chama a atenção de todos os governos também para o problema do uso indevido de analgésicos, que em alguns países têm ultrapassado os níveis de abuso de drogas ilícitas.

Para diminuir os índices, a junta recomenda certas políticas que tendem a afetar a disponibilidade de substâncias para fins médicos e científicos, dando, como exemplo, a compilação de dados estatísticos sobre as necessidades de drogas lícitas, legislação, educação e capacitação, sistemas de fiscalização nacional e prevenção do desvio e do abuso de substâncias. Certos fatores, no entanto, são verdadeiros obstáculos para oferta de medicamentos, entre eles, a formação deficiente de profissionais de saúde, a falta de regulamentação, as dificuldades de distribuição e a ausência de uma política de saúde integral e inclusiva que abarque o tratamento da dor, problemas apontados pelo relatório.

Uma saída para melhorar esse quadro seria melhorar os sistemas de fiscalização de drogas que podem ajudar a assegurar o abastecimento suficiente de entorpecentes e de substâncias psicotrópicas para fins médicos e científicos e, ao mesmo tempo, evitar o seu uso inapropriado e abusos.

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