quarta-feira, 21 de março de 2012

Bayer planeja 50 lançamentos em MIPs nos próximos 5 anos

O grupo alemão Bayer planeja passar da 10ª à 5ª posição no segmento de medicamentos isentos de prescrição (MIPs), com o lançamento de até 50 novos produtos em cinco anos. Somente em 2012, cinco produtos inéditos deverão ser colocados no mercado, levando a um incremento de receita de 23% na área de Consumer Care da companhia, com investimentos 25% maiores do que em 2011, segundo informação da empresa, que não define valores.

Fabricante de remédios populares sem receita, como o analgésico Aspirina, a vitamina Redoxon e a pomada contra assaduras Bepantol, a empresa obtém 20% do faturamento de sua operação brasileira de Healthcare na área de consumo. Está em jogo nesta estratégia o interesse em um mercado que cresce na casa de dois dígitos, acompanhando o aumento de renda do brasileiro, apesar de resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que, desde 2009, tornou obrigatória a localização deste tipo de produto atrás do balcão das farmácias. Em 2011, a indústria farmacêutica instalada no Brasil vendeu R$ 12,4 bilhões de medicamentos isentos de prescrição, crescimento de 16,5% em relação ao ano anterior.

Os MIPs detêm 28% do mercado de medicamentos no País, segundo dados da consultoria IMS Health, fornecidos pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sindusfarma).

A Bayer lançou, no fim de 2011 dois, novos produtos da marca Bepantol, o Bepantol Derma Creme e Solução, visando incrementar seu portfólio de dermocosméticos, mercado que cresceu 16,4% em faturamento ao ano de 2007 a 2011, ante um incremento médio de 14% do mercado farmacêutico de consumo em geral, segundo o diretor de Consumer Care, Jonas Marques.

O potencial de ampliação do portfólio somente dentro desta marca é imenso, diz ele: "No Brasil temos quatro produtos Bepantol, enquanto na Europa já são cinquenta". O executivo cita produtos para queimadura, peles danificadas e reparação labial como próximos lançamentos. A empresa não revela quanto vai investir para galgar posições no mercado de medicamentos sem prescrição, mas afirma que os aportes devem incluir pesquisas de mercado, para entender melhor o consumidor brasileiro, e desenvolvimento de novos produtos. Campanhas publicitárias também consomem grande volume dos aportes. A empresa tem buscado inovar na divulgação de seus produtos, com a utilização das mídias sociais na formação do posicionamento de marcas.

Entre novos segmentos a serem explorados no Brasil, Marques cita o de queda capilar e o de produtos voltados para o público infantil. "Os pais são capazes de comprar produtos mais caros e melhores para as crianças do que para eles próprios", observa. Segundo Marques, a farmacêutica alemã, que em 2013 completará 150 anos, está aberta a aquisições na área de consumo. "Não temos negociações em andamento, mas estamos totalmente abertos, buscando, inclusive", afirma. "Acreditamos que, além do crescimento orgânico, uma aquisição que tenha a ver com nosso portfólio seria importante também."



Liberação



Foi publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo, na última sexta-feira, lei que "assegura às farmácias e drogarias o direito de manter ao alcance dos usuários medicamentos isentos de prescrição médica". A Lei Nº 14.708/2012, baseada em projeto de autoria do deputado Salim Curiati (PP-SP), contraria a resolução RDC 44/09 da Anvisa, que estabeleceu a necessidade de solicitação ao farmacêutico para a obtenção desse tipo de produto.

"A Anvisa não pode incluir na obrigatoriedade de receita todos os medicamentos, aí a população fica em dificuldade", diz Curiati, mudando a finalidade da resolução do órgão de vigilância. Segundo ele, a lei não foi concebida em benefício da indústria farmacêutica, mas da população que estaria sobrecarregada com restrições.

De acordo com o representante da Bayer, a resolução da Anvisa não afetou o crescimento do setor, mas levou a uma adaptação das empresas. "Acreditamos que não há motivo para que esse produto não esteja exposto ao paciente, porque são produtos de cuidado primário", diz Marques. O diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip), Aurélio Saez ressalta o aumento de poder do comerciante sobre a escolha do consumidor. "Com a resolução da Anvisa, aumentou o poder do vendedor, substituindo produtos, mas o volume de vendas continua crescendo como antes", afirma.

Fonte: DCI – São Paulo

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Bndes aprova R$ 64,2 milhões para Aché Laboratórios

A Diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) aprovou financiamento de R$ 64,2 milhões para o Aché Laboratórios Farmacêuticos S/A e sua controlada Biosintética Farmacêutica Ltda. Os recursos serão destinados ao desenvolvimento de medicamentos inovadores, genéricos e similares por meio do Bndes Profarma, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde.


A participação do Banco equivalerá a 88% do valor total a ser aplicado pelas empresas. O financiamento do Bndes ocorrerá por meio dos subprogramas Profarma Produção e Inovação.


O Programa do Bndes tem como objetivo incentivar o crescimento da produção e pesquisa de equipamentos médicos, materiais para diagnóstico, hemoderivados, imunobiológicos, intermediários químicos e extratos vegetais para fins terapêuticos, princípios ativos farmacêuticos e medicamentos para uso humano de interesse estratégico para a Política Nacional de Saúde. Além disso, visa contribuir para a formação e a consolidação de uma base exportadora no país.

O projeto do Aché Laboratórios compreende investimentos em pesquisa, desenvolvimento e registro de produtos, tanto no Aché quanto na Biosintética. Os investimentos estão divididos em três grupos: os produtos inovadores, os similares e a renovação de registro. O apoio do Banco no projeto tem como mérito favorecer os investimentos de empresas no Brasil de medicamentos inovadores, gerando diferencial de mercado e aumentando a competitividade das empresas do país.

Os produtos inovadores que serão desenvolvidos pelo Aché e Biosintética já possuem registro no exterior, mas ainda não existem no Brasil. Desta forma, resultarão em novas associações e formulações inéditas no país.

O segundo grupo de investimentos das empresas, o de medicamentos similares, inclui produtos para os quais já há remédios de referência e/ou genéricos produzidos e comercializados no mercado brasileiro.

Os investimentos para renovação de registro incluem os remédios similares e genéricos comercializados no Brasil.



Fonte: Monitor Mercantil - RJ

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O rei das farmácias

Como o cearense Francisco Deusmar de Queirós, que começou vendendo remédios na periferia de Fortaleza, construiu uma rede de drogarias que faturou mais de 2 bilhões de reais em 2011

O cearense Francisco Deusmar de Queirós, de 64 anos, ainda era menino na década de 50 quando começou a ga­nhar o próprio dinheiro nas ruas de For­taleza, no Ceará. "Depois da aula, meu pai me dava banana, laranja e rapadura de nossa mercearia para eu vender na rua”, diz Queirós. Nos anos 80, ele enxergou una enorme potencial para empreender vendendo remédios a preço baixo para a clientela de baixa renda do Nordeste. Ho­je, três décadas depois, Queirós é dono de uma das principais redes de farmácias do país, a Pague Menos, que faturou mais de 2 bilhões de reais em 2011 — metade das receitas vem dos estados do Nordeste. Ele conta a Exame PME como fez a rede cres­cer tanto e avisa para quem quiser fazer o mesmo: "O que vale para um estado nor­destino pode não valer para o outro”.

Nasci em Amontada, uma cidade­zinha do litoral norte do Ceará, onde passei parte da infiancia. Meu pai, que saiu da escola ao completar o primário, queria que eu estudasse para me formar numa faculdade. Para me dar acesso a bons colégios, minha família se mudou para Fortaleza quando eu tinha 7 anos. Meu pai vendeu o sitio onde moráva­mos e, com o dinheiro, abriu uma mer­cearia. Às vezes, eu o ajudava vendendo frutas nas ruas perto de casa — só de­pois das aulas, pois meu pai não me dei­xava faltar de jeito nenhum.

Prestei vestibular para o curso de ad­ministração na Universidade Federal do Ceará. Eu queria trabalhar numa empresa grande, mas não para fazer carreira como empregado. Meu objetivo era ganhar ex­periéncia e um dia ser dono de meu pró­prio negócio. As coisas aconteceram mais rápido do que eu esperava. Aos 19 anos, ainda na faculdade, consegui um emprego na IBM corno operador de computador. Fiquei lá de 1967 a 1969. Depois, passei num concurso para o IBGE, onde traba­lhei por mais dois anos. Saí de lá para uma distribuidora de valores. Dois anos depois, tinha me tornado gerente. Também dava aulas de economia na universidade.

Eu tinha quase 30 anos e achei que já estava preparado para empreender. Abri minha própria corretora, a Pax. Deu mui­to certo. Ganhei bastante dinheiro vendendo cotas do Finor, um fundo que dava benefícios fiscais a empresas que inves­tiam no Nordeste. No final da década de 70, eu estava com 34 anos e tinha juntado um patrimônio de 1 milhão de dólares.

Enquanto trabalhava no mercado financeiro, passei duas temporadas fazen­do cursos nos Estados Unidos. Nas via­gens, conheci as drugstores americanas. Achei-as interessantíssimas. Elas têm uns pouco de tudo — até salgadinho. Era muito diferente do que eu conhecia no Brasil, onde farmácia só vendia remédio e um ou outro artigo de perfumaria.

A alta diversificação nas drugstores americanas me chamou a atenção. Dava para vender os remédios a uns preço bai­xo porque o lucro menor nos medica­mentos era compensado com margens melhores nos demais produtos. Achei o sistema bem interessante e comecei a pensar em como adaptá-lo ao Brasil. Ter uma farmácia me pareceu ótima. Todo mundo precisa de remédio de vez em quando. Além disso, eu simpatizava com a idéia de lidar com comércio, porque era um tipo de negócio mais parecido com a mercearia que eu conheci quando crian­ça — a corretora dava dinheiro, mas não me encantava tanto assim.

Em 1981, abri minha primeira farmá­cia no Ellery, um bairro simples de Fortaleza. Era modesta, mas chamava a atenção por ser diferente das ­ concorrentes. As outras farmácias deixavam os produtos de higiene atrás do balcão, e quem quisesse alguma coisa tinha de pedir ao balconista. Muita gente, princi­palmente as mulheres, ficava constran­gida de pedir a um estranho um produ­to de uso pessoal, como preservativos ou absorventes íntimos. Não tinha dú­vida de que isso atrapalhava as vendas. A primeira coisa que copiei das drugstores foi deixar uma gôndola no meio da farmácia com os produtos de higiene e perfumaria ao alcance do cliente, que podia encontrar tudo sem pedir a nin­guém. Com o tempo, acrescentei itens que os concorrentes não vendiam, como doces e refrigerantes.

Os medicamentos baratos fizeram enorme sucesso. Mas a gente não vendia o tempo todo. Certa vez, o gerente de uma de nossas drogarias numa cidade no interior do Ceará justificou as ven­das em baixa porque enfrentava a concorrência de uma pequena farmácia do bairro que vendia medicamentos em "dedada" e "colherada” Pedi a ele para explicar melhor. Soube então que, quando não tinha dinheiro para com­prar um tubo de pomada ou um vidro de xarope, o pessoal do bairro ia nesse concorrente e, por 50 centavos, com­prava uma dedada de pomada ou uma colherada de remédio.

Encontrar formas de fazer com que mais gente entrasse na farmácia era uma verdadeira obsessão para mim. Em 1991, estava em Belo Horizonte quando vi um rapaz entrar numa lavanderia para com­prar vale-transporte. Gostei da ideia e deci­di fazer das farmácias um ponto de presta­ção de serviços. Fiz acordos com empresas de ônibus para distribuir os vales.Também procurei as companhias de telefonia, enér­gia e água e fechei contratos para que os clientes pudessem pagar as contas na Pa­gue Menos. Essas empresas me davam prazo de trés dias para repassar o que rece­bia — enquanto isso o dinheiro tirava apli­cado no banco. Hoje, isso é comum, mas penso ter sido um dos primeiros.

Achava que havia muita coisa er­rada nas farmácias de Fortaleza. Ficava particularmente incomodado com as drogarias que funcionavam 24 horas. As portas não ficavam abertas o tempo todo. À noite, os donos deixavam só uma janelinha aberta na fachada, com medo de assaltantes, e um único fun­cionário lá dentro para atender quem chegasse. Para mim, era ridículo deixar o pobre do cliente ao relento com a desculpa de proteger a farmácia. Quando abri a primeira drogaria 24 horas, mandei deixar aberta o tempo todo. Muita gente disse que a Pague Menos viraria chamariz de bandido. Até fui assaltado algumas vezes, mas não mais que o pessoal da janelinha. E ganhei clientes que certamente não gostavam nada de ficar de madrugada na calçada para comprar remédios.

Quem quer fazer negócio na Re­gião Nordeste precisa entender suas particularidades. O que vale para o Ceará nem sempre funciona nos estados vizinhos. O consumidor de Forta­leza pensa diferente do cearense do interior. Lembro que estava preocupado com uma farmácia em Juazeiro do Norte que nunca batia as metas. Uns dias fui lá tentar descobrir o problema. Dei uma volta na cidade e percebi que as farmácias e todas as outras lojas ti­nham na porta uma imagem do padre Cícero. Conversei com outros comer­ciantes. Eles me explicaram que, sem uma estátua do Padim Ciço no estabelecimento, o pessoal de Juazeiro não entra. Comprei logo três imagens — uma eu pus na porta, a outra no meio e a última nos fundos da Pague Menos. Depois disso, as vendas aumentaram.

No fim dos anos 90, comecei a abrir farmácias fora do Nordeste. Em 2002, a rede chegou a São Paulo. Mas o mer­cado nordestino, onde construí uma base sólida para a expansão da empre­sa, representa metade das receitas. Ho­je, ainda há muito o que crescer no Nordeste, principalmente graças à ex­plosão no consumo das classes C e D. A região virou um grande canteiro de obras. Fico impressionado como de um ano para o outro surgem bairros onde antes só havia terrenos baldios. Em cada uns desses lugares pode haver espaço para uma ou mais farmácias.

Muitos concorrentes dizem que pretendem investir no Nordeste, mas até agora não vi nada de muito concre­to. Quem chega para abrir meia dúzia de farmácias não me incomoda. Mas respeito quem vier com muito dinheiro e planos agressivos. Estou prepa­rando para enfrentar a concorrência, sem deixar de lado a expansão da Pa­gue Menos em outras regiões, como Norte e Sudeste. Para isso, vou precisar de dinheiro. Planejo abrir o capital até o fim de 2012, quando a Pague Menos deverá ter 500 farmácias e faturar mais de 3 bilhões de reais por ano.



Fonte: Revista PME- Exame – Janeiro 2012 - Katia Simões

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Gestão Estratégica


Quero dizer que foi bastante agradável a leitura do livro “Gestão Estratégica” do Prof. Eliezer Arantes Costa – Saraiva.

O livro é muito interessante por aprofundar os temas ligados a gestão estratégica, com vários modelos de aplicação prática, o que é bastante incomum em obras deste tipo, tornando a leitura muito agradável e, sobretudo valiosa para o dia-a-dia do gestor de marketing.

O livro tem como base a definição de missão, valores, visão, e a partir dela, traça toda uma avaliação e perspectivas para a geração das estratégias e sua correta gestão, abordando praticamente todas as áreas da gestão, com um capítulo interessante sobre estratégias competitivas e cooperativas – com a teoria dos jogos.

Desta forma, creio que o livro se torna uma leitura obrigatória para uma boa revisão conceitual e prática sobre a gestão estratégica, o que é algo importantíssimo nos dias atuais, aonde a gestão estratégica vem sendo deixada de lado, e as análises vem sendo cada vez mais trocadas pelo “feeling” ou “histórico de sucesso” das instituições, o que a meu ver, é a sua assinatura de sentença de morte.



quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Aspen expande no Brasil com aquisição de medicamentos



O grupo farmacêutico Aspen , com sede na África do Sul, adquiriu seis medicamento do laboratório paulista Myrallis. O investimento foi da ordem de R$ 35 milhões, reforçando a posição da companhia no segmento fitoterápico, afirmou ao Valor Alexandre França, CEO da Aspen.



A expectativa da multinacional é de que, com essa transação, R$ 16 milhões sejam incrementados ao faturamento anual do grupo. A partir deste mês, a companhia passa a comercializar os medicamentos recém-adquiridos Triativ, Fluijet, Ecosensive, Gynax, Licovit e Prev-Kel.Segundo França, a empresa eleva sua participação no segmento de fitoterápicos, com os produtos Triativ (combate depressão) e Fruijet (mucofluidificante e broncodilatador), e entra no segmento de dermocosméticos, com o Ecosensive, linha composta de talco cremoso e sabonete líquido 100% orgânico. Completam o portfólio do laboratório o gel de silicone Prev-Kel (previne o aparecimento de queloides), o Gynax N (ginecológico) e Licovit (suplemento alimentar antioxidante). O segmento de fitoterápicos representa 15% do mercado mundial de medicamentos e 8% no Brasil.



Esta é a primeira aquisição de produtos da Aspen em 2011 no Brasil, sob a gestão de França, nomeado CEO da companhia este ano. Antes de assumir a presidência do grupo, o executivo dirigia as áreas comercial e de marketing da multinacional sul-africana no país.



França está coordenando a unificação da gestão do grupo no Brasil para promover a expansão no setor farmacêutico. A estratégia de crescimento será focada, em um primeiro momento, na compra de produtos estabelecidos no mercado. O executivo informou que não interessa adquirir laboratórios no país. No ano passado, a Aspen também adquiriu produtos da farmacêutica Hebron, com sede em Pernambuco.



O grupo, com faturamento global de US$ 1,1 bilhão, quer expandir seus negócios nos países do Hemisfério Sul. Maior fabricante de medicamentos do continente africano, a empresa chegou ao Brasil em junho de 2008 depois de comprar 51% da Cellofarm, que desde 2002 estava nas mãos da indiana Strides Arcolet. Em junho de 2009, a Aspen adquiriu, da companhia indiana, os 49% restantes da companhia, que em medicamento similar. O valor do negócio, à época, foi US$ 100 milhões. No Brasil, a Aspen possui um laboratório em Serra (ES) e sede no Rio de Janeiro.



Fonte: Valor Econômico – SP




quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Drogasil e Droga Raia negociam fusão para liderar setor de farmácias no País

Juntas, as duas redes paulistas vão faturar aproximadamente de R$ 4 bilhões e contabilizar mais de 700 unidades no Brasil

As redes Droga Raia e Drogasil negociam a fusão de suas operações, formando a maior empresa do setor de farmácias no País, ultrapassando a gigante formada pela união da Drogaria São Paulo com a Drogão, há pouco mais de um ano. As redes devem unir suas operações para criar uma gigante de cerca de R$ 4 bilhões de faturamento anual, confirmaram fontes próximas ao negócio ao ‘Estado’.

Na esteira dos rumores sobre as negociações, as ações das companhias - ambas listadas na BM&F Bovespa - tiveram forte alta no pregão de ontem. Os papéis da Drogasil avançaram 10,32%, fechando a R$ 11,86. Já a ação da Droga Raia tiveram valorização de 5,26%, terminando o dia a R$ 28.

Segundo a consultoria internacional Euromonitor, Drogasil e Droga Raia, juntas, ficariam com uma fatia de 9,5% de um mercado brasileiro, que movimentou quase R$ 43 bilhões em 2010. Em segundo lugar, viria a Pague Menos, com participação de 5,4%. Em terceiro, a Drogaria São Paulo, com 4,8% - os dados não consideram, no entanto, a união desta última com a rede Drogão (leia quadro abaixo).

Caso a fusão realmente ocorra, as duas empresas também assumem a liderança no País em quantidade de lojas: serão cerca de 700 pontos de venda em estados como São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal.

No entanto, a maior parte das unidades está concentrada em São Paulo, onde as duas bandeiras somam cerca de 480 lojas. De acordo com analistas, essa concentração pode prevenir a entrada de concorrentes em território paulista. As conversas entre Drogasil e Raia ocorrem justamente no momento em que a Pague Menos planeja abrir o capital na bolsa e se fortalecer no Sudeste - hoje, a maior parte dos negócios da Pague Menos se concentra no Nordeste.

Como é de praxe em fusões e aquisições, caso o negócio venha mesmo a ser concretizado, terá de passar pelo crivo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão de defesa da livre concorrência no mercado brasileiro.

Efeitos.


Segundo o analista da varejo da corretora SLW, Cauê Pinheiro, as duas empresas têm operações parecidas e uma união faria sentido. O especialista afirma que um provável benefício de uma fusão seria o aumentar do poder de compra das duas empresas frente a fornecedores. "Com porte maior as empresas poderiam ter ganhos bons na área de compras e também em logística, o que poderia até, ser repassado para o preço dos medicamentos", explica.

No entanto, outro analistas - que preferiu não ser identificado - lembrou que haveria uma sobreposição de operações, já que as duas empresas têm forte participação no mercado de São Paulo. "Metade da receita das duas companhias está concentrada no Estado", lembra.

De acordo com Iago Whately, analista da Fator Corretora, ainda é cedo para as duas companhias realizarem uma operação desse tipo. "Não é impossível. Mas, no momento existem muitas possibilidades para as duas, como de crescimento orgânico, que pode valorizar o preço das ações antes de uma fusão", disse Whaterly.

As duas companhias, entretanto, ainda não falaram oficialmente sobre o assunto. Procurada, a Drogasil informou, por meio da sua assessoria de imprensa, que não comentaria boatos de mercado. Até o fechamento desta reportagem, Droga Raia ainda não havia se pronunciado em relação aos comentários sobre a fusão.



Fonte: O Estado de S. Paulo

quinta-feira, 14 de julho de 2011

14 de julho - Dia do propagandista - mudanças constantes ao longo do tempo!

Eu jamais poderia deixar passar o dia 14 de julho, dia do propagandista, sem nenhuma postagem, pois minha carreira profissional dentro da indústria farmacêutica começou por esta importante função (tal qual a grande maioria que atua neste segmento).

Creio que não poderíamos imaginar o desenvolvimento do mercado farmacêutico sem a presença do propagandista.

Ao longo dos anos a profissão sofreu várias mudanças, passando de propagandista-vendedor-cobrador – PVC (que era responsável pela promoção dos medicamentos, sua venda para as farmácias e também a cobrança das duplicatas) para um “consultor” dentro da área e dos medicamentos e procedimentos que promove.

Com o crescimento do varejo brasileiro, e a chegada das distribuidoras farmacêuticas, o papel do propagandista ganhou importância como “gerador de demanda”, ou seja, conquistando a confiança e respeito dos médicos visitados, e com isto, a prescrição dos produtos promovidos dentro de suas indicações e vantagens terapêuticas, sempre visando as necessidades do médico para determinada patologia.

A conquista da confiança de médicos passa obrigatoriamente por critérios que vão além do relacionamento propriamente dito, e pela imagem que este profissional consegue construir ao longo de suas visitas (pelo profundo conhecimento do perfil de cada médico, o conhecimento dos produtos de forma aprofundada, dos concorrentes e os diferenciais importantes de seus produtos, de ferramentas de marketing e vendas, informática, etc.).

Pesquisas realizadas com médicos comprovam que o propagandista é uma importante fonte de atualização para os médicos, e que cada vez mais exigem dele uma visita de qualidade, com materiais científicos que vissem aumentar seu conhecimento e não somente a “lembrança de uma marca”.

Não obstante, algumas vezes pode-se imaginar que este relacionamento possa influenciar a escolha do médico, a ponto de favorecer este ou aquele produto em detrimento a outro.

Depois de muitos anos na área farmacêutica, posso dizer que não se iludam com esta falácia, pois o médico enquanto profissional tem sempre em mente que o paciente é seu cliente, e ele precisa escolher o melhor para aquela condição apresentada por ele, e utiliza critérios muito claros, que englobam a eficácia, segurança do produto, nível de experiência do médico quanto a utilizar determinado procedimento ou produto, preço que o paciente pode ou não pagar, enfim, no final, sempre se utiliza o melhor dentro de vários critérios e não somente um deles.

Também não podemos esquecer que o perfil do médico está mudando, hoje, o jovem médico tem preocupações diferentes de outras gerações, onde o trabalho era o foco principal das atenções, enquanto que hoje, nitidamente, a preocupação com qualidade de vida tem um peso grande.

Além disto, com a evolução da tecnologia, o aumento da informação, as mudanças atuais no varejo, que exercem direta ou indiretamente cada vez mais influência sobre a decisão de compra, a busca por diferenciação torna-se condição “sine qua non” para o propagandista atualmente.


Ou seja, hoje o propagandista e também o profissional de marketing da indústria farmacêutica tem que ter em mente que os médicos estão se atualizando com outras mídias, e o representante tem que estar preparado para interagir rapidamente em cada visita com este profissional médico, respondendo de forma mais rápida, inteligente e sobretudo relevante no tocante as informações que está levando.

O tempo passou a ser um fator ainda mais crucial, e as visitas "não relevantes" tendem a ser cada vez menos importantes, menos "lembradas", e também o profissional da indústria deve ter isto em mente ao preparar seu mix de marketing.

Ou seja, o propagandista, está também passando por um momento de mudanças, com novas ferramentas, um novo "médico" de perfil diferente, com uma concorrência crescente, onde diferenciação, confiança, relevância de informações, passam a ter um peso tão grande quanto a habilidade de promoção e divulgação.

Melhor para as empresas e profissionais que focam seu trabalho nestes aspectos, pois conseguirão diferencial competitivos muito mais rapidamente.

Parabéns propagandist pelo seu dia! Que serão cada vez mais, dias diferentes!