terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Vida moderna eleva gastos com saúde

Banco Mundial estima que entre 1% e 4% do PIB serão gastos com aumento de doenças crônicas.O abandono do velho hábito do arroz com feijão, substituído por alimentos processados, sanduíches e pratos rápidos, está afetando a saúde financeira do país.

O problema não se refere à agricultura, mas ao bem-estar do brasileiro.

Ao importar um modo de vida moderno, ingerir uma quantidade de alimentos ricos em calorias, comer rápido e fora de casa, além de praticar poucos exercícios físicos, a população, em todas as classes sociais, abre espaço para um problema que já afeta o bolso dos Estados Unidos e se estende a todos as nações desenvolvidas.

Trata-se do alto custo das doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão, diabetes, colesterol e obesidade. Pesquisa do Banco Mundial aponta que o controle desse smales corresponde a um valor entre 1%e 4%do Produto Interno Bruto (PIB) de cada país. Nos Estados Unidos, o percentual é maior:5,4%.

“O Brasil precisa buscar alternativas para darmelhores condições de vida para seus cidadãos e um menor gasto de seguridade social - Rosana Radominski, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade

No Brasil, esse número ainda não foi calculado, mas o Ministério da Saúde já sente os efeitos do que se convencionou chamar de males da modernidade. Excesso de peso e obesidade juntos atingem cerca de 60% da população adulta, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O problema vem crescendo gradualmente nas últimas três décadas e está presente em todas as regiões do país. “O excesso de peso e a obesidade são encontrados com grande frequência, a partir de 5 anos de idade, em todos os grupos de renda e em todas as regiões brasileiras”, diz Daniel Bandoni, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Esse é um dos motivos para o aumento de doenças crônicas: o número de hipertensos totaliza 17 milhões de pessoas, os portadores de diabetes são mais de 10 milhões.

Hoje, entre 30% e 35% das causas de mortes são decorrência dessas doenças, com destaque para os problemas cardiovasculares”, diz Deborah Malta, coordenadora de doenças e agravos não transmissíveis do Ministério da Saúde. Campanha nacional “No Brasil, coexistem dois problemas: difundiram-se costumes relacionados ao sedentarismo e ao estilo de vida, associados a uma alimentação gordurosa e com muito açúcar, afirma Rosana Radominski, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso).


A associação, junto com o Ministério da Saúde, deve lançar uma campanha de conscientização para chamar a atenção da população para o problema. “O Brasil precisa buscar alternativas para dar melhores condições de vida para seus cidadãos e um menor gasto de seguridade social”, diz a médica.



Brasil Econômico

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