terça-feira, 21 de julho de 2009

Mundo terá 1,3 bilhão de idosos até 2040

A população mundial de idosos está crescendo como nunca se viu, e os velhos em breve serão pela primeira vez mais numerosos que as crianças pequenas, disseram pesquisadores dos Estados Unidos nesta segunda-feira. O envelhecimento populacional deve pressionar os custos de previdência e saúde, obrigando a profundos aumentos nos gastos públicos, o que pode desacelerar o crescimento econômico tanto nos países ricos quanto nos pobres.

Em meados de 2008, o número de pessoas com 65 anos ou mais atingiu 506 milhões de pessoas no mundo, segundo o Departamento do Censo dos EUA. A cifra deve mais do que dobrar até 2040, chegando a 1,3 bilhão de pessoas, ou 14% da população global estimada. - As pessoas com 65 anos ou mais em breve superarão em número as crianças com menos de 5 anos, pela primeira vez na história - disse o relatório elaborado por Kevin Kinsella e Wan He, do Departamento do Censo dos EUA. - O envelhecimento está afetando todos os países em todas as partes do mundo - disse Richard Suzman, do Instituto Nacional do Envelhecimento, que encomendou o relatório. - Embora haja diferenças importantes entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, o envelhecimento global está mudando a natureza social e econômica do planeta e apresentando difíceis desafios - acrescentou.

O relatório concluiu que as pessoas com 80 anos ou mais são a parcela da população que mais cresce em diversos países. Globalmente, essa população de idosos deve crescer 233% entre 2008 e 2040. Isso pode sobrecarregar seus filhos e netos. - A redução da proporção entre trabalhadores e pensionistas e (o fato de cada vez mais) pessoas passarem uma parte maior das suas vidas na aposentadoria representam uma taxação cada vez maior dos sistemas existentes de saúde e previdência - disse o relatório. - Em poucos anos, logo após 2010, os números e as proporções de pessoas mais idosas (especialmente os mais idosos entre os idosos) vai começar a crescer rapidamente na maioria dos países desenvolvidos e em muitos países em desenvolvimento - acrescentou. - O aumento é primariamente o resultado dos altos níveis de fertilidade depois da Segunda Guerra Mundial e, secundariamente, mas cada vez mais, o resultado da redução das taxas de mortalidade nas idades mais avançadas - prosseguiu. Doenças crônicas, como os problemas cardíacos e o câncer, continuam sendo os maiores responsáveis pela mortalidade, especialmente entre os mais velhos.

Isso por sua vez significa enormes gastos nos sistemas de saúde. E o fenômeno não se restringe ao mundo industrializado. - Até 2040, os países hoje em desenvolvimento devem se tornar o lar de mais de 1 bilhão de pessoas com 65 anos ou mais, ou 76 por cento do total mundial projetado -diz o relatório. A cada mês, 870 mil pessoas completam 65 anos. Dentro de 10 anos, 1,9 milhão atingirão essa idade a cada mês.

Se os países e empresas se programarem adequadamente, o envelhecimento populacional pode criar oportunidades de crescimento econômico, argumenta o estudo, que por outro lado cita um relatório de 2006 da Comissão Europeia segundo o qual os custos de previdência, saúde e cuidados de longo prazo provocarão aumentos nos gastos públicos e causarão uma redução nas taxas de crescimento do PIBs nacionais.

JB Online

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